Artigo: À luta, companheiros! - por Rochinha
Faltando 25 dias para o primeiro turno das eleições municipais, os remanescentes da velha UDN sem povo, ancorados pelas vestais de uma mídia criminosa e antidemocrática, apostam todas as suas fichas na judicialização do processo político e nos ataques ao projeto popular do PT, semeando por todo lado mentira, a calúnia e a desfaçatez.
Os muitos resultados positivos do governo petista – primeiro
com Lula, agora com Dilma – aparecem na chamada grande imprensa sempre
acompanhados de ressalvas (“mas”, “porém”, “contudo”), com o claro
objetivo de diminuir ou mesmo negar os avanços do país nos últimos 10
anos.
No momento em que se vislumbra o crescimento da economia no segundo
semestre, a mídia prefere enfatizar a queda em relação ao mesmo período
do ano passado. Quando se projeta o crescimento do PIB, as aves de
agouro falavam em “pressão inflacionária”. Quando o assunto é
crescimento da renda, do crédito e do consumo, a turma do contra torce
pela inadimplência. O crescimento constante da oferta de emprego com
carteira assinada é visto como “estagnação do crescimento do emprego”.
É um trabalho voltado exclusivamente para aterrorizar a população, desacreditar o governo e prejudicar o PT.
Estimulam a discórdia, alimentam fofocas, inventam crises. Durante o
governo Lula, passaram oito anos difundindo a tese absurda de que o
presidente e o PT não se entendiam. Agora tentam criar um ambiente de
cizânia entre Lula e a presidenta Dilma, como se ambos não fizessem
parte do mesmo projeto e do mesmo partido, como se as diferenças de
estilo, na gestão, fossem suficientes para fazer deles adversários na
política.
Para essa gente, nada pode dar certo. Nada deve dar certo.
Medidas de extrema importância, como os investimentos de R$ 70
bilhões em estradas e rodovias e a redução nas contas de luz da
população e das empresas, irão esbarrar na “burocracia” e na
“ineficiência” do Estado, dizem eles, esquecendo-se, claro, que
recebemos deles – de seus representantes – um estado falido, corrupto e
mal administrado.
Nada falam sobre os grandes escândalos de um passado recente, como a
compra de votos para a reeleição de FHC. Esquecem que são responsáveis
pelo caos dos portos e aeroportos. Esquecem dos escândalos das malditas
privatizações, em que espoliaram o patrimônio do povo brasileiro. Nada
falam sobre subserviente dependência do Brasil ao jugo do Fundo
Monetário Internacional e do Banco Mundial. Esquecem de falar sobre o
lastimável apagão elétrico. Fogem da discussão sobre a recuperação do
poder de compra dos trabalhadores no governo do PT. Ignoram o resgate de
40 milhões de brasileiros da miséria, já que sempre apostaram nas
desigualdades regionais como forma de manter o “apartheid brasileiro”
entre o Sudeste e o Nordeste.
Agora, quando o cidadão brasileiro se prepara mais uma vez para fazer
suas opções democráticas, essa mídia sem votos manipula
escandalosamente o noticiário, esconde as campanhas do PT, omite
informações, distorce os fatos e tenta, de todas as maneiras, ganhar as
eleições na marra. A judicialização da política é apenas o mais recente
lance desse jogo sujo.
Mas atenção: só vale chamar a Justiça para intervir no processo se
for contra o PT. Qualquer absolvição de um petista, do mais simples ao
mais graduado, mesmo que por varias instâncias e muitas vezes até por
unanimidade, o resultado é visto sempre como “favorecimento”, “armação”,
“manobra”. Basta ver a pressão que fizeram e fazem contra os ministros
do STF Ricardo Lewandowsk e Dias Tóffoli, tidos como “amigos” do PT.
E aqui entramos num ponto crucial, aquele que a Justiça chama de
“Ação Penal 470”, que as vestais chamam de “mensalão” e que eu chamo de
TENTATIVA DE GOLPE POLÍTICO.
Neste capítulo, é sintomático que a mais alta corte do país tenha
acatado uma ação, talvez pela primeira vez na história, sem dar aos
réus, especialmente aqueles que não têm fórum privilegiado, o direito de
ampla defesa em outras instâncias da Justiça, conforme garante a
Constituição brasileira.
É bom lembrar que, no caso do chamado “mensalão mineiro”, o STF
acatou a denúncia apenas contra o senador Eduardo Azeredo, ex-presidente
do PSDB nacional. Os demais citados foram remetidos para a justiça de
Minas Gerais. E existe o caso mais recente do ex-senador Demóstenes
Torres (do ex-PFL), cujo processo, pelo fato de ele ter sido cassado,
saiu do STF e foi para a justiça goiana.
Mais: na análise do Supremo sobre a AP 470, não se faz a menor
distinção sobre as responsabilidades, as co-responsabilidades ou a
não-responsabilidade dos réus. Explico: como o julgamento está sendo
político, todos estão sendo imputados criminalmente sem levar em
consideração os diferentes contextos.
Mais ainda: nunca vi ou presenciei na história desse país um
julgamento em que, à falta de provas técnicas, as interpretações de
caráter estritamente político tenham sido suficientes para condenar
alguém judicialmente.
Os que agora clamam por sangue, os que defendem a condenação a
qualquer preço, os que apóiam e estimulam o linchamento público, parecem
se esquecer de que os procedimentos adotados pelo STF no julgamento do
“mensalão” servirão de parâmetro para todas as demais instâncias da
justiça brasileira. O que está em jogo não é apenas a cabeça dos 38 réus
da Ação Penal 470. O que está em jogo são os direitos civis de cada um
dos cidadãos deste país, arduamente conquistados pelas lutas de muitas e
muitas gerações.
Para a mídia golpista, sem povo e sem voto, nada disso importa. Tudo o
que eles querem é manchar a história o PT e principalmente a figura do
ex-ministro de José Dirceu, por tudo o que ele representou e representa
nas conquistas recentes da esquerda brasileira.
Petistas e não petistas, fiquemos em alerta. O ódio caminha junto com
a sede de vingança política. Mas não passarão. Como gosta de dizer o
ex-presidente Lula, temos as costas calejadas. Já enfrentamos e vencemos
batalhas muito piores. Já enfrentamos e derrubamos uma ditadura. Não
deixaremos que outra se instale.
Digo e repito: O PARTIDO DOS TRABALHADORES NÃO ACEITA CANGA. NÃO SE INTIMIDA NEM ANTES NEM DEPOIS DO PRIMEIRO GRITO.
O PT está enraizado em todos os recantos deste país. Dos grandes
centros às áreas rurais e vilarejos, sempre haverá um petista para
erguer a bandeira vermelha do partido. Estamos do lado do povo e temos o
povo ao nosso lado.
À luta, companheiros!
Francisco Rocha da Silva, o Rochinha, é membro da Comissão Nacional de Ética e Disciplina do PT
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