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sábado, 28 de agosto de 2010

‘Como a Sra. vai governar o Brasil se não fala a nossa língua?’

Se existe um assunto que absolutamente não me apetece é essa conversa de que no Brasil se encontram ameaçadas a liberdade de expressão, liberdade de opinião e liberdade de imprensa. Primeiro porque a confusão é grande e nem o editorialista nem o comentarista designado para o mister faz o menor esforço para separar uma de outra, é tudo jogado no mesmo saco das intenções veladas.
Por Washington Araújo *

Para aproveitar o bordão presidencial, tomo a liberdade de, solene como sói acontecer, declarar que nunca antes na história deste país se usufruiu de tanta liberdade -opinião, expressão, imprensa- como nos dias atuais. E nem se precisa ir muito longe para autenticar essa minha percepção já que se trata de algo facilmente verificável.

Se o leitor desejar fazer uma amostragem na seara das revistas semanais de informação, basta acessar o acervo digital de Veja ou de Época e, em rápido cotejo, verificará diversas matérias de capa ora condenando o presidente, ora o seu governo, ora o seu partido, ora a sua coligação. Algumas das recentes edições do carro-chefe da Editora Abril trouxeram na capa, sempre carregando na cor vermelho-escarlate, chamadas como "Lula, o mito, a fita e os fatos" (edição 2140), "O monstro do radicalismo" (edição 2173), "Ele cobra 12% de comissão para o PT" (edição 2156) ou "Caiu a casa do tesoureiro do PT" (edição 2155).

E até o mensalão candango, que engolfou a última cidadela governamental do Democratas em fins de 2009, mereceu capa que longe de trazer à mente o partido demista fazia nada sutil remissão ao partido do presidente. Oportuno recolher a desfaçatez com que vistoso colunista da revista Veja (26/11/2009) se referiu à candidata governista. Seu texto abria assim: "A fraude que virou candidata à presidência - anda propondo que o país compare- Fernando Henrique a Lula..."

Ficção e realidade

O mesmo poderá ser feito com os jornais de maior tiragem diária do país, como O Globo, a Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo. São mais de oito anos de luta cerrada, quando não agredido em editoriais sob medida para criticar essa ou aquela frase do presidente, sempre ânimo redobrado para fustigar essa ou aquela política pública.

Vejamos o que escreve o principal comentarista de política do jornal O Globo, Merval Pereira. Em apenas dois meses não deixou de vociferar o que crê seja digno de nota e remissões: a alcunha que criou para Dilma Rousseff, a laranja eleitoral. Destaco os seguintes excertos de sua coluna em que o tema é temperado e retemperado pelo maduro articulista:

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"Os discursos nas convenções do PT e do PSDB, no fim de semana passado, revelam com clareza qual será o tom da campanha presidencial daqui para a frente, quando já temos candidatos oficiais e não simples pré-candidatos, como a esdrúxula legislação eleitoral definia até então. De um lado, a candidata oficial, Dilma Rousseff, transformada pelo próprio Lula em sua ‘laranja’ eleitoral; de outro, o tucano José Serra atacando o PT, a falta de experiência da adversária, mas só se referindo a Lula de maneira indireta." ("Meu nome é Dilma", 15/6/2010)

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"A verdade, porém, é que mesmo que a candidata oficial Dilma Rousseff alegue que não compartilha essas propostas, elas fazem parte de uma espécie de código genético da ala mais radical do petismo, da qual ela já era figura proeminente antes mesmo de surgir do bolso do colete de Lula para ser impingida ao eleitorado como sua ‘laranja eleitoral’." ("Contradições", 06/7/2010)

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"A candidata petista, por seu turno, tem alguns desafios importantes pela frente, o principal deles o de convencer o eleitorado de que o seu eventual primeiro mandato será o terceiro de Lula, o que pode transformá-la em uma mera ‘laranja eleitoral’ do seu mentor. O que pode agradar a certo eleitorado, e afastar outro." ("O predomínio eleitoral", 16/7/2010)

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"Serra está à procura de temas que sirvam para atacar o governo Lula sem atacar o próprio, enquanto Dilma a cada dia valoriza mais o papel de ‘laranja eleitoral’ de Lula, recusando-se a aprofundar o debate de políticas governamentais, passando apenas a única mensagem que interessa, a da continuidade do governo Lula." ("Quem é quem", 11/8/2010)

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"É também importante frisar que, àquela altura, ainda com sequelas do mensalão, Lula tinha 55% de avaliação de ‘bom e ótimo’ nas pesquisas, e hoje tem 77%. Mas, como não é ele que concorre, e sim uma sua ‘laranja eleitoral’, a transferência de votos ainda não é total, e possivelmente não será." ("Zona de conforto", 17/8/2010)

E para defender sua ideologia liberal, vale tudo. Destaco o seguinte diálogo (que me foi enviado pelo leitor D.M.S.) de recente capítulo na novela Paraíso, da TV Globo. Observem como personagens de ficção avançam para além de qualquer trama para tratar do que consideram ser a realpolitik. E como vem sendo cada vez mais corriqueiro contrabandear ideologia e crítica política através de personagens que, bem ou mal, caem nas graças do povo:

Atriz: "Vamos perfurar um poço de petróleo aqui na cidade"

Ator: "Você não é candidata a presidente da república. Nem presidente da Petrobras"

Atriz: "Quanto custa pra perfurar um poço de petróleo?"

Ator: "Muito..."

Atriz: "Mais de mil escolas?"

Ator: "Bota mil nisso..."

Atriz: "Mais de mil hospitais?"

Ator: "Bota mil nisso... Em vez de gastar dinheiro perfurando poço de petróleo, a gente poderia encher de escolas, hospitais..."

(Pausa para os comerciais).

Irônico que a primeira empresa que surge fazendo seu comercial é a própria Petrobras, Coisas do Brasil?

Argumento anêmico

A revista Época também segue à risca o script que deseja cumprir. Para ilustrar cito recente edição (nº 639, de 14/8/2010) em que a capa é a foto da jovem Dilma Rousseff, em princípios dos anos 1960. A manchete é lúgubre: "O passado de Dilma", com a explicação que mais ameaça que esclarece qualquer coisa: "Documentos inéditos revelam uma história que ela não gosta de lembrar: seu papel na luta armada contra o regime militar" (ver, neste Observatório, "Revista ignora a anistia").

A "matéria" lista perguntas que, segundo a revista, a candidata se recusa a responder. Tudo no elevado estilo "intimidação sempre rende resultados". Ao leitor imparcial fica evidente e enorme forma de marginalização que a mídia tenta aplicar à figura da candidata. Até a ditadura brasileira é assumida pela revista, mesmo que indiretamente, como tendo ocorrido. As questões que a revista trata de cobrir -com o véu de suspeição em estado bruto- representam torpe tentativa de criminalizar a candidata e, para tanto, não hesitam em minimizar o contexto dando conta que o país vivia tenebroso período ditatorial. Escamoteou-se que Dilma desceu do muro e teve a coragem de decidir em que lado estava: a luta contra o arbítrio.

O colunista da Folha de S. Paulo, Fernando Barros e Silva, na edição de 1/6/2010 do jornal, escreveu texto com o título "O Bolsa-Mídia de Lula". Profissional talentoso, Fernando não é só um articulista, mas também editor. E, por ele passam as mais relevantes decisões editoriais do jornal paulista. Pois bem: no texto, Fernando repercute matéria da própria Folha, que demonstra como Lula pulverizou a verba publicitária do governo: em 2003, 179 jornais receberam verbas federais; em 2008, foram 1.273. Lula fez o mesmo com rádios e com a internet. Com esse raciocínio inicial era de se esperar qualquer coisa menos um petardo como o que ele arremessou a seguir:

"(...) a língua oficial chama [a tal pulverização de verbas] de regionalização da publicidade estatal e vende como sinal de ‘democratização’. Na prática, significa que o governo promove um arrastão e vai comprando a mídia - de segundo e terceiro escalões como nunca antes nesse país."

É daqueles casos em que o texto não faz jus ao talento do autor. Argumento tão raquítico, anêmico faria qualquer um de nós, Jecas Tatus do Brasil profundo, pensar com seus botões: "Ué, quer dizer que quando a verba ia só para o ‘primeiro escalão’ (onde, suponho, Fernando inclui a Folha, onde ganha o sustento diário) os governos anteriores a 2003 estavam simplesmente ‘comprando a mídia’? É isso mesmo? Tal pensamento não carrega em seu cerne a idéia de desejar ser comprado sozinho sem se expor às agruras de um capitalismo com concorrência?"

Contra e a favor

Dia sim e dia não também, incluindo telejornais noturnos e madrugadeiros, somos bombardeados aos longos das semanas, meses e anos com a mais ampla liberdade de expressão. É sob a égide dessa preciosa liberdade que proliferam os insultos de baixo e alto calados. Termina sendo também a inconfessável defesa de seus valores antípodas. Como o destempero verbal (e escrito), o ataque infamante - quando não apenas calunioso - busca a cabal sujeição de suas vítimas à mais completa impotência ante o formidável aparato de comunicação com suas sentenças formadas antes mesmo de o crime haver sido pensado. Sentença que será repercutida por seus pares à exaustão, dando assim ares de legitimidade ao que não passa de mera luta para manter seu poder nas auriverdes esferas da política e da economia.

Infelizmente tenho que reconhecer que nossos meios de comunicação de massa não revelam a realidade, mascaram-na; eles não ajudam a gerar mudança, transformações e, ao contrário, ajudam a evitá-la. Pior ainda, nossos meios estão bem longe de incentivar a participação democrática. São muito mais afeitos a nos levar à passividade, à resignação e ao egoísmo. Apropriam-se das bandeiras mais caras ao espírito humano - justiça, liberdade - para torná-las reles mercadorias de troca em sua incessante luta pelo poder, cada vez mais inconstante, cada vez mais fugidio.

Em 2002, em almoço nas dependências do jornal Folha de S. Paulo, seu diretor Otavio Frias Filho sapecou a questão para Lula: "Como é que o senhor vai governar o Brasil se não fala inglês?" Passados oito anos chegamos à conclusão que no caso talvez falar inglês pesasse contra, e não a favor, do então candidato à presidência do Brasil. É possível que, ainda nos próximos 40 dias, atendendo a convite para hipotético almoço no mesmo jornal, seu diretor de Redação sinta-se à vontade para perguntar a Dilma Roussef:

"Como é que a senhora vai governar o Brasil se não fala a nossa língua?"

* Jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pela UNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil, Argentina, Espanha, México

Fonte: www.observatoriodaimprensa.com.br.

E AGORA MONTENEGRO?

Ibope: "O Brasil já tem uma presidente. É Dilma Rousseff"

Há exatamente um ano, o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não faria o sucessor, apesar da alta popularidade. Na ocasião, o responsável por um dos mais tradicionais institutos de pesquisas do País assegurava que o presidente não conseguiria transferir seu prestígio pessoal para um “poste”, como tratava a ex-ministra Dilma Rousseff.

Agora, a um mês das eleições e respaldado por números apresentados em pesquisas diárias, Montenegro faz um mea-culpa. “Errei e peço desculpas. Na vida, às vezes, você se engana”, afirmou, em entrevista aos repórteres Octávio Costa e Sérgio Pardellas, da IstoÉ. “O Brasil já tem uma presidente. É Dilma Rousseff.”

Segundo Montenegro, a ex-ministra da Casa Civil vem se conduzindo de forma convincente e confirma, na prática, o que o presidente disse sobre ela na entrevista concedida à IstoÉ na primeira semana de agosto: “Lula acertou. Dilma é um animal político. Está mostrando muito mais capacidade do que os adversários.”

O tucano José Serra, na opinião do presidente do Ibope, faz uma campanha sem novidade, velha e antiga. “O PSDB está perdido”, assegura. Neste fim de semana, o Ibope vai divulgar uma nova pesquisa, que confirmará a categórica vantagem da petista. “Fazemos pesquisas ­diárias. E Dilma não para de crescer. Abriu 20 pontos em Minas, onde Serra já esteve na frente. Empatou em São Paulo, mas ali também vai passar. Essa eleição acabou”, conclui Montenegro.

Confira trechos de sua entrevista.

IstoÉ: O sr. disse que o presidente Lula não conseguiria transferir seu prestígio para a ex-ministra Dilma Rousseff, mas as pesquisas mostram o contrário. O sr. ainda sustenta que o presidente não fará o sucessor?
Carlos Augusto Montenegro: Eu nunca vi, em quase 40 anos de Ibope, uma mudança na curva, como aconteceu nesta eleição, reverter de novo. Por mais que ainda faltem 30 e poucos dias para a eleição, o Brasil já tem uma presidente. É Dilma Rousseff. Ela tem 80% de chances de resolver a eleição no primeiro turno. Mas, se não for eleita agora, será no segundo turno.

IstoÉ: A que o sr. atribui essa virada?
Montenegro: Houve uma série de fatores. Primeiro a transferência do Lula, que realmente vai sair como o melhor presidente do Brasil. Um pouco acima até do patamar de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek. O segundo ponto é o preparo da candidata Dilma. Ela tem mostrado capacidade de gestão, equilíbrio, tranquilidade e firmeza.

A terceira razão é seu bom desempenho na televisão, inclusive nos debates e entrevistas. Lula acertou ao dizer, em entrevista à IstoÉ, que ela era um animal político. Está mostrando muito mais capacidade que os adversários e mostra que tem preparo para ser presidente.

IstoÉ: Mas há um ano o sr. declarou que Lula dificilmente faria o sucessor.
Montenegro: Errei. Eu dizia de uma forma clara que, apesar de o Lula estar bem, ele não elegeria um poste. Foi uma declaração extemporânea, descuidada e muito mais fundamentada num pensamento político do que com base em pesquisas. Foi um pensamento meu. Acho que eu tinha o direito de pensar daquela forma, mas não tinha o direito de tornar público. Peço desculpas. Na vida, às vezes, você se engana.

IstoÉ: O que mais o surpreendeu desde o momento do lançamento das candidaturas?
Montenegro: A oposição errou e essa é a quarta razão para o sucesso de Dilma. A campanha do Serra está velha e antiga. Não tem novidade. O PSDB repete 2002 e 2006. Está transmitindo para o eleitor uma coisa envelhecida. Vejo um despreparo total. O PSDB está perdido, da mesma forma que o Lula ficou nas eleições de 1994 e 1998 contra o Plano Real. Na ocasião, ele não sabia se criticava ou se apoiava e perdeu duas eleições.

IstoÉ: O bom momento da economia, a geração de empregos e o consumo em alta não fazem do governo Lula um cabo eleitoral imbatível?
Montenegro: Essa, para mim, é a razão principal. O Brasil nunca viveu um momento tão bom. E as pessoas estão com medo de perder esse momento. O Plano Real acabou derrotando o Lula duas vezes. Mas o Lula, com o governo dele, sem querer ou por querer, acabou criando um plano que eu chamo de imperial. É o império do bem, em que cerca de 80% a 90% das pessoas pelo menos subiram um degrau.

Quem não comia passou a comer uma refeição por dia, quem comia uma refeição passou a fazer duas, quem nunca teve crédito passou a ter crédito, quem andava a pé passou a andar de bicicleta ou moto, quem tinha carro comprou um mais novo e quem nunca viajou de avião passou a viajar. Os industriais também estão felizes, vendendo o que nunca venderam. Os banqueiros idem.

IstoÉ: Mas esse fator não pesou logo de início, quando os candidatos lançaram os seus nomes e Serra permaneceu vários meses na frente.
Montenegro: No início, houve transferência do Lula. Mas, de uns três meses para cá, o Lula está associando o êxito dele ao êxito do governo como um todo. E está mostrando que Dilma é a gestora desse governo. O braço direito dele. E as pessoas estão confiantes nisso e não estão querendo perder o que ganharam.

IstoÉ: É possível dizer então que o programa de TV do PT é mais eficiente do que o da oposição?
Montenegro: A TV ajudou na consolidação. Mas a virada de Dilma Rousseff na corrida para presidente da República se deu antes da TV. Pelo menos antes do horário eleitoral gratuito.

IstoÉ: Isso derruba o mito de que o programa eleitoral é capaz de virar a eleição?
Montenegro: Quando a eleição é disputada por candidatos pouco conhecidos, ele pode ser decisivo, sim. Por exemplo, a televisão está ajudando a eleição de Minas Gerais a se tornar mais dura. O Aécio está entrando agora, o Anastasia é o governador e eles estão mostrando as realizações do governo. Por isso, o Anastasia está crescendo.

O Hélio Costa largou na frente porque já era uma pessoa muito mais conhecida do que o Anastasia. Mas, quando você pega uma eleição em que todos os candidatos são bem conhecidos, o uso da TV é muito mais de manutenção e preenchimento do que para proporcionar uma virada.

IstoÉ: E os debates? Eles podem mudar a eleição?
Montenegro: Só se houvesse um desastre. Cada eleitor acha que o seu candidato teve desempenho melhor. Vai ouvir o que está querendo ouvir. Já conhece as propostas anunciadas durante a propaganda eleitoral. Falando especificamente dessa eleição presidencial, repito que a população está de bem com a vida. Quer continuar esse bom momento. O Brasil quer Dilma presidente.

IstoÉ: A candidatura de Marina Silva não tem força para levar a eleição até o segundo turno?
Montenegro: Cada vez mais a vitória de Dilma no primeiro turno fica cristalizada. Temos pesquisas diárias que mostram que essa eleição presidencial acabou.

IstoÉ: O fato de Dilma nunca ter disputado uma eleição não deveria pesar a favor de José Serra?
Montenegro: No Chile, Michele Bachelet tinha 80% de aprovação, mas não conseguiu fazer o sucessor. Por quê? Porque ele tinha passado. Já tinha concorrido. Quando você concorre, você pega experiência por um lado, mas a pessoa deixa de ser virgem, politicamente falando. Sempre há brigas que você tem que comprar e vem a rejeição. No caso da Dilma, o fato de ela nunca ter concorrido, ter sido sempre uma gestora, uma técnica, precisando só exercitar o seu lado político, ajudou muito.

IstoÉ: Em que medida o fato de Dilma ser mulher a ajudou nessas eleições?
Montenegro: Acho que não ajudou muito. Mas é algo diferente. O Brasil já tem implementado coisas novas na política, como foi a eleição de um sindicalista. É um fato interessante, mas a competência do Lula e da Dilma ajudaram muito mais.

IstoÉ: O atabalhoado processo de escolha do vice na chapa do PSDB prejudicou a candidatura de José Serra?
Montenegro: Não. Nunca vi vice ganhar eleição. Nem perder.

IstoÉ: O sr. acredita que Lula possa puxar votos para candidatos do PT nos estados, como em São Paulo, por exemplo?
Montenegro: Acho muito difícil. O Lula tinha toda essa popularidade em 2008, apoiou a Marta e ela perdeu do Gilberto Kassab, que estava fazendo uma boa administração.

Fonte: IstoÉ

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A nova derrota da grande mídia

Paulista, paulistano e são-paulino, Ricardo Kotscho, 62, é repórter.

A se confirmarem as previsões de todos os principais institutos de pesquisa apontando a vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno das eleições presidenciais, não serão apenas o candidato José Serra e sua aliança demotucana de oposição os grandes derrotados. Perdem também, mais uma vez, os barões da grande mídia brasileira.
Foram-se os tempos em que eles faziam ou derrubavam presidentes e se julgavam os verdadeiros donos do poder, os formadores de opinião, os únicos proprietários da verdade. Durante os últimos oito anos, desde a primeira eleição de Lula, não fizeram outra coisa a não ser mostrar em suas capas e manchetes um país desgovernado, sempre à beira do abismo.
Em cada estatística divulgada, procuravam destacar sempre o lado negativo, sem se dar conta de que a vida dos brasileiros estava melhorando em todas as áreas, e os cidadãos eleitores percebiam isso.
Fechados em seus gabinetes e certezas, longe do país real, imaginavam que desta forma ajudariam a eleger o candidato da oposição em 2010. Fizeram a sua parte, é verdade, anunciando uma crise do fim do mundo atrás da outra, batendo no governo dia sim e no outro também, mas não deu certo de novo.
Em reunião da Associação Nacional dos Jornais, a presidente da entidade, Judith Brito, chegou a dizer com todas as letras que, na falta de uma oposição partidária, era preciso a imprensa assumir este papel, como de fato fez. Os líderes demotucanos acharam que isto seria suficiente para derrotar Lula e a sua candidata. Acreditarem que o apoio da mídia poderia fazer a diferença, decidir o jogo a seu favor. Que bobagem!
Até a última semana, antes da divulgação das novas pesquisas, o noticiário ainda alimentava o discurso da oposição numa operação casada contra o governo e a sua candidata. Como a vaca da campanha tucana caminhou inexoravelmente para o brejo, num lance desesperado para tentar virar o jogo, José Serra procurou associar sua imagem à de Lula no programa de televisão. Aí foi a vez dos seus aliados na mídia darem um basta e jogarem a toalha: assim também não… 
Quem sabe agora tenham a humildade e o bom senso de reconhecer que acabou a época dos formadores de opinião abrigados na grande imprensa, que perde circulação e audiência a cada dia. Novos meios e novos agentes multiplicaram-se pelo país, democratizando a informação e a opinião.
Ninguém mais precisa dizer o que devemos pensar, como devemos votar, o que é melhor para nós. A liberdade de imprensa e de expressão não tem mais meia dúzia de donos. É um direito conquistado por todos nós. 
***

Livro desvenda tenebrosas transações de Serra, parentes, amigos e sócios

O Brasil ainda não chegara ao processo de privatização do Governo Fernando Henrique – e, de fato, era dispensável que houvesse chegado – quando Chico Buarque inscreveu no cancioneiro popular a expressão “tenebrosas transações”. É um verso de “Vai passar”, gravada quase dez anos antes da eleição de Fernando Henrique. Outras transações tenebrosas assaltaram o país naquela década. E mais outras durante mesmo a privatização de bens, patrimônio e serviços públicos promovida pelo PSDB de Fernando Henrique – e de José Serra.
    Ministro do Planejamento e, depois, da Saúde nos governos FHC, José Serra é o candidato presidencial do PSDB e também do PFL, rebatizado de DEM, pela segunda vez. Diferentemente do que ocorreu na campanha anterior, no entanto, agora talvez precise explicar muito melhor seu envolvimento no processo de privatização. Um livro escrito pelo premiado repórter Amaury Ribeiro Jr. e apresentado em texto que o jornalista Paulo Henrique Amorim publicou ontem, em seu blog www.conversaafiada.com.br, escancara o que o autor chama de “Porões da privataria” – e expõe José Serra, parentes, amigos e sócios dele.
    Colecionador de prêmios – três prêmios Esso e quatro Vladimir Herzog, entre muitos outros – Amaury trabalhou, por exemplo, nos jornais O Globo e Correio Braziliense e na revista IstoÉ. E produziu seu livro a partir de um briga entre dois tucanos – o próprio José Serra e Aécio Neves, os governadores de São Paulo e de Minas que disputaram, até o fim do ano passado, a candidatura do PSDB à Presidência.
    “Tudo começou há mais ou menos dois anos. Havia uma movimentação, atribuída ao deputado serrista Marcelo Itagiba, para usar arapongas e investigar a vida do governador Aécio Neves, que então disputava a indicação para candidato a presidente pelos tucanos. O interesse suposto seria o de flagrar o adversário de Serra em situações escabrosas ou escândalos para tirá-lo do páreo. Entrei em campo pelo outro lado (como repórter do jornal Estado de Minas), para averiguar o lado mais sombrio das privatizações, propinas, lavagem de dinheiro, sumiço de dinheiro público…”, conta Amaury em entrevista que acompanha a apresentação do livro.
    Ele qualifica como “aloprações tucanas” o que descobriu e vai contar em, pelo menos, 14 capítulos, pela internet, depois da Copa do Mundo de futebol.
    “Fiquei impressionado com o que vi. Li uma imensa quantidade de documentos que mostram a capacidade das pessoas de tirar proveito do seu país. Isto vale para os operadores diretos da privatização ou para os que ficaram só monitorando, sem qualquer escrúpulo, esperando apenas a hora de bater o martelo no leilão”.
    A exposição parcial do conteúdo de “Porões da pirataria”, pelo www.conversaafiada.com.br, coincidiu ontem com mais uma reação do PT e de sua pré-candidata à Presidência, Dilma Rousseff, ao comportamento de José Serra, que na quarta-feira atribuiu responsabilidade à petista por um “novo dossiê” que continua inédito fora do PSDB. Na própria quarta-feira Dilma classificou a acusação como “uma falsidade”. Ontem foi além:
    “É uma falsidade, uma ignomínia. Acho que estou sendo claramente injustiçada”.
     Por conta do feriado forense em São Paulo, o PT adiou para segunda-feira a apresentação, à Justiça, do pedido de interpelação a Serra para que confirme ou negue a acusação que fez. Se confirmar, o PT irá processá-lo por danos morais a Dilma.
     Leia, nas próximas páginas, a apresentação de “Porões da privataria” postada ontem em www.conversaafiada.com.br.
Os porões da privataria
      Quem recebeu e quem pagou propina. Quem enriqueceu na função pública. Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria. Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos. Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais. Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do país, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo. Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três dos seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, tem muito o que explicar ao Brasil.
       Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marín Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marín. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como é conhecido, precisa explicar onde obteve US$ 3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia - do ex-governador, Verônica Serra e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil e de que maneira o próprio Serra teria sido beneficiado por decisões da filha.
     Atrás da máxima “Siga o dinheiro!”, Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.
     A trajetória do empresário espanhol naturalizado brasileiro Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República mescla uma atuação no Brasil e no exterior. Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista – nomeado quando Serra era secretário de planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$ 448 milhões (1) para irrisórios R$ 4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC.
     Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola , da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico (2).
     O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$ 3,2 milhões no exterior através da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova York.  É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.
     A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$ 17 mil (3 de outubro de 2001) até US$ 375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais – 1998 e 2002 – e em outro pré-eleitoral – 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$ 1,5 milhão.  
     O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$ 404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, através de contas no exterior, US$ 20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.
     O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, entre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.
     Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do país para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresa Decidir.com.br,  em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia  do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.
     Financiada pelo banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$ 5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$ 10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas tem o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de “empresas-camaleão”. No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.
     Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$ 7,5 milhões em ações da Superbird. com.br que depois muda de nome para  Iconexa S.A…Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. “São empresas-ônibus”, na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.
     De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante o Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no país. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas…Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia através de sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no país.
     Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações — que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, “no limite da irresponsabilidade” conforme foi gravado no famoso “Grampo do BNDES” – foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e as contas sigilosas da América Central ainda nos anos 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenceria. Hoje, através de seu sócio Ronaldo de Souza opera a Consultatun Corp e a Antar Venture Investments. Depois dele, vieram a filha e o genro de Serra, o ex-ministro das comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros (dono da offshore Montferrand Holding), o ex-diretor da Previ e braço direito de Ricardo Sérgio no episódio da privataria, João Bosco Madeiro da Costa (Beluga e Hill Trading).
Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$ 410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.
(1)   A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$ 140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$ 3,2 por um dólar.
(2)   As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.

Fonte: Canal 100

 

 

RECORDAR É VIVER!

Estava puxando da memória e consegui lembra-me de fatos interessantes:

Ainda menino, lembro do tremendo estardalhaço em torno de uma campanha institucional que mobilizou milhões de pessoas, do Oiapoque ao Chui, com a premissa ‘OURO PARA O BEM DO BRASIL”.
O país estaria quebrado – “a beira de um abismo” e era necessária a colaboração de cada um e de todos para que o país conseguisse escapar da dívida e(x)terna.
Bom, a campanha passou e a dívida continuou subindo!Pouco mais tarde, e não apenas em uma oportunidade, ouvimos que era “necessário apertar o cinto”. A recessão que ia ser imposta era necessária, adivinhem para o que? Para enfrentar a dívida e(x)terna que nos sufocava.
Ouvi ainda algumas teorias brilhantes: Era preciso deixar crescer o bolo para depois dividir. Ou seja: aguentem a fome, esqueçam o frio, aceitem a miséria que logo logo melhora…
E o logo logo nunca chegava… Sempre se tinha uma ótima explicação: Quebrou tal país, terremoto em tal lugar, subiu o preço do xuxu… E nosso povo continuava a ver navios…
A última que eu me lembro era de que se vendêssemos a riqueza de nosso país, do nosso BRASIL amado iríamos ter dinheiro para pagar a já cansativa dívida e(x)terna. Venderam nosso subsolo (Vale), venderam concessionárias públicas de energia elétrica e telefonia, queriam vender mais, mas nosso povo brecou!E o dinheiro das tais “privatizações” não pagou a dívida… Diga-se de passagem, onde mesmo que foi usado???
Daí veio um operário, que diziam analfabeto e despreparado e governou não apenas com a razão, mas principalmente com o coração. E de devedores e(x)ternos em poucos anos passamos a creedores externos!
Agora aparecem nomes, já conhecidos da velha política, dizendo que irão fazer mais. Que irão ‘continuar’ o governo LULA. Eles pensam que esquecemos…
Eles pediram ouro, eles pediram que apertássemos os cintos, eles disseram que primeiro o bolo tinha que crescer, eles venderam o patrimônio do Brasil.
Quem vai fazer o BRASIL continuar crescendo, quem manterá esta alegria estampada nos rostos de cada um e de cada uma, quem aumentará ainda mais o orgulho de termos nascido nesta pátria tem um nome, um nome que cada vez mais enche de esperança nosso povo:
DILMA ROUSSEFF
Luiz Antonio Franke Settineri – SAROBA

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

CONHEÇA UM POUCO A HISTÓRIA DE RAUL SOARES MG

Município de Raul Soares
"Raul"

"Paraíso das Garças"

"Recanto dos Boachás"








Fundação 19 de setembro de 1924

Localização de Raul Soares em Minas Gerais
Localização de Raul Soares no Brasil
20° 06' 07" S 42° 27' 10" O20° 06' 07" S 42° 27' 10" 
Unidade federativa Minas Gerais
Mesorregião Zona da Mata IBGE/2008 [1]
Microrregião Ponte Nova IBGE/2008 [1]

Região metropolitana

Municípios limítrofes Caputira, Caratinga, Manhuaçu, Matipó, São Pedro dos Ferros e Vermelho Novo
Distância até a capital 230 km
Características geográficas
Área 777,780 km²
População 24.606 hab. est. IBGE/2009 [2]
Densidade 31,7 hab./km²
Altitude m
Clima tropical de altitude Cwa
Fuso horário UTC-3
Indicadores

IDH 0,729 médio PNUD/2000 [3]

PIB R$ 128.366 mil IBGE/2007 [4]
PIB per capita R$ 5.371,00 IBGE/2007 [4]
Raul Soares é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua população é de 24.606 habitantes.


 Etimologia

O topônimo se refere ao ex-presidente do estado de Minas Gerais Raul Soares de Moura (1922 - 1924), cargo hoje chamado de governador de estado, sendo então uma homenagem a este político.

 História

Os primeiros habitantes desta terra foram os índios Boachás, que povoavam as ricas montanhas do córrego que hoje herdou esse nome. Os primeiros posseiros foram Domingos de Lana e Cassimiro de Lana, que aqui chegaram em 20 de janeiro de 1837, vindos de Mariana (MG). Depois que expulsaram os índios de suas terras, tomaram posse das ricas montanhas do Córrego do Boachá deixando aqui seus colonos para manter a posse das mesmas.


Em 1841, venderam essas terras a Francisco Alves do Vale, que ali se fixou com sua família. Os Filhos deste, José, Jacó, Francisco e Manoel Alves do Vale, depois da morte do pai, doaram parte de suas terras ao patrimônio da capela de São Sebastião (Minas Gerais em 1925). A primitiva capela foi fundada pelo padre Francisco Antônio de Carvalho, que era vigário de São Pedro dos Ferros e passou a residir junto à capela que criara.


Por escritura de 29 de Outubro de 1873, João Pinto de Oliveira aumentou o patrimônio, doando cinco alqueires de terras. O povoado que ali se formou, chamou-se São Sebastião do Entre Rios, pelo fato de localizar-se entre os rios Matipó e Santana. O povoado foi crescendo lentamente e, em 1902, a Câmara Municipal de Ponte Nova, criou o distrito de Rio Casca, e só em 1923 que tornou-se município recebendo o nome de Vila Matipó.

Em 1924, passou a município e recebeu o nome de Raul Soares, em homenagem ao então Presidente do Estado de Minas Gerais, o advogado, escritor, jurista, político e professor Dr. Raul Soares de Moura, empossado em 7 de setembro de 1922 e falecido antes do término de seu mandato, em 4 de agosto de 1924, devido a problemas cardíacos.

A criação do município de Raul Soares foi autorizada pela Lei Estadual nº 843 de 7 de Setembro de 1923. Já a consolidação (de município) haveria, primeiramente, de se constituir o conjunto de indivíduos para compor os poderes executivo e legislativo. Em outras palavras, constituir a Prefeitura e a Câmara de Vereadores formando, com o povo, a municipalidade desejada e criada.                                                                                           
Localização de Raul Soares no Brasil
20° 06' 07" S 42° 27' 10" O20° 06' 07" S 42° 27' 10" O
Unidade federativa  Minas Gerais
Mesorregião Zona da Mata IBGE/2008 [1]
Microrregião Ponte Nova IBGE/2008 [1]
Região metropolitana
Municípios limítrofes Caputira, Caratinga, Manhuaçu, Matipó, São Pedro dos Ferros e Vermelho Novo
Distância até a capital 230 km
Características geográficas
Área 777,780 km²
População 24.606 hab. est. IBGE/2009 [2]
Densidade 31,7 hab./km²
Altitude m
Clima tropical de altitude Cwa
Fuso horário UTC-3
Indicadores
IDH 0,729 médio PNUD/2000 [3]
PIB R$ 128.366 mil IBGE/2007 [4]
PIB per capita R$ 5.371,00 IBGE/2007 [4]

Então, o novo município de Matipó foi instalado solenemente em 20 de janeiro de 1924 com a posse dos primeiros vereadores eleitos ou instalação da primeira câmara municipal, com mandato de 20 de janeiro de 1924 a 16 de maio de 1927. Joaquim Milagres Sobrinho (que presidiu a sessão inaugural, como o vereador mais votado), João Domingos da Silva, Raymundo Raphael Coelho, José Maria de Souza, Francisco Costa Abrantes, Joaquim José da Silveira e Carlos Gomes Brandão. Assumiu o governo do novo município, o vereador Raymundo Raphael Coelho, eleito presidente da câmara municipal. Naquela época não havia prefeito, cabendo ao presidente da câmara a dupla função.

Portanto, dia 20 de janeiro é o dia da independência, dia do aniversário de emancipação política e administrativa do município que em 19 de setembro de 1924 mudou a denominação de Matipó para Raul Soares. É, também, o dia do padroeiro São Sebastião.

O município é sede da Industrial São Sebastião SA, fabricante das ferramentas Tarza, exportadas para várias partes do mundo, como para os países do Mercosul, Reino Unido e Estados Unidos. Também possui expressiva produção de café, que é exportado para vários países - ou seja, Raul Soares é um município exportador, em que considerável parte de sua produção industrial e agrícola é enviada, geralmente, para todo o mundo. O município possui um recanto natural onde vivem centenas de garças, o Paraíso das Garças.


Geografia



Divisão distrital de Raul SoaresO município tem uma população de 24.606 habitantes (IBGE/2009), o seu território é de 777,780 quilômetros quadrados, a altitude é de 294 metros, a densidade demográfica é de 31,7 habitantes por quilômetro quadrado, os limites territoriais são com os municípios de São Pedro dos Ferros, Córrego Novo, Abre Campo, Caputira, Vermelho Novo, Santa Bárbara do Leste, Manhuaçu e Caratinga. A temperatura média anual é de 21,1°C. Em torno de 75% do relevo é montanhoso e o ponto mais alto é a nascente do Ribeirão Sacramento com 1094 metros. Os rios Matipó e Santana compõem a hidrografia.

Raul Soares possui uma economia diversificada, sendo as principais atividades econômicas o comércio, indústria, turismo, pecuária e agricultura. A sede do município conta com o serviços das seguintes agências bancárias: Banco do Brasil SA, CEF - Caixa Econômica Federal, Banco Itaú SA e BANCOOB.

 Educação

As escolas públicas de Raul Soares são a Escola Estadual Regina Pacis, Escola Estadual Benedito Valadares,Escola Municipal "Afonso Vaz", Escola Municipal Manoel Máximo Barbosa e a Escola Municipal João Domingos. As instituições de ensino privadas são: ASSECRAS - Associação Educacional Comunitária de Raul Soares, que oferece o curso de Informática, e Colégio Anglo de Raul Soares; UNIPAC - Universidade Presidente Antonio Carlos; Go Ahead e CCAA (Inglês e Espanhol), Ensino especializado: APROMAI - Associação de Proteção à Maternidade e a Infância e APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. Dentro do território municipal existem muitas outras escolas.

 Comunicação

A cidade de Raul Soares possui como meios de comunicação: a Rádio Comunitária UAI, Jornal de Raul Soares, Jornal Expressão Popular e os provedores de internet Signet e Netinova.

 Esporte e Lazer

A festa com maior destaque é o Carnaval, profissional e organizado, a Semana Santa com o tradicional Teatro da Paixão de Cristo, Exposição Agropecuária, Campeonato de Voo livre, Campeonato Mineiro de Jogo de Damas, Campeonato Regional do Açúcar (Futebol), jet ski no lago do Emboque, Olimpíadas, Festival da Música Estudantil e as comemorações de fim de ano.

Geografia

Subdivisões

Distritos

Povoados


Dilma abre 20 pontos. Folha (*)descobre que Serra é uma fraude

* Publicado em 26/08/2010 Compartilhe Envie Para um Amigo Share with Delicious Share with Digg Share with Facebook Share with LinkedIn Share with MySpace Share on Google Reader Share with Twitter

Em 50 anos, o que ele fez ?
Em 50 anos de vida pública, o que fez o Serra ?
Uma obra, um gesto, uma visão, um ato de nobre ou corajosa liderança.
O que ele fez ?
Nada.
O que pensa esse rapaz, se perguntou, numa sabatina na Folha (*), o filósofo Paulo Arantes.
Nada.
Serra é uma invenção do PiG (**), especialmente do PiG (**) de São Paulo.
Como diz a Veja, ele sempre foi “a elite da elite”.
Para entendê-lo, recomenda-se a leitura de “Teoria do Medalhão”, que, nos “Papéis Avulsos” do Machado, se segue a “O Alienista” …
Serra é um aparatchik dos conservadores.
O último dos autoritários brasileiros, como disse o José Márcio Camargo.
Serra é barriga de aluguel da elite.
Hoje, a Folha (*) corre desesperadamente para não desmoralizar seu instituto de pesquisa que esteve sistematicamente atrás dos outros, e dá uma manchete histérica e provinciana:
Dilma abre 20 pontos (49 a 29) e já bate Serra em São Paulo.
Só neste PiG (**) de quinta categoria é que se dá uma pesquisa de opinião pública na manchete.
Em nenhum jornal sério do mundo isso aconteceria.
Mas, aqui, nesta província que não se separou do Brasil em 1932, aqui eles se acham e compram gravatas na Daslu.
O Serra colhe o que merece.
Vai para casa corrido por um vexame.
Em opróbrio.
Ele chegou mais longe do que merecia.
Como diz esse ordinário blog há muito tempo: sem o PiG (**), os tucanos de São Paulo não passam de Resende.
O Vesgo do Pânico tem mais chance de ser Presidente que o jenio.
Agora, aparece um colonista (***) da Folha (*) para dizer que tucano e oposição pagam por inércia nos últimos oito anos.
Inércia ?
Se o leitor da Folha (*) ler isso vai ficar espantado.
Como, “inércia” ?, se o PiG (**) tentou o Golpe de Direita incansavelmente, com o Serra por trás, com a mão de gato ?
A elite não ficou inerte, não.
Pode ter jogado a carta errada – a do Golpe.
Mas, trabalhou diariamente, obstinadamente para derrubar o que não sabe falar inglês.
Na sua infinita arrogância, a elite achou que bastava um paulista alucinado para derrotar esse operário metalúrgico.
Um alucinado contido pela racionalidade untuosa do Farol de Alexandria: seria uma moleza derrotar o nordestino.
A elite não percebeu o que se passava à sua volta.
A elite de São Paulo foi atropelada pela Classe C do Lula.
O Serra só tem uma bala na agulha:
A baixaria.
Um misto de Eduardo Jorge com Ali Kamel.
O mensalão, a pilha de dinheiro do delegado Bruno, a omissão do desastre da Gol … nada disso colou em 2006.
Não vai colar agora.
Bye-bye Serra forever.

Paulo Henrique Amorim
Conversa Afiada
Datafolha: Dilma abre 20 pontos e já vence Serra em SP

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, segue ganhando espaço e aparece com 49% das intenções de voto, 20 pontos porcentuais a mais que seu principal adversário, o candidato tucano ao Palácio do Planalto, José Serra, que está com 29%. Os dados são da nova pesquisa Datafolha, realizada nos dias 23 e 24 e publicada na edição de hoje do jornal Folha de S.Paulo. No levantamento anterior, do dia 20, Dilma tinha 47% e Serra 30%. A candidata do PV, Marina Silva, manteve-se com 9% das intenções de voto.

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A novidade da pesquisa é que a petista agora bate Serra em São Paulo, no Rio Grande do Sul e no Paraná - Estados que, até o momento, eram redutos do tucano. Em São Paulo, Dilma registra 41% das intenções de voto, ante 34% na pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 9 a 12 de agosto. Já Serra, que aparecia com 41%, agora registra 36%. No Rio Grande do Sul, a petista saiu 35% para 43%, enquanto Serra foi de 43% para 39%. No Paraná, Dilma tinha 34% e agora registra 43%, ao passo que o tucano caiu de 41% para 34%.

Em eventual segundo turno, a petista também ampliou sua vantagem em relação a Serra. Dilma passou de 53% na semana passada para 55%. O tucano, por outro lado, caiu de 39% para 36%. Na pesquisa espontânea - em que os eleitores não têm acesso prévio ao nome dos candidatos - Dilma passou de 31% no dia 20 para 35% agora, enquanto Serra foi de 17% para 18%.

A mais recente pesquisa Datafolha, contratada pelo jornal Folha de S.Paulo e pela Rede Globo, foi realizada com 10.948 eleitores em 385 municípios. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 25.473/2010.

Fonte: Yahoo Notícias




quarta-feira, 25 de agosto de 2010

E SERRA FALA QUE TRABALHOU PELA SAÚDE PÚBLICA, HEIM!

Ministério da Saúde amplia atendimento contra o câncer no SUS

Foram incluídos 9 tratamentos, entre os quais câncer de fígado e de mama.
Valor pago por 66 procedimentos foi aumentado em até dez vezes.

Do G1, em Brasília
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, participa de cerimônia de assinatura de portarias para o setor de oncologia O ministro da Saúde, José Gomes Temporão,
participa de cerimônia de assinatura de portarias para
o setor de oncologia (Foto: Antonio Cruz/AB)
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (25) a inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) de nove novos tratamentos para câncer de fígado e de mama, leucemia aguda e linfoma. O pacote de medidas também prevê ampliação, em até 10 vezes, do valor pago por 66 procedimentos já realizados por hospitais conveniados.
Foram liberados R$ 412,7 milhões para serem investidos na reestruturação da assistência em oncologia no Sistema Único de Saúde (SUS). “Esta é a maior mudança na atenção oncológica desde 1999, quando foi instituída a nova política para o setor. As alterações vão impactar de forma muito positiva na qualidade do atendimento dos 300 mil brasileiros que todos os anos acessam o Sistema Único de Saúde para o tratamento do câncer”, disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Nesta quarta, Temporão assinou duas portarias que reestruturam o setor e permitem a liberação de recursos a estados, Distrito Federal e municípios. “Esses investimentos a mais projetam o gasto global do Ministério da Saúde para o tratamento dessa doença para R$ 2 bilhões”, afirmou.
A aprovação dos novos valores vai permitir que esquemas quimioterápicos recentes, que adotam novos medicamentos, possam ser adquiridos e fornecidos pelos hospitais habilitados no SUS para tratar o câncer. “Estas mudanças permitem remunerar melhor os procedimentos, como também que novas técnicas e novas tecnologias sejam colocadas à disposição dos pacientes”, disse o ministro. “Permitem, por exemplo, a utilização no SUS de novas drogas, como o Rituximabe (nome comercial Mabthera), medicamento indicado para linfoma”, completou Temporão.
Além dos novos tratamentos, os recursos adicionais serão usados também no reajuste do valor pago pelo SUS aos hospitais que realizam serviços de radioterapia.
Temporão negou que as medidas anunciadas tenham caráter eleitoreiro e afirmou que vinham sendo estudadas pelo governo há oito meses.
Tratamento mais inteligente
O Rituximabe é um medicamento de anticorpos monoclonais, que combatem as células cancerosas preservando as sadias. Como não estava disponível no SUS, até hoje, os usuários da rede pública com linfoma vinham sendo submetidos à quimioterapia convencional, que não assegura os mesmos resultados.
O pacote anunciado por Temporão também lança novas diretrizes diagnósticas e terapêuticas: para o tratamento de câncer no intestino, pulmão e fígado, e para linfoma difuso de grandes células e tumor cerebral. As cinco diretrizes ficarão em consulta pública por 40 dias, para que a comunidade científica apresente propostas e sugestões.
O amigo navegante Adilson Filho acaba de compor essa obra-prima do cancioneiro drummondiano:

Adilson (E agora?)

E agora, José?!

E agora, José?! (ou Canção do dia “pra sempre”)

E agora, José?

A festa acabou,

a Dilma ganhou

o Índio sumiu,

a Globo mudou..

e agora, José?

e agora, você?


você que é sem graça,

que zomba da massa,

você que fez plágio

que amou o pedágio

e agora, José?


Está sem “migué”

está sem discurso,

está sem caminho..

não pode beber,

não pode fumar,

cuspir não se pode,

nem mesmo blogar?


a noite esfriou,

o farol apagou

o voto não veio,

o pobre não veio,

o rico não veio..

não veio a utopia

não veio o João

tão pouco a Maria


e tudo acabou

o Diogo fugiu

o Bornhausen mofou,

e agora, José


E agora, José ?

Sua outra palavra,

seu instante de Lula:

careca de barba!

sua gula e jejum,

sua favela dourada

sua “São-Paulo de ouro”

seu telhado de vidro,

sua incoerência,

seu ódio – e agora ?


com a chave na mão

quer abrir qualquer porta,

não existe porta;

o navio afundou

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

nem Rio, Bahia, Sergipe, Goiás..

José, e agora ?


Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa da despedida

e a Miriam tirasse…

se você dormisse,

se você cansasse,

como o leitor do Noblat

se você “morresse”

Mas você não morre,

você é vaso “duro”, José !


E sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem megalomania

Sem Folha, O Globo, Estadão, o Dia..

sem Cantanhede

para se encostar,

sem o cheiro da massa

pra você respirar..


e sem cavalo grego

que fuja a galope,

sem o Ali Babá

pra lhe arranjar algum golpe,

você marcha, José !

José, pra onde?

pra sempre?


E agora, José?

Se quando a festa acabou, o povo falou

que sem você, podia muito mais..

Então, nesse caso: Até nunca mais, José!

 ps: O Dia foi só pra compor a rima.

terça-feira, 24 de agosto de 2010



Prediger chega ao Cruzeiro disposto a agarrar 'grande chance' na carreira

Gustavo Andrade
Em Belo Horizonte


O Cruzeiro apresentou na tarde desta segunda-feira o volante argentino Sebastián Prediger, que chega ao clube mineiro emprestado pelo Porto. Depois de passagem curta pelo Boca Juniors e poucas oportunidades no time português, o jogador que completará 24 anos no dia 4 de setembro vê no novo clube, e no futebol brasileiro, uma grande oportunidade para a carreira.

“Para mim é muito importante a chegada ao Brasil, porque Cruzeiro é muito grande, joga muitos campeonatos, já foi campeão da Libertadores. Creio que é uma grande oportunidade e é um objetivo muito lindo jogar pelo Cruzeiro”, afirmou.

O volante destacou que sua passagem pelo Boca Juniors foi prejudicada pelo mau rendimento de toda a equipe, que brigou na parte de baixo da tabela do Campeonato Argentino.

“Minha passagem pelo Boca foi um período de três meses numa temporada muito difícil não apenas para mim, mas para os meus companheiros também. O Boca não atravessava bom momento, mas isso já passou, estou aqui no Cruzeiro e espero dar o melhor de mim para essa equipe”, disse.

Pelo Porto, Prediger disputou apenas dois jogos oficiais e no Boca Juniors outros três. O volante esteve em campo pela última vez na última rodada do Torneio Clausura do Campeonato Argentino, no primeiro semestre, mas acredita que não terá problemas para adquirir a melhor forma física.

“Última partida que joguei foi pelo Boca na última rodada do torneio passado. Eu estava treinando no Porto e necessito de alguns dias para ficar bem fisicamente e para começar a jogar”, afirmou.

Prediger foi emprestado pelo Porto por um ano. Ao fim desse período, o Cruzeiro tem preferência para a compra de 50% dos direitos do jogador por 2 milhões de euros. Segundo o diretor de futebol, Dimas Fonseca, o clube mineiro pagará 200 mil euros de salário ao atleta por todo o período de contrato, o que equivale a cerca de R$ 37 mil mensais.

O jogador argentino relatou como aconteceu o contato para sua chegada ao Cruzeiro, que já conta com seus compatriotas Montillo e Ernesto Farías. “Estava treinando no Porto, dono do meu passe, e o diretor esportivo me falou sobre a possibilidade de vir para o Cruzeiro, o que me interessou muito. Tive boas informações do “El tecla” (apelido de Ernesto Farías), com quem joguei no Porto e acho que fiz a melhor opção”, comentou.

No Cruzeiro, o jogador argentino se juntará a um grupo de outros sete volantes (Henrique, Fabrício, Marquinhos Paraná, Everton, Elicarlos, Fabinho e Pablo, que atua também como lateral-esquerdo). Prediger crê que a presença na equipe titular dependerá de melhor condição física e técnica.

“Creio que quem estiver melhor jogará”, avaliou Prediger, que se diz um volante marcador. “Sou um (camisa) cinco de muita marcação, e que, quando tem a bola, saio bem”, acrescentou.

Em prévia do Mundial, Brasil desafia algoz recente por 9º título do GP

Do UOL Esporte
Em São Paulo
 A Itália é a adversária a ser batida. Esta é a convicção de José Roberto Guimarães. E se levar em consideração os dois últimos encontros entre as duas equipes, o treinador tem razão. Algoz recente da seleção brasileira feminina de vôlei, a Azzurra é o principal desafio do time verde-amarelo em busca do nono título do Grand Prix, em prévia do Campeonato Mundial.
Todas as seis seleções classificadas para a fase final do Grand Prix estarão no Mundial, que será disputado no Japão entre os dias 29 de outubro e 14 de novembro. Enquanto ensaiam para a competição mais importante do ano, as equipes brigam pelo título da 18ª edição do GP.
Soberano no torneio, o Brasil terá que passar pela Itália. Nos dois últimos encontros, vitórias das europeias. A mais recente ocorreu na primeira fase com o convincente 3 a 1 da Azzurra sobre as comandadas de Zé Roberto em São Carlos (SP). Além das rivais, o time verde-amarelo enfrenta China, Estados Unidos, Polônia e Japão a partir desta quarta-feira.
“Chegamos ao momento mais importante do campeonato. Aproveitamos o final da primeira fase para testar e dar ritmo a todas as jogadoras. Os cinco jogos decisivos que teremos pela frente serão muito difíceis e precisaremos contar com todas as atletas. Agora, cada ponto será importante para o resultado final. Cada jogo representará um degrau na tabela de classificação”, disse Zé Roberto.
Confira a seguir alguns dos destaques da fase final:

ATUAL CAMPEÃO

TROCA DE 'CORAÇÃO'
O técnico Zé Roberto costumava dizer que Fofão era o coração da seleção brasileira. E justamente nesta posição encontra dificuldade em achar uma substituta à altura. No ano passado, Ana Tiemi foi a reserva de Dani Lins. Nesta edição, Fabíola ganhou a vaga e tem sido bastante utilizada pelo treinador. Outra posição que sofreu alteração foi a meio-de-rede. Carol Gattaz saiu para a entrada de Adenízia. O restante da equipe é a mesma que conquistou o oitavo título do Grand Prix, em 2009.
DESTAQUE
Sheilla foi, de fato, bola de segurança do Brasil. A oposta é maior pontuadora da equipe e fechou 1ª fase como a 2ª melhor atacante do torneio (50,31%).
PAREDÃO
Com seus 1,96m
de altura, Thaísa é principal referência de bloqueio do time. A central é a 2ª na lista de melhores no fundamento. Ela tem ainda o quarto melhor saque da 1ª fase do Grand Prix.

OS ADVERSÁRIOS NA FASE FINAL

ITÁLIA
Embora nunca tenha conquistado o Grand Prix, a Itália é a principal adversária do Brasil. "A Itália é uma equipe extremamente eficiente e com jogadoras muito talentosas, em boas condições físicas e maduras tecnicamente. Além disso, é um time que erra muito pouco, cede poucos pontos de graça ao adversário", fala o técnico. Na 1ª fase, o Brasil perdeu por 3 a 1, em São Carlos (SP), em duelo que as europeias não contaram com três de suas titulares: levantadora Gioli, central Lo Bianco e a líbero Cardullo.
EUA
"Os EUA têm um tipo de jogo parecido com o nosso. Evoluíram ofensiva e defensivamente. O bloqueio é eficiente. O time ganhou com o retorno da Logan e Destinee é uma oposto jovem e talentosa", diz Zé Roberto.
POLÔNIA
"A Polônia fez uma boa campanha. O time costuma apostar nas bolas altas, tem um bloqueio alto e consistente e jogadoras com experiência internacional", analisa o técnico.
JAPÃO
“Japão melhorou
muito nos últimos anos. Esperamos dificuldades. Time joga em velocidade e defende muito. Temos de estar preparados para enfrentar um time com bom volume de jogo”, diz Zé Roberto.
CHINA
"A China é um time que alia força e velocidade. As chinesas têm uma boa defesa, a bola não cai com facilidade. É preciso paciência e concentração para superá-las. E elas jogarão em casa, com o apoio da torcida".

AS ESTRELAS DOS FINALISTAS

PAULA PEQUENO
Ponteira brasileira foi MVP em Pequim-2008, mas briga pela posição
PICCININI
Musa, Piccinini é referência do time italiano e tem a melhor recepção do GP
SAORI KIMURA
Oposta japonesa é maior pontuadora do GP e tem o segundo melhor ataque
YIMEI WANG
Mesmo pesada, oposta chinesa é mais eficiente do time, a quarta do GP
DESTINEE HOOKER
Terceira bloqueadora do GP, norte-americana é a sétima melhor atacante
ANNA BARANSKA
Atacante polonesa está em várias listas, como saque: o 3º do torneio