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terça-feira, 31 de maio de 2011

Um terço das aulas é gasto com atividades burocráticas
Aprendizado do brasileiro é pior do que o de estudantes das nações da OCDE
Publicado no Jornal OTEMPO em 29/05/2011

ANDRÉA JUSTE
FOTO: CHARLES SILVA DUARTE
Corrida. Professor corre contra o tempo para chegar a outra turma e garantir o máximo de aproveitamento em sala de aula
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A matéria do dia já está no quadro negro, às 8h40. Cinco minutos mais tarde, o professor de matemática José Márcio de Oliveira entra na sala do segundo ano do ensino médio da Escola Estadual Técnico Industrial Professor Fontes, no bairro Cidade Nova, região Nordeste de Belo Horizonte. Outros três minutos se passam até que os alunos adolescentes entrem. E pelo menos mais dois minutos até o professor, enfim, conseguir a atenção dos estudantes. Dos 50 minutos previstos de aula, restam 40 para que ele passe o conteúdo da disciplina.
Oliveira não está sozinho nessa luta contra o relógio acompanhada pela reportagem. Uma pesquisa do Banco Mundial (Bird) revelou que, em média, pouco mais de um terço (34%) da aula de 50 minutos no Brasil é consumido com atividades burocráticas - disciplina, chamada e distribuição de tarefas. A avaliação foi feita nas escolas estaduais de Minas Gerais e Pernambuco e municipais do Rio de Janeiro, em 2008 e 2009.
Segundo a pesquisa, coordenada pela economista principal do Banco Mundial para Educação na América Latina, Barbara Bruns, 66% do tempo destinado ao conteúdo, em média, está abaixo do percentual encontrado nas nações da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nesses países, 85% do tempo é usado para o aprendizado. Enquanto no Brasil a média de tempo de aprendizagem é de 33 minutos, nos países da OCDE, é de 42 minutos e 30 segundos.

Indisciplina. Entre um pedido para beber água, outro para ir ao banheiro e diversas intervenções para chamar a atenção dos adolescentes, Oliveira consegue explicar a resolução dos exercícios. Segundo ele, as quatro aulas semanais são insuficientes. "O ideal seriam seis", opina. Mesmo assim, ele opta por fazer a chamada diariamente. "(Isso) me permite visualizar as ausências, saber se existe algum problema", conta. Ele sugere, porém, que é possível otimizar esse tempo, conferindo a lista do professor anterior.
Descaso. Na opinião do economista Gustavo Ioschpe, especialista em economia da educação, os estudantes brasileiros são tratados com descaso pelo sistema educacional. "Nos países em que a educação dá certo, há um comprometimento maior com a ideia de que o aluno precisa aprender e de que a escola e seus profissionais devem ser cobrados por isso", fala.
"Estamos aferrados à ideia de que o importante é colocar a criança na escola, e pronto, e que não é possível se esperar muito do sistema educacional por conta da pobreza do país, o que é uma enorme mentira", alerta Ioschpe.
Carga horária
Congresso. Está em votação um projeto de lei que aumenta de 800 para 960 horas anuais a carga horária para os ensinos fundamental, médio e infantil. O texto prevê ainda aumentar a frequência mínima de 75% para 80%.
FOTO: Alex de Jesus
Atenção. Professor José Márcio de Oliveira leciona há 17 anos e diz que falta perspectiva aos alunos
Alternativas
Tecnologia ajuda a ganhar tempo
O uso da tecnologia pode ajudar a contornar o tempo gasto com as atividades burocráticas. O colégio Pitágoras, unidade do bairro Cidade Jardim, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, por exemplo, oferece recursos multimídia aos professores, para que não precisem escrever no quadro a todo momento. Para Francisco de Assis Assunção, professor de matemática, é interessante não escrever tanto no quadro para tentar preservar a atenção dos adolescentes.
Para ganhar tempo e conteúdo, o Pitágoras também disponibiliza os deveres no site da escola. "Tem uma pasta que passa na sala e onde o professor anota as tarefas. Depois, o conteúdo é colocado no site", explica a diretora da unidade, Cristina Durzi Sarsur.
Daniel Borges da Silva, diretor da Escola Estadual Professor Fontes, diz que o colégio é "até privilegiado" porque conta com recursos de data show. "Temos quatro (equipamentos) data show que podem ir para sala de aula, com notebook, e estamos tentando adquirir outros dois", disse. Cristina lembra, entretanto, que o bom professor deve saber como cada pessoa aprende. "Tem aluno que precisa registrar. Outros aprendem ouvindo".
Com ou sem tecnologia, o especialista em educação Gustavo Ioschpe alerta que os professores precisam ter interesse em melhorar. "Todo professor, por pior que seja sua formação e por menos apoio que tenha da direção da sua escola, pode fazer com que menos tempo de sua aula seja gasto em atividades irrelevantes para o ensino", afirma. (AJ)
FOTO: CHARLES SILVA DUARTE
Desafio. O professor de matemática Francisco de Assis Assunção diz que é comum o aluno se distrair
Indisciplina
Docentes devem criar regras e "combinados" com cada turma
A aula de produção de textos do Colégio Pitágoras, unidade do bairro Cidade Jardim, no quarto horário de quinta-feira, desperta o interesse da maioria dos alunos. Mas a reportagem flagra aqueles que insistem em buscar distrações – mexer no celular ou até tirar um cochilo, debruçado na carteira.
O professor Francisco de Assis Assunção faz diversas interrupções para atrair a atenção de todos. Algumas vezes, nem mesmo precisa interromper sua fala e apenas olha com seriedade para os estudantes que atrapalham o andamento da aula.
Assunção diz que é comum os alunos terem momentos de desconcentração. "É normal o aluno dispersar, pois alterna momentos de interesse. As retomadas (de raciocínio) acontecem a todo instante", explica. "O rendimento vai depender da matéria e da turma, que pode estar dispersa. E também do jeito que o professor conduzir a aula", justifica uma aluna.
Para o professor de matemática José Márcio de Oliveira, da Escola Estadual Professor Fontes, no bairro Cidade Nova, os jovens estudantes não se preocupam em aprender porque não têm "noção do futuro". "Eles não sabem por que têm que estudar matemática, por exemplo. Falta a contextualização da escola na vida deles. Eles precisam entender as profissões do mundo, ter perspectiva, pois muitos sonham é em ganhar um salário mínimo", afirma. Ele defende que a escola em tempo integral pode ajudar a formar melhor esses jovens. "O rendimento em sala depende do comportamento da turma e varia muito do professor, do jeito que ele se impõe e determina o tempo para a aula", fala um estudante da Professor Fontes.
A diretora do Pitágoras da Cidade Jardim, Cristina Durzi Sarsur, acredita que toda escola enfrenta problemas com a falta de disciplina dos alunos. "Nós reforçamos a liderança do professor. É preciso dar condições de trabalho. Ele é o responsável pela transmissão de conteúdo", explica a diretora. Para ela, cada professor deve ter "combinados" e regras com as turmas.
Cristina ressalta, porém, o silêncio em sala não significa atenção dos jovens. "Disciplina é fazer com que o aluno faça o que deve no momento certo", explica. Além disso, afirma, o comprometimento da família é fundamental para que o aluno tenha interesse em aprender. "Se o estudante vir o pai lendo, a mãe estudando, vai valorizar a escola. Se tem motivação, sabe que precisa estudar para melhorar sua qualidade de vida". (AJ)
Minientrevista
"Simplesmente, ninguém ensinou aos professores como se dá aula"
Cláudio de Moura Castro Economista Assessor Especial da Presidência do Grupo Positivo
Qual a sua avaliação sobre o sistema de ensino no Brasil?
Da perspectiva histórica e puramente quantitativa, o sistema atual é um grande sucesso. Ao cabo de cinco séculos, conseguimos universalizar o ensino básico e dar um grande salto no médio. Isso foi feito ainda no século XIX pelos países da Europa e quase feito pela Argentina e Uruguai, no mesmo período. Só nos últimos anos, nós conseguimos isso. É uma vergonha haver levado tanto tempo, mas é assunto para comemorações. Do ponto de vista da qualidade, era ruim e continua ruim. Mas, pelo menos, apesar da grande expansão da matrícula, não piorou, o que podia haver acontecido. Nos últimos dois ou três anos, deu um salto considerável. Ainda é cedo para dizer se continuará a melhorar, mas sempre é um avanço.
A pesquisa compara os resultados do Brasil com os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em que 85% do tempo é usado para o aprendizado. Quais as diferenças da educação no país para com esses demais?
É pura aritmética. O tempo gasto na burocracia é perdido para o aprendizado. Faz uns 20 anos, o Banco Mundial fez outra pesquisa semelhante e encontrou entre 25% e 50% de tempo copiando-se do quadro negro, o que é igualmente estéril do ponto de vista do aprendizado. Simplesmente, ninguém ensinou aos professores como se dá aula, como se prepara aula, como se distribui o tempo durante os 50 minutos de aula. Em vez disso, aprenderam a papaguear frases dos gurus de plantão. Nos países de boa educação, os professores aprendem os conteúdos que deverão ensinar e aprendem a dar aula. Aqui não.
Sobre o dado de 34% do tempo destinado a atividades burocráticas, quais as consequências para o rendimento escolar, aprendizado e para o contexto da educação no Brasil?
É a mesma coisa, gasto na burocracia, roubado do aprendizado de coisas importantes.
O que precisa ser feito para mudar essa estatística no Brasil?
Precisamos de uma mudança radical nas faculdades de educação. Não faz sentido aprender marxismo de segunda, sociologia de terceira classe, memorizar frases dos pedagogos da moda e não aprender a dar aula.
Como esse estudo pode contribuir para mudanças na educação?
É sempre um processo lento. Mas, ao darmos mais visibilidade aos problemas e à sua verificação quantitativa, estamos criando massa crítica para a mudança. Pode ser uma lenta evolução ou pode ser um administrador destemido que cria fatos consumados e bruscos. (AJ)

A SANHA EM CRITICAR O GOVERNO OS DEIXAM CEGOS. NÃO TERÃO A HUMILDADE DE SE DESCULPAREM.

Jornalistas com deficit de letramento

Enviado por luisnassif
Diz o dito popular que médicos enterram seus erros. E os jornalistas os repercutem.
A falta de atenção e capacidade de compreensão do que diz o  livro didático Por uma Vida Melhor, da editora Global é indicativo de deficit de letramento entre jornalistas. Junte-se a problemas de leitura, interesses mercadológicos, ignorância científica, leviandade intelectual e oportunismo político.
São inúmeros os sintomas do deficit de letramento. Entre eles, dificuldade de relacionar textos (problemas com a intertextualidade), desatenção ao cotexto em que aparecem as sentenças  e incapacidade de  associar o texto ao contexto de enunciação - para não falar nas posições discursivas, mas isso é outra história.
O problema não é só encontrado no ensino básico.  É comum que o deficit de letramento seja detectado também em outros níveis de escolaridade, mesmo entre aqueles que, em suas profissões, fazem largo uso da leitura e da escrita.
Linguistas já chamaram a atenção para o fato de que se estes jornalistas fossem submetidos ao PISA seriam reprovados.
Aqui a lista de jornalistas e intelectuais que precisam aprimorar sua leitura.
No caso deles, talvez não seja difícil.
____________
 
Clóvis Rossi (Folha de SP): atribuiu aos autores do livro "crimes linguisticos" e "argumentos delinquenciais". Fundamentou seus ataques a uma pequena passagem do livro. O capítulo não era tão grande para ele se abster da leitura. Uma das marcas do deficit de letramento é a incapacidade de fazer correlações cotextuais. Interpretou "demonstração linguistica" com "pregação linguística", o que não cabe a este ramo do saber.
Flávia Salme (IG): levou a escolas sua leitura equivocada do livro. Induziu alunos a se pronunciarem contra. No seu texto, confunde modalidade e registro com normas.
William Waack (Rede Globo): iniciou o programa Painel, da GloboNews, perguntando se é "certo ensinar errado". Tímido com a explicação de Maria Alice Setubal, professora convidada, pergunta :"Embarcamos numa furada?". Ela responde: "sim". Nem Afonso Romano o apoiou.
Mônica Waldvogel (Globo): a reportagem de abertura do programa Entre Aspas, por meio de um recorte descontextualizado do livro,  induz os entrevistados a condenarem  a obra, os autores e o MEC. Cala-se diante das intervenções de Cristóvão Tezza e Marcelino Freitas.
Jornalista do jornal O Globo (vários): as reportagens sobre o livro didático foram assinadas por vários jornalistas. Todos insistiram na tese - não confirmada - de que o livro contém "erros grosseiros de português".
Augusto Nunes (Veja): perseguiu a professora Heloísa Ramos, durante dias. A professora é consultora da revista Nova Escola, da própria Abril, a que serve o jornalista.
Reinaldo Azevedo (Veja): a partir de trechos soltos, confundiu demonstração linguistica com pregação política. Partidarizou o que é consenso no campo da linguistica internacional.
Merval Pereira (Globo): fez afirmações fora do escopo da obra: "o Ministério da Educação está estimulando os alunos brasileiros a cultivarem seus erros”. Não há passagem clara neste sentido no livro.
Carlos Alberto Sardenberg (Globo): chegou a afirmar que o livro defende o modo de falar do ex-presidente Lula. Não leu o livro.
 
A mea-culpa da Folha de São Paulo, no editorial "Os livro", não foi acompanhada do necessário pedido de desculpas aos autores da obra. A seu favor, deve-se frisar que o jornal publicou dois artigos que mostram que nem todos deixaram de se ater à obra para comentá-la.  Ressalte-se aqui a honestidade intelectual de Hélio Schwartsman e de Thais Nicoleti de Camargo.
 
Quem mais criticou sem ler?
Marcos Vilaça (Presidente da Academia Brasileira de Letras). Caso gravíssimo. O presidente da instiuição responsável pela memória das letras no país sequer teve o cuidado de consultar a obra. Acreditou no que foi levado pelos jornalistas. Desacreditou a instituição.
Ruy Castro (Escritor). Ele não leu o livro e se indignou com o que não havia sido escrito na obra. O escritor vive da leitura de livros. Mas ele mesmo não deu o exemplo.
Evanildo Bechara (Gramático). Cometeu o erro mais grave de sua carreira acadêmica. Criticou autores sem ter lido o livro. Um gramático não pode desconhecer a necessidade de ler para emitir juízos.
Edgar Flexa Ribeiro (Educador). Ele também não leu o livro e emitiu opinião a partir de trechos descontextualizados. Envolvido com educação, deu um passo em falso e será cobrado por isso.
Cristóvão Buarque (Senador). Sem ler o livro, diz que a obra pode prejudicar alunos. Este é  um caso bastante sintomático. Como sua bandeira é a Educação, poderia ter sido mais cuidadoso ou pelo menos ter lido o capítulo em que aparecem as citações da imprensa. Sem fundamentação na realidade do que estava escrito no livro, declarou: "Existe um risco de se criar duas formas de falar o português" (existem várias formas de falar português, até porque toda língua é constituída por dialetos, como fica claro nas diferenças entre o Português Europeu e o Português Brasileiro); "os estudantes da rede pública, ao adotar erros de concordância verbal como regra, não terão a menor chance de passar em um concurso" (o livro em nenhum momento diz isso); "Tem que se ter em mente uma questão fundamental: sotaque e regionalismos são uma coisa, a língua portuguesa é outra" (esta diferença é absurda do ponto de vista das ciências linguísticas").
Todos os personagens acima devem desculpas à professora Heloísa Ramos e à ONG Ação Educativa. Eles se deixaram levar pela cobertura da imprensa. Pode-se desculpá-los por isso, mas é bom que reflitam.
Considero que estamos diante de um novo caso Escola Base, e todos que não se retratarem terão ajudado a constituir um novo crime de imprensa.
A professora Heloísa Cerri Ramos foi atacada pelos blogs da Veja, que tentaram ridicularizá-la. Já a Ação Educativa, com 15 anos de existência, e inúmeros projetos de pesquisa no campo da educação*, além de ações como pontos de leitura, também foi caluniada sem direito á resposta.
Todos estes jornalistas e intelectuais citados apresentaram problemas graves de letramento. Recomenda-se que repensem o que disseram e tenham a humildade de consultar o capítulo, antes de emitir novas opiniões.
Além disso, um pedido de desculpas não faz mal a ninguém.
A educação brasileira agradece.
______
* A ONG é responsável, junto com o Instituto Paulo Montenegro, pelo Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional, pesquisa de acompanhamento permanente.
Diante dos problemas com os jornalistas, as estatísticas devem ter piorado.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

INTERESSANTE QUE NA CONVENÇÃO DEMOTUCANA, NÃO SE VIU NENHUM DIFERENCIADO, PORQUE SERÁ?

Arrumaram ocupação para o Cerra. O que o Bessinha acha disso ?





Os tucanos arrumaram uma ocupação para o Padim Pade Cerra – veja na Folha (*), pág.  A12:

Cerra vai dirigir um instituto político.

O interessante é que os tucanos já têm um instituto “político”, que leva o nome de Teotônio Vilela (que morreria de vergonha dessa companhia …)

Só que para a presidência do Teotônio Vilela vai o Tasso tenho jatinho porque posso, já que o Aécio Neves,  aquele do bafômetro, o colocou lá.

Para a presidência do partido dos tucanos fica o Sergio Guerra, porque o Aécio do bafômetro o colocou lá.

Ou seja, o Cerra perdeu todas.

Mas, ganhou um playmobil.

Um “instituto político”, que só existirá no PiG (**).

(Esses tucanos de São Paulo não passariam de Resende, não fosse o PiG (**).)

Essa questão põe em relevo uma pergunta que não abandona os amigos navegantes deste ansioso blog:

De que vive o Padim Pade Cerra ?

De onde ele retira o sustento da família ?

Da Engenharia ?

Da Economia ?

(Mas, ele não tem diploma de um nem do outro …)

Do Magistério ?

Qual é o salário do Presidente do Instituto Político Padim Pade Cerra ?

Da empresa Decidir.com, cuja fundação em Miami (êpa ! êpa !, Miami ?) está aqui ?, e cujo capital cresceu mais rápido do que a empresa imobiliária do Tony Palocci?

Vocês já devem ter percebido o que o Bessinha acha dessa convenção dos tucanos.


Paulo Henrique Amorim

domingo, 29 de maio de 2011

Lista de políticos donos da mídia



O Ministério das Comunicações passará a divulgar em seu site, a partir de segunda-feira, a lista dos donos de concessões de rádio e TV no País - incluindo os 56 deputados e senadores que são sócios ou têm parentes no comando de emissoras. A lista é uma antiga reivindicação de entidades de fiscalização do setor e já havia sido divulgada em 2003, mas foi retirada do ar em seguida por pressão de políticos contrários à divulgação. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Dos 594 parlamentares, 56 são sócios ou têm parentes no comando de emissoras. Desses, 12 são do PMDB, partido que presidiu o País no governo de José Sarney (PMDB-AP), quando houve grande distribuição de concessões em troca de apoio político no Congresso. O DEM vem logo em seguida, com 11 congressistas na lista. O partido era aliado do governo Sarney e comandava o Ministério das Comunicações, que na época era ocupado por Antonio Carlos Magalhães - cuja família controla um grupo de rádio e TV na Bahia. A legislação atual não impede que políticos sejam sócios de rádio ou TV, mas é vedada sua participação em cargos de diretor. A prática enfrenta acusações de uso das emissoras para alavancar candidaturas e prejudicar adversários. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, recentemente defendeu a proibição de que políticos sejam sócios de emissoras, mas a proibição é considerada politicamente inviável. Procurados, alguns dos parlamentares citados na lista do ministério disseram não ser mais sócios das emissoras, mas que a mudança ainda está em processo.

Para os leitores que quiserem ver antecipadamente a lista dos donos da mídia, nós temos publicado aqui desde 2007

Mulheres na mira


Partidos têm quatro meses para atrair candidatas e atender à cota estabelecida por lei para o pleito de 2012
A quatro meses do prazo legal para que candidatos às eleições de 2012 se filiem ou mudem de legendas, os partidos políticos se dedicam a um velho esporte no qual nunca foram bem-sucedidos: atrair as mulheres para concorrer às eleições das câmaras municipais. Ainda inseguros quanto a qual critério prevalecerá na montagem das chapas, os diretórios partidários sabem que poderão, às vésperas do pleito do ano que vem, esbarrar no entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que cada partido ou coligação preencherá nas chapas proporcionais o mínimo de 30% e o máximo de 70% das vagas para cada sexo. Nas eleições do ano passado, a determinação da minirreforma eleitoral, a Lei n° 12.034/2009, não foi integralmente aplicada: a média de candidatas à Câmara dos Deputados apresentadas pelos 26 estados e o Distrito Federal foi de 19%. Para as assembleias legislativas, as chapas proporcionais tiveram, em média, 21% de candidatas.
Para o ano que vem, os partidos não querem ser surpreendidos. Apressam-se em localizar mulheres interessadas em se filiar e concorrer às câmaras municipais. Elas resistem: envolvem-se em causas, associam-se em busca de seus direitos, mas sem estrutura e sem o know-how para se lançar à busca do financiamento das campanhas, não se sentem motivadas a ingressar na política partidária.
"Temos de implorar, pedir para os maridos. Elas não querem enfrentar o desafio porque, além dos filhos e das responsabilidades domésticas, também são lutadoras e trabalham fora", afirma a prefeita de Carmópolis de Minas, Maria do Carmo Rabelo Lara (PSDB-MG).
A dificuldade à qual Maria do Carmo se refere para arregimentar mulheres interessadas em concorrer a uma cadeira na Câmara Municipal da cidade ficou patente nas eleições de 2008. Trinta e dois homens concorreram a uma das sete cadeiras. Oito mulheres se aventuraram. Das urnas saíram seis vereadores eleitos e uma mulher, Maria Aparecida Lara (PSDB), pediatra, cunhada da prefeita eleita.


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Aldo Rebelo fala do Código Florestal como você nunca viu

SAIBA MAIS-Últimos momentos do voo AF447 antes da queda no mar

PARIS (Reuters) - Veja abaixo uma lista dos acontecimento com o voo AF447 da Air France e as últimas palavras dos pilotos, divulgadas em uma atualização da investigação conduzida pelo BEA, a autoridade francesa que investiga acidentes aéreos.
O Airbus A330 caiu no oceano Atlântico após decolar em 31 de maio de 2009 do Rio de Janeiro para Paris, matando todas as 228 pessoas a bordo. O BEA deve publicar um relatório mais completo nos próximos meses.
As informações a seguir foram tiradas da tradução em inglês feita pelo BEA da atualização da investigação, divulgada nesta sexta-feira.
O capitão e dois co-pilotos estavam a bordo. O BEA se refere ao piloto comandando a aeronave -- na maior parte do tempo analisado o menos experiente dos três pilotos -- como "PF", enquanto o piloto fora dos controles é chamado de "PNF".
Os horários são do meridiano de Greenwich (três horas à frente do horário de Brasília).
31 de maio de 2009, 22h29 GMT - Decolagem.
1o de junho, 1h55 - O capitão acordou o segundo co-piloto, disse: "Ele vai assumir meu lugar" e deixou o cockpit.
2h06 e 04 segundos - O PF chamou a tripulação de cabine, pedindo que ficasse atenta porque havia turbulência a caminho. "Vai sacudir um pouco mais do que agora", disse.
2h08 e 07 segundos - O PNF disse "talvez você possa ir um pouco para a esquerda" e o avião iniciou uma curva suave para a esquerda. A turbulência aumentou ligeiramente e a tripulação decidiu reduzir a velocidade.
A partir de 2h10 e 05 segundos - Pilotagem e aceleração automáticas desligadas e o PF disse: "Assumi os controles". O avião começou a inclinar para a direita e o PF tentou erguer o nariz para a esquerda. O alerta de pane soou duas vezes em seguida. Os parâmetros registrados mostram uma queda brusca de velocidade.
2h10 e 16 segundos - O PNF disse: "Então, perdemos as velocidades" e depois "regra alternativa...". O avião começou a subir. O PF tentou abaixar o nariz e o avião inclinou-se alternadamente para a esquerda e a direita.
A partir de 2h10 e 50 segundos - O PNF tentou várias vezes chamar o capitão de volta à cabine de comando.
2h10 e 51 segundos - O alerta de pane foi acionado novamente. O PF continuou tentando levantar o nariz. A altitude chegou ao máximo de cerca de 38 mil pés.
2h11 e 40 segundos - O capitão voltou à cabine de comando. Nos segundos seguintes, todas as velocidades registradas se tornaram inválidas e o alerta de pane parou. A altitude era de cerca de 35 mil pés, mas a aeronave estava descendo a cerca de 10 mil pés por minuto.
2h12 e 2 segundos - O PF disse: "Não tenho mais nenhum indicador", e o PNF disse "não temos indicadores válidos".
Cerca de quinze segundos depois, o PF empurrou o nariz para baixo. O ângulo de ataque diminuiu, as velocidades se tornaram inválidas novamente e o alerta de pane soou outra vez.
2h13 e 32 segundos - O PF disse que a altitude do avião estava se aproximando dos 10 mil pés. Cerca de quinze segundos depois, empuxos simultâneos dos dois pilotos nas alavancas laterais foram registrados e o PF disse "vá em frente, você tem os controles".
2h14 e 28 segundos - A gravação terminou.
(Reportagem de Helen Massy-Beresford e Leila Abboud)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Taxa de desemprego é a menor para abril desde 2002, diz IBGE

A taxa de desocupação nas seis regiões metropolitanas avaliadas pela PME (Pesquisa Mensal de Emprego) foi de 6,4% em abril, de acordo dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esta é a menor taxa para um mês de abril desde 2002.
O número de desocupados no mês foi de 1,5 milhão de pessoas e ficou estável em relação ao mês de março (que registrou variação de 6,5%). A população ocupada (22,3 milhões) também permaneceu estável em comparação com março.
A PME é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Em relação a abril de 2010, houve queda de 10,1% no número de desocupadas.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 10,8 milhões e não apresentou variação significativa em relação a março. Na comparação com abril de 2010, houve aumento de 6,8%, representando um adicional de 686 mil postos de trabalho com carteira assinada.
O rendimento médio real (desconta a inflação) dos ocupados foi de R$ 1.540 e representa um recuo de 1,8% na comparação com março, enquanto registra um aumento de 1,8% na comparação com abril do ano passado.
O nível da ocupação --proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade economicamente ativa-- estimado em abril foi de 53,4% no total das seis regiões. Na relação com março não houve variação, mas registrou elevação de 0,5 ponto percentual na comparação com abril do ano passado.
Regionalmente, na comparação mensal, todas as regiões mantiveram estabilidade nesse indicador. Frente a abril de 2010, ocorreu variação significativa apenas em Porto Alegre (alta de 2,6 pontos percentuais)
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Misteriosa empresa de participações de ACM Neto é inapta pelo artigo 171


ACM Neto (DEMos/BA) é dono da empresa ANRE Participações e Empreendimentos Ltda.
O que faz essa empresa?
Quem são seus clientes?
Quais são as participações?
Quais são os empreendimentos da empresa?
Como saber se não há conflitos éticos com o exercício do mandato?
ACM Neto é um dos mais salientes conspiradores da oposição, empenhado em derrubar o ministro Antônio Palocci.
Como pau que bate em Chico também bate me Francisco, que tal a mesma devassa na empresa de ACM Neto, que ele sugere fazer na de Palocci?

Empresa inapta com base no artigo 171 do R-ICMS

Como agravante, a empresa teve a inscrição estadual cassada pela Secretaria da Fazenda da Bahia, porque não sanou irregularidades, após esgotados os prazos de intimação.
O artigo da lei que aplicou a inaptadão da empresa atende pelo singelo número 171 do Regulamento do ICMS.
Será que é ético um Deputado Federal se lixar para o fisco de seu estado, não cumprindo sequer intimações feitas a empresa?

Empresa da filha do José Serra cresceu 50.000 vezes em apenas 42 dias


Em primeira mão no blog Os Amigos do Brasil em 25/05/2011 às 23:40 -
A imprensa brasileira que divulgou o dossiê Palocci, noticiando que seu patrimônio aumentou 20 vezes em 4 anos, o que dirá do aumento vertiginoso de 50.000 vezes da empresa da filha de José Serra (PSDB/SP) em 42 dias?
Verônica Allende Serra, filha de José Serra, era sócia da empresa DECIDIR.COM BRASIL, já conhecida de outras reportagens.
A empresa teve seu capital multiplicado por 50.000 (cinquenta mil vezes)… repetindo para você ter certeza do que está lendo: 50 MIL VEZES!
E isso em apenas 42 dias.
A empresa foi criada no dia 8 de fevereiro de 2000, com capital de R$ 100,00 (cem reais).
Quinze dias depois, no dia 22 de fevereiro de 2000, o nome da empresa mudou para “Decidir.com Brasil S.A.” e a sócia Verônica Allende Serra (filha de José Serra) assumiu o cargo de Diretora e de Vice-presidente da empresa.
Em 21 de março de 2000, passados 42 dias da criação da empresa, o capital foi aumentado para R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), ou seja 50 mil vezes o valor incial.
Detalhes:
Verônica Allende Serra não era apenas filha de José Serra. Também era sócia do pai em outra empresa, de consultoria, simultaneamente: na ACP – ANÁLISE DA CONJUNTURA ECONÔMICA E PERSPECTIVAS LTDA (conforme citado na ação proposta do Ministério Público Federal, aqui)
José Serra era ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso, nesta época, e pré-candidato à presidência da República.
O Ministério Público Federal apurou que José Serra NÃO DECLAROU sua empresa de consultoria à Justiça Eleitoral, nas eleições em que concorreu em 1994, 1996 e 2002.

Documentação comprova:

Nosso blog não precisou bisbilhotar o sigilo fiscal na Secretaria de Fazenda de São Paulo (comanda pelo serrista Mauro Ricardo), para obter os documentos abaixo:

terça-feira, 24 de maio de 2011

Aldo Rebelo: Carta Aberta à presidente Dilma Rousseff

Excelentíssima presidente Dilma Rousseff,

Diante da iminente votação do novo Código Florestal, e na condição de relator do projeto na Câmara dos Deputados, sinto-me no dever de prestar breves esclarecimentos sobre o assunto no sentido de ajudá-la na compreensão dos aspectos aparentemente polêmicos da matéria em discussão.
 
Os adversários da atualização do Código insistem na patranha de que meu relatório "anistia" desmatadores. A verdade é que a "anistia" existente e que está em vigor é a assinada pelo ministro Carlos Minc e pelo presidente Lula em junho de 2008 e renovada em dezembro de 2009, no Decreto 7.029/09.
O presidente e o ministro perceberam que quase 100% dos 5 milhões e 200 mil agricultores, 4 milhões e 300 mil deles pequenos proprietários, não teriam como cumprir a legislação alterada por força de medidas provisórias nunca votadas no Congresso, decretos, portarias, instruções normativas e resoluções absurdas do Conama.

Transcrevo a seguir o Artigo 6º do decreto em vigor e que expira em 11 de junho:

1) O decreto suspende a aplicação das multas relativas a APP e RL

§ 1º. A partir da data de adesão ao "Programa Mais Ambiente", o proprietário ou possuidor não será autuado com base nos arts. 43, 48, 51 e 55 do Decreto nº 6.514, de 2008, desde que a infração tenha sido cometida até o dia anterior à data de publicação deste Decreto e que cumpra as obrigações previstas no Termo de Adesão e Compromisso.

Importante destacar que os artigos mencionados tratam dos crimes de destruição e danificação de florestas e vegetação nativa em Área de Preservação Permanente -- APP (43) ou de impedir e dificultar regeneração de vegetação nativa (48), e em Reserva Legal (art. 48, art. 51, art. 55), que não seriam mais autuados ou seja, suspendendo na prática a lei de crimes ambientais.

2) O decreto suspende as multas já lavradas:

§ 2º A adesão ao "Programa Mais Ambiente" suspenderá a cobrança das multas aplicadas em decorrência das infrações aos dispositivos referidos no § 1º, exceto nos casos de processos com julgamento definitivo na esfera administrativa.

O Programa Mais Ambiente suspende multas já aplicadas para todos os que a ele aderirem.

3) Cumpridas as exigências do Programa, as multas aplicadas não serão cobradas:

§ 3º Cumprido integralmente o Termo de Adesão e Compromisso nos prazos e condições estabelecidos, as multas aplicadas em decorrência das infrações a que se refere o § 1º serão consideradas como convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

Eis a "anistia" em sua plenitude. As aspas são apenas para contestar o conceito, pois de "anistia" não se trata, uma vez que não há perdão mas apenas permuta entre a infração cometida e compromisso da regularização dos proprietários.

O que proponho em meu relatório tem o exato conteúdo do decreto em vigor:

Art. 33º.

§ 4º. Durante o prazo a que se refere o §2º e enquanto estiver sendo cumprindo o Termo de Adesão e Compromisso, o proprietário ou possuidor não poderá ser autuado e serão suspensas as sanções decorrentes de infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas à supressão irregular de vegetação em áreas de reserva legal, áreas de preservação permanente e áreas de uso restrito, nos termos do regulamento.

§ 5º Cumpridas as obrigações estabelecidas no Programa de Regularização Ambiental ou no termo de compromisso para a regularização ambiental das exigências desta lei, nos prazos e condições neles estabelecidos, as multas, referidas neste artigo, serão consideradas como convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, legitimando as áreas que remanesceram ocupadas com atividades agrossivopastoris, regularizando seu uso como área rural consolidada para todos os fins.

Art. 34º. A assinatura de Termo de Adesão e Compromisso para regularização do imóvel ou posse rural junto ao órgão ambiental competente, mencionado no art. 33, suspenderá a punibilidade dos crimes previstos nos arts. 38, 39 e 48 da Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, enquanto este estiver sendo cumprido.

§1º A prescrição ficará interrompida durante o período de suspensão da pretensão punitiva.

§2º Extingue-se a punibilidade com a efetiva regularização prevista nesta lei.

É evidente que não há "anistia", mas a interrupção da prescrição das multas até a adequação dos agricultores aos dispositivos da legislação. O que se busca é estimular a regularização ambiental da agricultura em lugar da solução ineficaz das multas e autuações.

Quanto à consolidação das atividades em Áreas de Preservação Permanente é de se destacar tratar-se de cultivos e pastoreio centenários de pequenas propriedades que não podem ser removidos como se erva daninha fossem. A recuperação de APPs, tanto as de topo de morro, encostas ou margem de rio deve considerar a existência do homem, de sua família, de sua sobrevivência, o que parece não estar presente na preocupação do ambientalismo neomalthusiano.

Confio na Vossa sensibilidade de chefe da Nação para arbitrar com equilíbrio e espírito humanitário a necessidade de combinar preservação ambiental e interesses da agricultura e do povo brasileiro. ONGs internacionais para cá despachadas pelos países ricos e sua agricultura subsidiada pressionam para decidir os rumos do nosso País. Eles já quebraram a agricultura africana e mexicana, com as consequências sociais visíveis. Não podemos permitir que o mesmo aconteça no Brasil. Termino relembrando o Padre Vieira quando alertou em um dos seus sermões: "Não vêm cá buscar nosso bem, vêm buscar nossos bens."

Com apreço e admiração

Aldo Rebelo

Aldo Rebelo: por que é preciso mudar o Código Florestal

Relator da Comissão Especial da Câmara que formulou o novo Código Florestal Brasileiro, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) afirma que a proposta para mudar a legislação "é fruto dessas circunstâncias impostas pela vida, quando a lei se afasta da realidade e não consegue dar conta de discipliná-la". Segundo Aldo, o Código aprovado em 1965 é uma boa lei, mas foi desvirtuado, pondo na ilegalidade e limitando quase 100% dos agricultores.

"Examinando-se o Código de 1965, percebe-se que os problemas não devem ser buscados nos seus princípios, mas sim nas absurdas alterações que sofreu em anos recentes, que o tornaram uma caricatura de si próprio, um arremedo de seu espírito origina", escreve Aldo, na apresentação de seu relatório. Para ele, as absurdas alterações sequer se dão conta de que "a imensa maioria de pequenos e médios proprietários pratica ainda uma agricultura pré-capitalista ou semicapitalista, quase de subsistência, de baixo uso de capital e tecnologia".

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"Assim vai o nosso agricultor, notificado, multado, processado, embargado na sua propriedade, sentenciado, e mal arranca da terra o seu sustento e o da sua família e já se vê sustentando o fiscal ambiental, o soldado, o delegado, o oficial de justiça, o promotor, o desembargador, o advogado, o banqueiro e a ONG que inspirou o seu infortúnio", diz Aldo.

"Da cidade, o homem urbano olha com desdém e desprezo a sua labuta. Se um morro desliza, se o rio poluído invade as cidades, se a enchente causa transtornos, do conforto do seu automóvel ou do apartamento que despeja os resíduos no curso d’água, ele aponta o culpado: aquele sujeito que está plantando uma lavoura, ou criando uma vaca ou uma cabra em algum lugar distante no campo brasileiro", agrega.

Confira abaixo a íntegra da apresentação do novo Código Florestal.

Código Florestal — Apresentação do Parecer do Relator Aldo Rebelo

A Comissão Especial criada para analisar os 11 projetos que tratam de modificações do Código Florestal Brasileiro é fruto dessas circunstâncias impostas pela vida, quando a lei se afasta da realidade e não consegue dar conta de discipliná-la. O Código Florestal é uma boa lei de 1965, preparada por um grupo de trabalho de elevada capacidade jurídica e intelectual, destacando-se entre seus autores a figura ilustre e patriótica do saudoso desembargador Osny Duarte Pereira.

O desembargador era um estudioso das questões nacionais e, antes de integrar a Comissão que preparou o Código Florestal a partir de 1961, já publicara em 1950 um vasto estudo sobre a legislação florestal no mundo e no Brasil, intitulado Direito Florestal Brasileiro. Relatou minuciosamente as preocupações com as florestas ao longo de nossa história, desde os tempos do Brasil colônia, nas Ordenações do Reino. Reuniu o que havia de contemporâneo nas leis florestais de dezenas de países e foi buscar com o mesmo espírito investigativo as normas legais existentes em cada estado brasileiro. É importante notar a epígrafe do trabalho de Osny Duarte Pereira, revelando o universo de suas preocupações ecológicas e econômicas, quase uma dedicatória, quase uma advertência: “Este livro visa mostrar o direito de nossas florestas, para que nunca se extingam as serrarias do Brasil”.


Malgrado o arsenal crítico contra ele, o Código está apoiado na melhor tradição jurídica nacional, inaugurada pelo patriarca de nossa Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva. Bonifácio criou o conceito de Reserva Legal ao propor que um sexto das propriedades fosse destinado à preservação de floresta. O objetivo era resguardar a madeira necessária na proximidade das sedes das fazendas e dos rios, para a construção naval e civil e para o consumo na forma de energia. Era um tempo em que as propriedades, chamadas de sesmarias, eram medidas em léguas, perdendo-se pelos sertões adentro, até onde a ousadia dos desbravadores alcançasse.


A Reserva Legal concebida por Bonifácio não tinha como referência de primeiro plano a preocupação ambiental, embora ele possa ser tomado como nosso primeiro ecologista. Também não a imaginou para a estrutura fundiária dos dias atuais, marcada pela divisão das propriedades por força da reforma agrária natural ditada pela sucessão das gerações. A floresta, para Bonifácio, tinha função econômica e geopolítica, de sustentabilidade da atividade das fazendas e do Estado, embora estivessem presentes no pensamento do patriarca as preocupações ambientais dos dias de hoje.


Examinando-se o Código de 1965, percebe-se que os problemas não devem ser buscados nos seus princípios, mas sim nas absurdas alterações que sofreu em anos recentes, que o tornaram uma caricatura de si próprio, um arremedo de seu espírito original. Bem ou mal, o Código Florestal votado em 1965, em pleno governo militar, foi submetido ao crivo de juristas de espírito público e à aprovação do Congresso Nacional. É paradoxal que em plena democracia ele tenha sido completamente alterado por decretos, portarias, resoluções, instruções normativas e até por uma medida provisória que virou lei sem nunca ter sido votada. É verdade ainda que o próprio Estado foi o primeiro a negar a aplicação da lei, a desrespeitá-la, fomentando o seu descumprimento.


As alterações tornaram de tal forma a legislação impraticável que o presidente da República adiou por decretos – o último deles com validade de dezembro de 2009 até junho de 2011 – a entrada em vigor de alguns de seus dispositivos. A legislação põe na ilegalidade mais de 90% do universo de 5,2 milhões de propriedades rurais no País. Atividades inteiras viram-se, do dia para a noite, à margem da lei, submetidas às pressões e sanções dos órgãos ambientais e do Ministério Público. Homens do campo, cumpridores da lei, que nunca haviam freqüentado os tribunais ou as delegacias de polícia, viram-se, de repente, arrastados em processos, acusações e delitos que não sabiam ter praticado. Houve casos de suicídio, de abandono das propriedades por aqueles que não suportaram a situação em que foram colhidos.


Combinados, os dispositivos legais existentes podem transformar em crime ambiental o próprio ato de viver. Percorrendo o labirinto legal de milhares de normas entre leis, portarias, instruções normativas, decretos, resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e legislações estaduais, a autoridade ambiental ou policial pode interpretar como crime ambiental a simples extração de uma minhoca na margem de um riacho, a tradição indígena e camponesa de fermentar a raiz da mandioca usando livremente o curso d’água, a extração do barro para rebocar as paredes das casas de taipa dos moradores da roça, a extração do pipiri para a confecção das tradicionais esteiras do Nordeste ou as atividades seculares das populações ribeirinhas por toda a Amazônia.


No Rio de Janeiro, cogitou-se da retirada de centenárias jaqueiras situadas em florestas públicas a pretexto de serem árvores exóticas, não nativas da Mata Atlântica, o que é verdade. Rigorosamente, a jaqueira é originária da Ásia, mas por aqui aportou no século XVII e foi usada no reflorestamento do maciço da Tijuca por ordem de D. Pedro II. É o caso de se requerer ao Ministério da Justiça a naturalização da espécie, algo que qualquer cidadão pode alcançar com meros cinco anos de residência fixa no País.


O soldado amarelo, personagem de Vidas Secas de Graciliano Ramos, trancafiou o matuto Fabiano para tomar-lhe os trocados da feira e exercitar seu mesquinho poder em nome do Estado. Hoje poderia prender Fabiano por ter jantado o papagaio para saciar a fome sem a devida autorização do órgão ambiental. Baleia, a cadelinha de estimação sacrificada por Fabiano por suspeita de raiva, morreu sonhando com preás gordos, enormes, que dividia com sua família humana nas provações da seca. Baleia morreu sonhando com um crime inafiançável.


Estão na ilegalidade os milhares de assentados da reforma agrária, quatro mil deles em um único município, Confresa, no Mato Grosso; e 1.920 em outro município, Querência, no mesmo Estado. Em Rondônia, a caminho do município de Machadinho do Oeste, o presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura, Lázaro Dobre, encontrou 20 lotes de assentados à venda, pelo motivo de não poderem cumprir a legislação ambiental. Passou para a ilegalidade a criação de boi nas planícies pantaneiras. No bioma mais preservado do País, o boi é criado em capim nativo, método totalmente sustentável, mas que se tornou ilegal a partir da legislação que considera todo o Pantanal Área de Preservação Permanente (APP). Fora da lei, estão também 75% dos produtores de arroz, por cultivarem em várzeas, prática adotada há milênios na China, na Índia e no Vietnã, para não falar de produtores europeus e norteamericanos que usam suas várzeas há séculos para a agricultura.


Em desacordo com a norma legal, está também boa parte da banana produzida no Vale do Ribeira, em São Paulo, e que abastece 20 milhões de consumidores a pouco mais de 100 quilômetros do centro de produção. A situação é igual para milhares de agricultores que cultivam café, maçã e uva em encostas e topos de morros em Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


A Comissão Especial escolheu por método realizar audiências públicas em Brasília e nos Estados para colher as opiniões e os depoimentos de todos os interessados no debate sobre a matéria. Foram ouvidas as organizações não governamentais estrangeiras credenciadas no Brasil; as organizações não governamentais nacionais; as organizações não governamentais locais; os pesquisadores das universidades e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); as autoridades dos órgãos ambientais da União, de estados e municípios; governadores, prefeitos, vereadores; agricultores pequenos, médios e grandes, organizações representativas da agricultura, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Foi possível conhecer a diversidade e os desequilíbrios próprios do País que se revelam no debate do tema ambiental e florestal.


A imensa maioria de pequenos e médios proprietários pratica ainda uma agricultura pré-capitalista ou semicapitalista, quase de subsistência, de baixo uso de capital e tecnologia. O declínio do preço médio do que produzem não tem como ser compensado pela aplicação de ganhos tecnológicos ou de capital. Esse agricultor e criador é o mais vulnerável às restrições ambientais. Pressionado, ou mergulha na ilegalidade, ou na teia de multas e autuações dos órgãos ambientais e do Ministério Público.


Esses agricultores são detentores de quatro milhões de unidades dos 5,2 milhões de propriedades. Aí está a maior parte do agricultor de raiz, distinto do investidor rural, do empresário e profissional liberal bem-sucedido que adquiriu terras, mas não vive nelas nem dirige pessoalmente as atividades de suas propriedades. A importância mais profunda e duradoura dessa agricultura não está no valor de mercado daquilo que ela produz, que não figura nas cotações em bolsa, nem é alcançada pela contabilidade dos órgãos de controle do governo. Mas esses homens e mulheres do campo vivem ou se apoiam no seu trabalho para viver, vendem seu inhame, macaxeira, batata-doce, abóbora, melancia, a galinha da roça e o cabrito nas feiras livres do interior do País e mobilizam uma economia que não pode ser desprezada.


Essa agricultura e pecuária é guardiã de cultura, de valores, de tesouros da formação social brasileira cuja importância em muito ultrapassa aquilo que pode ser aferido pela medida fugaz do mercado. Não tem preço a música – popular ou erudita – que nela tem suas origens; as composições de Luiz Gonzaga, Tonico e Tinoco, e Villa-Lobos, de inspiração sertaneja ou caipira; a beleza estética dos autos nordestinos, do Pastoril, Reisado e Guerreiro; das Festas de Reis de São Paulo e Minas Gerais; de toda a riqueza do folclore e do cancioneiro do Rio Grande ou do Centro-Oeste e do Norte do Brasil. A vida no campo construiu a nossa melhor culinária – a mais simples e a mais sofisticada, e marcou com vocábulos e sotaques o português escrito e falado no Brasil; determinou aspectos de nossa psicologia e visão de mundo; e integra nossa memória coletiva.


Embora constitua aspectos relevantes da mesma conservação de valores e memórias da pequena e média propriedade, o grande proprietário é hoje muito mais um produtor capitalista, cuja importância reside em tornar a nossa agricultura competitiva no cenário internacional, no barateamento do custo dos alimentos e na formação do excedente necessário para o equilíbrio das nossas contas externas e a estabilidade dos preços internos. É verdade ainda que essa agricultura de mercado já conta hoje com uma grande parcela de pequenos e médios empreendimentos agropecuários organizados em um sistema eficiente de cooperativismo, mas carente de reserva de capital para investimentos em equipamentos e tecnologia e ganhos de produtividade. A maior ameaça ao grande produtor é a elevação de custos de produção imposta pela legislação ambiental e florestal na realização de obras, contratação de escritórios de advocacia e renúncia de áreas destinadas à produção. Ao fim e ao cabo, a legislação ambiental funciona como uma verdadeira sobrecarga tributária, elevando o custo final do produto, já oprimido pelo peso da infraestrutura precária e das barreiras não tarifárias cobradas pelos importadores.


Observando o esforço de algumas organizações não governamentais estrangeiras contra a expansão da nossa fronteira agropecuária, é o caso de se perguntar como o padre Antônio Vieira: estão aqui em busca do nosso bem ou dos nossos bens?


Pregando na cidade de São Luís, no ano de 1654, o Sermão de Santo Antônio aos Peixes, assim batizado porque Vieira, como o santo de Lisboa e Pádua, julgava mais fácil falar aos bichos do que aos homens, o grande orador, depois de exaltar o comportamento dos peixes por inúmeras virtudes, passou a repreendê-los, em primeiro lugar por se comerem uns aos outros e, principalmente, pelo fato de os grandes devorarem os pequenos. Reparava o pregador que o pecado seria menos grave se os pequenos devorassem os grandes, pois só um dos grandes seria suficiente para alimentar muitos dos pequenos; quando, ao contrário, para satisfação de um grande, milhares de pequenos eram devorados. Em verdade, Vieira censurava a relação entre os homens e as injustiças do Estado:

“Vede um homem desses que andam perseguidos de pleitos ou acusados de crimes, e olhai quantos o estão comendo. Come-o o meirinho, come-o o carcereiro, come-o o escrivão, come-o o solicitador, come-o o advogado, come-o o inquiridor, come-o a testemunha, come-o o julgador, e ainda não está sentenciado, já está comido. São piores que os corvos. O triste que foi à forca não o comem os corvos senão depois de executado e morto; e o que anda em juízo, ainda não está executado nem sentenciado, e já está comido”.

Assim vai o nosso agricultor, notificado, multado, processado, embargado na sua propriedade, sentenciado, e mal arranca da terra o seu sustento e o da sua família e já se vê sustentando o fiscal ambiental, o soldado, o delegado, o oficial de justiça, o promotor, o desembargador, o advogado, o banqueiro e a ONG que inspirou o seu infortúnio. Da cidade, o homem urbano olha com desdém e desprezo a sua labuta. Se um morro desliza, se o rio poluído invade as cidades, se a enchente causa transtornos, do conforto do seu automóvel ou do apartamento que despeja os resíduos no curso d’água, ele aponta o culpado: aquele sujeito que está plantando uma lavoura, ou criando uma vaca ou uma cabra em algum lugar distante no campo brasileiro.


Os vietnamitas celebram seus agricultores dedicando a eles uma espécie de oração à hora da principal refeição. Agradecem àqueles que levaram o arroz à sua mesa e garantiram a sobrevivência da nação contra as privações e nas terríveis guerras.


A antiga União Soviética, diante da ameaça nazista, durante a Segunda Grande Guerra, foi buscar na sua poderosa agricultura, em difíceis desapropriações, o excedente que converteu em alimento para seus soldados e em tanques e aviões que garantiram a independência da mãe Rússia. A agricultura norte-americana foi decisiva no esforço do presidente Roosevelt nos anos terríveis da Grande Depressão que se abateu sobre a nação do norte. O açúcar e o tabaco ajudaram o governo cubano a manter a resistência durante os anos da revolução. Quando Londres viveu o horror dos bombardeios da Luftwaffe era para o Atlântico Sul que se voltavam os olhos dos estrategistas ingleses e da Armada Real. Londres poderia sobreviver a meses de bombardeio aéreo alemão, mas não sobreviveria semanas sem a carne e sem o trigo enviados pela Argentina através da rota do Atlântico.


A industrialização do Brasil pode ser atribuída à acumulação cafeeira dos fins do século XIX e começo do século XX. A agricultura e a pecuária sustentaram com preços depreciados os bons e os maus planos econômicos recentes da Pátria. Quando o governo e a população festejavam o frango a R$1,00 o quilo, poucos lembravam que milhares de pequenos produtores quebravam por não suportar os custos do subsídio ao consumo. Agora mesmo, enquanto nossa moeda resiste aos solavancos da crise internacional e a agropecuária oferece o superávit essencial para nossas contas externas, as dívidas agrícolas acumulam-se e alcançam níveis insustentáveis.

Paul McCartney leva 45 mil fãs ao delírio no Rio

Com pontualidade quase britânica (foram apenas 15 minutos de atraso), Paul McCartney deu início à sua apresentação da turnê Up and Coming Tour, na noite deste domingo (22), no estádio do Engenhão, na zona norte do Rio de Janeiro.

Mais de 20 anos depois de se apresentar na cidade, o ex-beatle abriu o show com Hello Goodbye, clássico dos Beatles, e emendou com Jet, de sua fase no Wings. McCartney prometeu ao público que diria muitas frases em português. E cumpriu.

"Olá, Rio! E aí, cariocas? Boa noite, Brasil! É ótimo estar de volta aqui e nesta noite vou tentar falar mais em português, mas vou falar mais em inglês", disse.

Em seguida, veio Letting Go, e antes que Macca, como também é conhecido, levasse o público ao delírio com Drive My Car, ele soltou um “Valeio” (valeu) e fez uma pausa para observar as 45 mil pessoas que lotaram o Engenhão. "Agora é o meu momento para contemplar vocês, é um momento meu".

Paul tirou, então, o paletó azul, dobrou as mangas da camisa branca e tocou, na sequência, Sing the Changes, Let Me Roll It, The Long and Winding Road, 1985 e Let’em In, sempre entremeando as músicas com perguntas como “Tudo bem?”, “Tudo ótimo?”.

Antes de iniciar And I Love Her, brincou com o público, trocando o verso de She Loves You, composição dele com John Lennon, por “We Love You” e teve como resposta das milhares de pessoas um sonoro “Yeah, Yeah, Yeah”.

Depois de Black Bird, explicou, em português, a origem da canção Here Today, que foi executada com uma imagem da lua e do planeta Terra no fundo do telão do palco. "Escrevi esta música para meu amigo John Lennon".

Com Dance Tonight e Mrs Vandelbilt, Paul colocou o público para dançar, brincou com a própria figura, posando de estrela do rock e fazendo caretas projetadas nos imensos telões colocados nas laterais do palco.

Em Something, o artista começou sozinho, sem instrumentos musicais de fundo, com uma levada mais ligeira e as palmas do público. Na segunda parte, o arranjo clássico, com bateria, guitarras e baixo, e as imagens do beatle George Harrison – autor da canção e a quem McCartney dedicou a música – emocionaram.

Band on the Run, música que dá título a um dos discos do Wings, fez a apresentação voltar a um ritmo mais dançante antes que Paul iniciasse a ainda mais animada Obla Di Obla Da e pedisse a ajuda do público, que respondeu. "Agora, é com vocês!"

Durante Give Peace a Chance, tocada na sequência de A Day in the Life, o público soltou balões de ar, formando um mar de cores no gramado do estádio. A interação veio, também, com as centenas de cartazes com a sílaba “Na”, formando o refrão de Hey Jude.

Os fogos e as chamas diante dos músicos e sobre a estrutura do palco provocaram excitação no público durante a execução de Live and Let Die, canção-título de um dos filmes da série do agente 007, James Bond.

No bis, o ex-beatle voltou carregando a bandeira brasileira e cantou Day Tripper, Lady Madonna e Get Back. No segundo bis, Paul McCartney fechou com a animada Sgt. Peppers e apresentou seus músicos como “minha fantástica banda”.

Atencioso, Paul pegou das mãos de alguns fãs uma vaca de pelúcia e uma camisa da seleção brasileira, que trazia gravada o número 10 e o apelido "Macca". Antes que a chuva de papel nas cores da bandeira brasileira tomasse o gramado, McCartney se despediu, mais uma vez em português: "Até a próxima!"

Com R7

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Aécio Neves - Liberdade essa palavra - Parte 1

Aécio Neves - Liberdade essa palavra - Parte 2

Aécio Neves cala jornalistas e aniquila a liberdade de imprensa

Com base em denúncias que circularam pela internet em meados de 2003, o Laboratório de Mídias Eletrônicas (LabMídia), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), produziu um vídeo demonstrando como governo estadual de Minas Gerais, na gestão de Aécio Neves (PSDB), cerceava a liberdade de imprensa no estado.

Com depoimentos de um ex-diretor da filial da Rede Globo em Minas Gerais e outro do jornal impresso o Estado de Minas, além de outros veículos e jornalistas, são apresentadas as dificuldades e até restrições em disseminar informações contrárias aos interesses do governo à época. A produção e roteiro são de Marcelo Chaves, e o material é datado de 2005/2006.



Marco Nascimento, ex-diretor executivo da Globo Minas, lembrou de quando o governador Aécio Neves, recém eleito, adiou uma entrevista para o programa E agora governador?. A conversa só foi realizada meses depois no telejornal local, e com algumas dificuldades.

“A assessora veio depois dizer que as perguntas não estavam combinadas”, disse o ex-diretor. Andréa Neves, por sua vez, responde no vídeo que “é incomum haver quebra de formato proposto e aceito por ambas as partes, sobretudo numa entrevista ao vivo”.

Algum tempo depois, a assessora chamou o diretor para um almoço, no qual reclamou da cobertura de jornalismo da emissora e criticou uma matéria que denunciava o consumo de crack perto da delegacia de investigação em Minas. A reportagem também denunciava o desvio de função policial para presídios e a superlotação carcerária, além da corrupção na corporação.

Segundo Nascimento, a assessora disse que “essa matéria veio num momento ruim para o governo do estado”. 

As denúncias não param por aí. Paulo Sérgio, ex-apresentador do Itatiaia Patrulha, afirma que “era veladamente proibido de cobrar do governo através do chefe, Marcio Poti”, que dizia “tudo o que você fizer eu quero na minha sala”. Como ele relatava problemas no comando da polícia, resolveram tirá-lo do programa.

Além dele, o famoso jornalista esportivo Jorge Kajuru, quando trabalhava na Band em 2004, denunciou na porta de um jogo de futebol que enquanto 42 mil ingressos foram colocados à venda para o povo, cerca de 10 mil foram direcionados para convidados especiais da CBF e do governo de Minas. E a entrada para estes era a mesma das pessoas portadoras de necessidades especiais. No meio da matéria Kajuru informa que vai entrar nos intervalos comerciais e não retorna. Além da reportagem ficar pela metade, ele foi demitido.

Chegou a tal ponto essa situação que todas as notícias que pudessem contrariar o governo eram contestadas pelos assessores, diz o ex-diretor da Globo Minas. Acabou que Marco Nascimento foi demitido, apesar de ter sido chamado pela própria empresa para sair de São Paulo e assumir o cargo de direção em Minas.

Com a demissão desses profissionais, um dos jornalistas diz que eles ficam marcados e outras empresas se negam a contratá-los, chegando a ficar seis meses sem emprego por sustentar opiniões contrárias ao governo.
Sindicatos entraram com uma ação no Ministério Público Federal, para investigação de acordos empresariais com o estado de Minas, mas o Ministério Público Estadual engavetou os processos.

PSDB é censura

É importante estar atento a esse lado da figura de Aécio Neves, atual referência da oposição capitaneada pelo PSDB. Não se trata de criticá-lo em defesa do atual governo, mas pela liberdade de expressão.

A ironia é que seu partido, junto à mídia, bombardeou o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), proposto pela governo junto à sociedade, supostamente em defesa da liberdade de imprensa.

Atual presidenta Dilma Roussef também já recebeu críticas por cobrar maior responsabilidade dos meios de comunicação de massa.

Aécio, por sua vez, foi cogitado a vice presidente de José Serra nas últimas eleições e vem crescendo como liderança aos olhos da mídia hegemônica. O senador tem grandes chances de ser o candidato da oposição. Não se pode esquecer a sua relação com a mídia.

Fonte: Fazendo Media

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-Manobra na Assembleia evita críticas ao Governo Anastasia
-Movimentos fazem ato em solidariedade à Revista do Brasil
-Entrevista com o diretor do filme sobre Aécio e a censura na imprensa mineira

 

Inscrições para o Enem serão abertas às 10h desta segunda-feira

Prazo para se inscrever no exame vai até 10 de junho.
Provas serão realizadas nos dias 22 e 23 de outubro.

Do G1, em São Paulo

O Ministério da Educação vai abrir às 10h desta segunda-feira (23) as inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2011). O exame será realizado nos dias 22 e 23 de outubro. As inscrições poderão ser feitas no site do Enem até as 23h59 do dia 10 de junho. A taxa de inscrição é de R$ 35. O Enem é utilizado por muitas universidades públicas para o acesso ao ensino superior.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao MEC responsável pela organização do Enem, espera um total de 6 milhões de inscritos nesta edição do exame. O Enem será realizado em 12 mil locais, 140 mil salas de aula, ocorrendo em 1.599 municípios e mais de 6 mil escolas estão no processo. O Inep já marcou outro Enem para o primeiro semestre do ano que vem, nos dias 28 e 29 de abril de 2012. O G1 mostra abaixo alguns pontos importantes que os estudantes que vão fazer o Enem devem estar atentos, indicados no edital do exame:

saiba mais

As inscrições para o Enem serão abertas às 10h desta segunda-feira (23) e poderão ser feitas até as 23h59 do dia 10 de junho no site do Enem. O valor da taxa de inscrição será de R$ 35. No ato de inscrição é emitida uma guia para ser paga em uma agência bancária até o dia 10 de junho. A isenção do pagamento da taxa pode ser feita por meio do sistema de inscrição e é conferida ao aluno que vai concluir o ensino médio em 2011 em escola da rede pública declarada ao Censo Escolar, ou a estudantes que eclarar ser membro de família de baixa renda ou estar em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Para isso, deverá apresentar documentos que comprovem sua condição. Os documentos serão analisados pelo Inep que poderá negar a isenção.

No ato de inscrição, o candidato deve fornecer o número de Cadastro de Pessoa Física (CPF) e o seu número do documento de identidade (RG). Estudantes com necessidades especiais deverão informar no ato da inscrição sua situação. Quem for usar o Enem para obter a certificação de conclusão do ensino médio deverá indicar uma das instituições certificadoras que estará autorizada a receber seus dados cadastrais e resultados.

O edital indica ainda que cabe ao candidato verificar se a inscrição foi concluída com sucesso. O candidato deverá guardar número da inscrição e a senha. Elas são indispensáveis para todo o processo do Enem, como inscrição, realização da prova, obtenção dos resultados e participação no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que seleciona os alunos melhores classificados no Enem para vagas em universidades públicas cadastradas. Também será usados nos programas de bolsa de estudos (ProUni) e de financiamento estudantil (Fies), entre outros programas do Ministério da Educação. O Comprovante da Inscrição estará disponível no endereço eletrônico do Enem.
Candidatos entram para fazer o Enem em 2010
em São Paulo (Foto: Daigo Oliva/G1)

As provas
 
O Enem será realizado nos dias 22 e 23 de outubro. O exame tem quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões de múltipla escolha e uma redação. As provas vão tratar de quatro áreas de conhecimento do ensino médio:

- ciências humanas e suas tecnologias: história, geografia, filosofia e sociologia;

- ciências da natureza e suas tecnologias: química, física e biologia;

- Linguagens, códigos e suas tecnologias e redação: língua portuguesa, literatura, língua estrangeira (inglês ou espanhol), artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação;

- Matemática e suas tecnologias: matemática.

Para a realização das provas o candidato deverá usar somente caneta com tinta esferográfica preta.

As provas terão início às 13h. No dia 22 de outubro serão realizadas as provas de Ciências humanas e suas tecnologias e de ciências da natureza e suas tecnologias. No dia 23 serão realizadas as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e Matemática e suas Tecnologias. As provas terão 5h30 de duração. O candidato só pode entregar o gabarito e deixar a sala após duas horas de prova.

O Inep recomenda que os candidatos cheguem no local de prova ao meio-dia (horário de Brasília). É obrigatória a apresentação de documento de identificação original com foto para a realização das provas. Quem não tiver o documento deverá apresentar Boletim de Ocorrência emitido no máximo 90 dias antes da data da prova e se submeter a uma identificação especial e preenchimento de formulário próprio.

Você deverá conferir os dados antes de iniciar a prova
Antes de iniciar as provas, de acordo com o edital, o candidato deverá verificar se o seu caderno de questões contém a quantidade de questões indicadas no seu cartão-resposta e contém qualquer defeito gráfico que impossibilite a resposta às questões. O estudante deverá ler e conferir todas as informações registradas no caderno de questões, no cartão-resposta, na folha de redação, na lista de presença e demais documentos do exame. E notar alguma coisa errada, o candidato deverá imediatamente comunicar ao aplicador de sua sala para que ele tome as providências cabíveis no momento da aplicação da prova.

Segundo o edital, a capa do caderno de questões possui informações sobre a cor do mesmo e uma frase em destaque, e caberá obrigatoriamente ao candidato marcar nos cartões-resposta, a opção correspondente à cor da capa do caderno de questões; transcrever nos cartões-resposta a frase apresentada na capa de seu caderno de questões. As respostas das provas objetivas e o texto da redação do deverão ser transcritos, com caneta esferográfica de tinta preta fabricada em material transparente, nos respectivos cartões-resposta e folha de redação, que deverão ser entregues ao aplicador ao terminar o exame.

O que não pode
 
O edital proíbe ao candidato, sob pena de eliminação, falar com outros candidatos, usar lápis, lapiseira, borracha, livros, manuais, impressos, anotações, óculos escuros, calculadora, agendas eletrônicas, celulares, smartphones, tablets, ipod, gravadores, pen drive, mp3 ou similar, relógio ou qualquer receptor ou transmissor de dados e mensagens.

A redação
 
A redação do Enem é corrigida por dois corretores de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. A nota final corresponde à média aritmética simples das notas atribuídas pelos dois corretores. Caso haja discrepância de 300 pontos ou mais na nota atribuída pelos corretores (em uma escala de 0 a 1000), a redação passará por uma terceira correção, realizada por um supervisor.

A nota atribuída pelo supervisor substitui a nota dos demais corretores. De acordo com o edital, o Inep considera que a metodologia empregada na correção das redações contempla recurso de ofício.

Será atribuída nota zero à redação: que não atender a proposta solicitada ou que possua outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo; sem texto escrito na folha de redação, que será considerada "em branco"; com até sete linhas, qualquer que seja o conteúdo, que configurará "texto insuficiente"; Linhas com cópia dos textos motivadores apresentados no caderno de questões serão desconsideradas para efeito de correção e de contagem do mínimo de linhas; com impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação, que será considerada "anulada".

Os resultados
Os gabaritos das provas objetivas serão divulgados na página do Inep até o terceiro dia útil seguinte ao de realização das últimas provas. Os candidatos poderão acessar os resultados individuais do Enem 2011, em data a ser posteriormente divulgada, mediante inserção do número de inscrição e senha ou CPF e senha no endereço eletrônico http://sistemasenem2.inep.gov.br/resultadosenem.

O Inep diz que a utilização dos resultados individuais do Enem para fins de certificação, seleção, classificação ou premiação não é de responsabilidade do Inep, mas das entidades às quais os dados serão informados pelo candidato.

O Inep não fornecerá atestados, certificados ou certidões relativas à classificação ou nota dos candidatos. De acordo com a portaria publicada no 'Diário Oficial', a inscrição do participante implica a aceitação das disposições, diretrizes e procedimentos para a edição do Enem contidas no edital. Para os adultos submetidos a penas privativas de liberdade e adolescentes sob medidas socioeducativas, que incluam privação de liberdade, haverá um edital para o processo de inscrição específico.