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sexta-feira, 29 de abril de 2011

O 1º de Maio no Brasil

Também no Brasil as comemorações do 1º de maio estão relacionadas à luta pela redução da jornada de trabalho. A primeira celebração da data de que se tem registro ocorreu em Santos, em 1895, por iniciativa do Centro Socialista, entidade fundada em 1889 por militantes políticos como Silvério Fontes, Sóter Araújo e Carlos Escobar.

A data foi consolidada como o Dia dos Trabalhadores em 1925, quando o presidente Artur Bernardes baixou um decreto instituindo o 1º de Maio como feriado nacional. Desde então, comícios, pequenas passeatas, festas comemorativas, piqueniques, shows, desfiles e apresentações teatrais ocorrem por todo o país.

Era Vargas
Com Getúlio Vargas – que governou o Brasil como chefe revolucionário e ditador por 15 anos e como presidente eleito por mais quatro – o 1º de Maio ganhou status de “dia oficial” do trabalho. Era nessa data que o governante anunciava as principais leis e iniciativas que contemplavam reivindicações dos trabalhadores, como a instituição e, depois, o reajuste anual do salário mínimo ou a redução de jornada de trabalho para oito horas. Vargas criou o Ministério do Trabalho, regulamentou o trabalho da mulher e do menor, limitou a duração da jornada a 8 horas diárias, promulgou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943, garantindo ainda o direito a descanso semanal remunerado, férias e aposentadoria. O 13º Salário foi instituído durante o governo Goulart através da Lei n. 4.090, de 13 de julho de 1962

A ditadura impôs retrocessos nas relações entre capital e trabalho, acabando com a estabilidade no emprego (introduzindo, em seu lugar, o FGTS), amordaçando os sindicatos, prendendo, torturando e assassinando líderes sindicais e políticos comprometidos com a classe trabalhadora.

Anos de chumbo

Mas foi precisamente através de grandes manifestações e greves da classe operária que soou o dobre de finados do regime militar. O 1º de Maio teve papel relevante neste processo. Em 1980 mais de 100 mil trabalhadores e trabalhadoras se reuniram em São Bernardo do Campos, na Vila Euclides, para comemorar o Dia Mundial do Trabalhador e reclamar democracia. A extrema direita reagiu com atos terroristas em todo o país.

Em 1981, um tiro que seria disparado por militares terroristas saiu pela culatra quando se preparava um sangrento atentado no Riocentro, famoso centro de convenções carioca, durante um show comemorativo do 1º de Maio que reuniu mais de 18 mil pessoas. Uma bomba preparada para ser lançada no local explodiu antes, na noite do dia 30 de abril, no colo do sargento do Exército Guilherme Pereira do Rosário, que teve morte instantânea. Ao lado do sargento, no volante, estava o Capitão Wilson Luiz Chaves Machado, o qual, ato contínuo, sai do Puma segurando vísceras à altura do estômago.

Centralidade política
A classe trabalhadora teve um papel central na luta política que resultou na derrotada da ditadura e redemocratização do país, consolidada com a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. A Constituição de 1988, promulgada no contexto da redemocratização do Brasil após a ditadura militar (que perseguiu e colocou no mesmo balaio liberais, comunistas e cristãos progressistas), ampliou os direitos sociais, acrescentando benefícios como Férias Remuneradas, redução da jornada semanal para 44 horas (eram 48 horas), multa de 40% em caso de demissão sem justa causa, licença maternidade, entre outros.

O patronato não gostou e desencadeou forte campanha contra a Constituição que Ulisses Guimarães classificou de Cidadã. Os anos de neoliberalismo, iniciados com Fernando Collor e radicalizados nos governos tucanos de FHC, foi marcado por forte retrocesso das relações trabalhistas, com flexibilização e redução de direitos e precarização dos contratos. A luta contra o neoliberalismo levou à eleição de Lula, em 2002, quando as coisas começaram a melhorar para a classe trabalhadora. Houve crescimento, contratação de milhões de assalariados com carteira assinada, legalização das centrais, valorização do salário mínimo e reversão, em certa medida, do retrocesso neoliberal.

Mas é imperativo avançar bem mais. Mais de 70% dos trabalhadores brasileiros ganham até três salários mínimos e sobrevivem precariamente. Os capitalistas ainda exploram trabalho análogo ao da época de escravidão, em torno de um milhão de crianças labutam no campo e nas cidades, a jornada de trabalho é das mais elevadas do mundo e a ira dos operários da construção civil em obras do PAC que explodiu em movimentos grevistas radicalizados é um retrato muito vivo do caráter reacionário do capitalismo tupiniquim. O 1º de Maio de 2011 será um dos mais unitários da história brasileira, malgrado o autoisolamento da CUT. Elevar o protagonismo da classe trabalhadora é uma tarefa que as centrais sindicais têm presente e foi proclamada em alto e bom tom na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora realizada em 1º de junho de 2010.

Da Redação

Por que 1° de Maio é o Dia Internacional do Trabalhador?

Aproxima-se o Dia Internacional do Trabalhador, 1° de MAIO. Trata-se de uma data relevante para a luta dos trabalhadores e trabalhadoras. É importante relembrar o significado da data.


Por Augusto César Petta *

Em 1886, a cidade de Chicago, um dos principais pólos industriais dos Estados Unidos, foi palco de importantes manifestações operárias. No dia 1° de maio, iniciou-se uma greve por melhores salários e condições de trabalho, tendo como bandeira prioritária a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Os jornais a serviço das classes dominantes, imediatamente se manifestaram afirmando que os líderes operários eram cafajestes, preguiçosos e canalhas.

No dia 3 de maio, a greve continuava, e na frente de uma das fábricas, a polícia matou seis operários, deixando 50 feridos e centenas de presos. No dia 4, houve uma grande manifestação de protesto e os manifestantes foram atacados por 180 policiais, que ocasionaram a morte de centenas de pessoas. Foi decretado "Estado de Sítio" e a proibição de sair às ruas. Milhares de trabalhadores foram presos, muitas sedes de sindicatos incendiadas e residências de operários foram invadidas e saqueadas. Os principais líderes do movimento grevista foram condenados à morte na forca. Spies, Parsons, Engel e Fisher foram executados no dia 11 de novembro de 1886, enquanto que Lingg, também condenado, suicidou-se.

Em 1891, no 2° Congresso da Segunda Internacional, realizado em Bruxelas, foi aprovada a resolução histórica de estabelecer 1° de Maio, como um "dia de festa dos trabalhadores de todos os países, durante o qual os trabalhadores devem manifestar os objetivos comuns de suas reivindicações, bem como sua solidariedade".

No Brasil, as comemorações do 1° de Maio, também estiveram relacionadas à luta por melhores salários e pela redução da jornada. A primeira manifestação registrada ocorreu em Santos, em 1895. A data foi consolidada , quando um decreto presidencial estabeleceu o 1° de Maio como feriado nacional, em 1925. A efeméride ganhou status de "dia oficial", quando Getúlio Vargas era Presidente da República. Ele aproveitou o dia para anunciar, em anos diferentes - fruto de intensas lutas dos trabalhadores e trabalhadoras - os reajustes de salários mínimos e a redução da jornada.

Em 2011, no dia 1° de maio, serão realizadas várias manifestações, em todos os Estados, coordenadas pelas Centrais Sindicais, inclusive a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB. Destaca-se, nesse momento, a importância da unidade das Centrais Sindicais em torno de bandeiras de luta comuns, tendo pano de fundo a luta pela implantação de um Projeto Nacional de Desenvolvimento com Valorização do Trabalho e Distribuição de Renda. As reivindicações principais são: redução da jornada de trabalho sem redução de salário, fim do fator previdenciário e valorização das aposentadorias, valorização do salário mínimo, trabalho decente, igualdade entre mulheres e homens, valorização do serviço público e do servidor público, reforma agrária, valorização da educação e qualificação profissional, redução da taxa de juros.

Estas reivindicações serão expostas em praças públicas das principais cidades brasileiras, para que o Dia Internacional do Trabalhador de 2011, seja efetivamente de luta.

Para tanto, é necessário que as entidades sindicais participem intensamente do processo de organização e de mobilização, esclarecendo, aos trabalhadores e trabalhadoras, o significado da data e as principais reivindicações que serão apresentadas.

* Professor, sociólogo, Coordenador Técnico do Centro de Estudos Sindicais (CES), membro da Comissão Sindical Nacional do PCdoB, ex- Presidente do SINPRO-Campinas e região, ex-Presidente da CONTEE.

1º de Maio: Uma história de luto, rebeldia e luta

O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889 por um congresso da Internacional Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época. Hoje, é celebrada em todo o mundo, menos no país onde sucederam os acontecimentos que a inspiraram, os EUA


A polícia não poupou bala nem cassetete para reprimir a greve que originou o 1 de Maio
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A homenagem de Maiakovski
Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de Maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalhador.

Chicago, maio de 1886

O retrocesso imposto à classe trabalhadora em boa parte do mundo neste momento, em especial na Europa, faz lembrar os primórdios do Modo de Produção Capitalista, quando o grau de exploração do trabalho era bem maior do que hoje. Salários baixos associadas a longas e extenuantes jornadas eram a regra nas fábricas. A saúde física e mental dos trabalhadores estava comprometida por jornadas que se estendiam até 17 horas diárias, prática comum nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos no final do século XVIII e durante o século XIX. Férias, descanso semanal e aposentadoria não existiam. Para se protegerem em momentos difíceis, os trabalhadores inventavam vários tipos de organização – como as caixas de auxílio mútuo, precursoras dos primeiros sindicatos.

Com as primeiras organizações, surgiram também as campanhas e mobilizações reivindicando maiores salários e redução da jornada de trabalho. Greves, nem sempre pacíficas, explodiam por todo o mundo industrializado. Chicago, um dos principais polos industriais norte-americanos, também era um dos grandes centros sindicais. Duas importantes organizações lideravam os trabalhadores e dirigiam as manifestações em todo o país: a AFL (Federação Americana de Trabalho) e a Knights of Labor (Cavaleiros do Trabalho). As organizações, sindicatos e associações que surgiam eram formadas principalmente por trabalhadores de tendências políticas socialistas, anarquistas e social-democratas. Em 1886, Chicago foi palco de uma intensa greve operária. À época, Chicago não era apenas o centro da máfia e do crime organizado era também o centro do anarquismo na América do Norte, com importantes jornais operários como o Arbeiter Zeitung e o Verboten, dirigidos respectivamente por August Spies e Michel Schwab.

Imprensa burguesa

Atualmente, é notória a cobertura parcial dos fatos e a hostilidade dos grandes meios de comunicação ou da chamada mídia hegemônica aos movimentos sociais e, em particular, aos sindicatos. Mas tudo isto não chega a ser novidade. Os jornais patronais daquela época chamavam os líderes operários de cafajestes, preguiçosos e canalhas que buscavam criar desordens. Uma passeata pacífica, composta de trabalhadores, desempregados e familiares silenciou momentaneamente tais críticas, embora com resultados trágicos no pequeno prazo. No alto dos edifícios e nas esquinas estava posicionada a repressão policial. A manifestação terminou com um ardente comício.

No dia 3, a greve continuava em muitos estabelecimentos. Diante da fábrica McCormick Harvester, a policia disparou contra um grupo de operários, matando seis, deixando 50 feridos e centenas presos, Spies convocou os trabalhadores para uma concentração na tarde do dia 4. O ambiente era de revolta apesar dos líderes pedirem calma.

Brutal repressão

Os oradores se revesavam; Spies, Parsons e Sam Fieldem, pediram a união e a continuidade do movimento. No final da manifestação um grupo de 180 policiais atacou os manifestantes, espancando-os e pisoteando-os. Uma bomba estourou no meio dos guardas, uns 60 foram feridos e vários morreram. Reforços chegaram e começaram a atirar em todas as direções. Centenas de pessoas de todas as idades morreram.

Justiça de classe

A repressão foi aumentando num crescendo sem fim: decretou-se “Estado de Sítio” e proibição de sair às ruas. Milhares de trabalhadores foram presos, muitas sedes de sindicatos incendiadas, criminosos e gângsters pagos pelos patrões invadiram casas de trabalhadores, espancando-os e destruindo seus pertences.

A justiça revelou seu caráter de classe, burguesa e antioperária, quando levou a julgamento os líderes do movimento, August Spies, Sam Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Shwab, Louis Lingg e Georg Engel. O simulacro de julgamento começou dia 21 de junho e desenrolou-se rapidamente. Provas e testemunhas foram inventadas. A sentença foi lida dia 9 de outubro, no qual Parsons, Engel, Fischer, Lingg, Spies foram condenados à morte na forca; Fieldem e Schwab, à prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.

A defesa de Spies

August Spies fez a própria defesa no julgamento. Não se curvou aos carrascos da burguesia e reiterou suas convicções no futuro luminoso do movimento operário. Leia abaixo um pequeno trecho do seu último discurso:

"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário - este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, esperam a redenção – se esta é sua opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!"

Parsons também falou:

"Arrebenta a tua necessidade e o teu medo de ser escravo, o pão é a liberdade, a liberdade é o pão". Ele fez um relato da ação dos trabalhadores, desmascarando a farsa dos patrões com minúcias e proclamou seus ideais:

"A propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos é o que combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca, produto do trabalho e da inteligência das gerações passadas, sejam postas à disposição do homem, submetidas ao homem para sempre. Este e não outro é o objetivo do socialismo".

Execução

No dia 11 de novembro, Spies, Engel, Fischer e Parsons foram levados para o pátio da prisão e executados. Lingg não estava entre eles, pois suicidou. Seis anos depois, o governo de Illinois, pressionado pelas ondas de protesto contra a iniqüidade do processo, anulou a sentença e libertou os três sobreviventes.

Em 1888 quando a AFL realizou o seu congresso, surgiu a proposta para realizar nova greve geral em 1º de maio de 1890, a fim de se estender a jornada de 8 horas às zonas que ainda não haviam conquistado.



Primeiro de Maio em Portugal em 1974, após a Revolução dos Cravos

Internacional Socialista

No centenário do início da Revolução Francesa, em 14 de julho de 1889, reuniu-se em Paris um congresso operário marxista. Os delegados representavam três milhões de trabalhadores. Esse congresso marca a fundação da Segunda Internacional.

Na hora da votar as resoluções, o belga Raymond Lavigne encaminhou uma proposta de organizar uma grande manifestação internacional, ao mesmo tempo, com data fixa, em todas os países e cidades pela redução da jornada de trabalho para 8 horas e aplicação de outras resoluções do Congresso Internacional. Como nos Estados Unidos já havia sido marcada para o dia 1º de maio de 1890 uma manifestação similar, manteve-se o dia para todos os países.

No segundo Congresso da Segunda Internacional em Bruxelas, de 16 a 23 de setembro de 1891, foi feito um balanço do movimento de 1890 e no final desse encontro foi aprovada a resolução histórica: tornar o 1º de maio como "um dia de festa dos trabalhadores de todos os países, durante o qual os trabalhadores devem manifestar os objetivos comuns de suas reivindicações, bem como sua solidariedade".

O ideal da igualdade

Como vemos, a greve de 1º de maio de 1886 em Chicago, nos Estados Unidos, não foi um fato histórico isolado na luta dos trabalhadores, ela representou o desenrolar de um longo processo de luta em várias partes do mundo que, já no século 19, acumulavam várias experiências no campo do enfrentamento entre o capital (trabalho morto apropriado por poucos) versus trabalho (seres humanos vivos, que amam, desejam, constroem e sonham!).

O incipiente movimento operário que nascera com a revolução industrial, começava a atentar para a importância da internacionalização da luta dos trabalhadores. O próprio massacre ao movimento grevista de Chicago não foi o primeiro, mas passou a simbolizar a luta pela igualdade, pelo fim da exploração e das injustiças.

Muitos foram os que tombaram na luta por mundo melhor, do massacre de Chicago aos dias de hoje, um longo caminho de lutas históricas foi percorrido. Os tempos atuais são difíceis para os trabalhadores, a nova revolução tecnológica criou uma instabilidade maior, jornadas mais longas com salários mais baixos, cresceu o número de seres humanos capazes de trabalhar, porém para a nova ordem eles são descartáveis.



Capitalismo e imperialismo

A realidade continua revelando cotidianamente a face perversa do capital, que não vacila em explorar o ao trabalho infantil, degradar a natureza e ampliar o desemprego e a pobreza. Ao longo do século 20 o capitalismo se globalizou, foi dominado por grandes empresas monopolistas e se transformou em imperialismo, um sistema em que as grandes potências exploram sem piedade a classe trabalhadora dos países mais atrasados e semeiam a guerra. O imperialismo é responsável por duas grandes guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945) e continua promovendo conflitos, como se vê no Oriente Médio (Iraque, Afeganistão e Líbia). O imperialismo é uma pedra no caminho da paz mundial ansiada pelos povos.

Em 2008 o sistema foi abalado pela crise mais grave de sua história desde a Grande Depressão de 1929. As consequências da crise são desiguais, mas não restam dúvidas de que a classe trabalhadora é sua principal vítima. Na Europa, os governos capitalistas querem desmantelar o chamado Estado de Bem Estar Social, nos EUA cerca de 8 milhões de postos de trabalho foram destruídos e no mundo mais de 30 milhões de trabalhadores foram acrescentados ao exército de desempregados. Os trabalhadores não estão passivos diante da ofensiva reacionária dos Estados capitalistas. O 1º de Maio deste ano vai refletir a luta em curso na Europa e em todo o mundo pela dignidade da classe trabalhadora, contra o capitalismo e por uma nova ordem política e econômica mundial.

Da Redação, com agências

Com apoio de Lula, Rui Falcão assume a presidência do PT até 2013

O deputado estadual Rui Falcão (SP) será o novo presidente nacional do PT. Com mandato até 2013, o parlamentar vai substituir José Eduardo Dutra (PT-SE) — que renunciará nesta sexta-feira (29), na reunião do diretório nacional do partido.

A decisão de apoiar Falcão foi tomada na quinta-feira, na reunião das principais correntes do partido — Construindo um Novo Brasil, Novos Rumos e PT de Luta e Massas. Ao término do encontro, a presidente Dilma Rousseff ligou para Falcão a fim de dar os parabéns, prestar solidariedade e colocar-se à disposição dele e do PT.

Falcão resistia à ideia de assumir a presidência do partido. Deputado estadual reeleito por São Paulo, ele é primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de São Paulo — um cargo importante que examina os contratos e distribui os cargos. Além disso, tem uma militância política muito forte no estado, o que sempre fez com que optasse por não se mudar para Brasília, mesmo durante a campanha presidencial do ano passado.

Falcão acabou sendo escolhido praticamente por unanimidade. Os outros nomes na disputa acabaram abrindo mão da presidência do PT: o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) e o ex-secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci. Costa optou por permanecer na liderança do partido, e Dulci "não foi liberado" pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — ele está trabalhando no planejamento da fundação que Lula construirá com o acervo de seu governo.

Lula também foi consultado e avalizou a indicação de Rui Falcão. "Existe algum louco no PT que toma qualquer decisão sem consultar o ex-presidente Lula?", brincou o deputado Jilmar Tatto (PT-SP). Para um dos vice-presidentes do PT, deputado José Guimarães (CE), o momento é de fortalecimento do PT. "Precisamos nos unir para a defesa do governo e o fortalecimento do partido para a disputa das eleições de 2012", disse o parlamentar cearense.

Vários fatores colaboraram para que os pré-candidatos à presidência do PT tivessem cautela em colocar os nomes. Um dos principais foi o respeito que as diversas correntes têm por Dutra. "Ele merece toda a nossa solidariedade porque conduziu o processo vitorioso que elegeu Dilma Rousseff presidente", declarou Guimarães.

O processo todo também foi muito repentino. Apesar de Dutra estar licenciado da presidência do PT desde 22 de março, só duas semanas atrás esquentaram os rumores de que ele renunciaria ao cargo para o qual foi eleito em 2009. "Todo mundo foi pego de surpresa", confirmou o deputado Ricardo Berzoini (SP).

Falcão também assume o partido em um momento importante, no qual começa a ser discutida a eleição municipal de 2012. Os diretórios estaduais já começaram as negociações e ressentiam-se de um interlocutor oficial no diretório nacional. Falcão exercia a presidência interinamente durante a licença de Dutra, mas qualquer decisão passava a imagem de temporária. Agora, as alianças poderão ser tratadas de maneira efetiva.

Essa foi outra dificuldade para se encontrar um nome. O presidente do PT não pode dividir a direção do partido com outras atividades. "Ele vai ter que percorrer esse país para negociar os palanques, os candidatos, as prévias, em todos os municípios", declarou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Mas Falcão não vai renunciar ao cargo de primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de São Paulo.

O diretório nacional do PT também vai aprovar a refiliação do ex-tesoureiro Delúbio Soares. A carta de Delúbio pedindo a reintegração aos quadros partidários foi lida na reunião da executiva nacional. A executiva preferiu não pôr o assunto em pauta, mas a decisão será tomada em uma reunião que acontece na manhã desta sexta-feira, minutos antes da reunião do diretório nacional.

Da redação, com informações do Valor Econômic

Em dez anos, população feminina superou a masculina em 4 milhões

O Brasil passou a ter quase 4 milhões de mulheres a mais do que homens em dez anos, segundo dados do Censo Demográfico 2010, divulgados hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A relação entre os gêneros, segundo o estudo, é de 96 homens para cada 100 mulheres.

“Isso já vem ao longo dos censos e é em função da mortalidade. Apesar de nascerem mais homens, como a mortalidade dos homens é superior à das mulheres ao longo da vida, no final, você tem um contingente maior de mulheres”, explicou Fernando Albuquerque, gerente de projetos da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.

De acordo com Albuquerque, nascem 105 homens a cada 100 mulheres, mas como eles estão mais vulneráveis a situações de violência, por exemplo, o número de mortes é maior.

A capital carioca foi apontada no levantamento como a unidade da Federação com a menor proporção entre pessoas do sexo masculino e feminino, ao concentrar 91,2 homens para cada 100 mulheres.

A Região Norte é a única do país onde o contingente masculino é superior ao feminino. Segundo Fernando Albuquerque, esse fenômeno ocorre “em função dos movimentos migratórios e também do tipo de atividade – extrativa e de mineração –, em que os homens são a grande maioria”.

Outra constatação do levantamento que verificou a situação demográfica do país e as mudanças ocorridas entre 2000 e 2010 foi o envelhecimento da população brasileira que somou cerca de 190 milhões de habitantes (190.755.799) no ano passado. De acordo com o IBGE, o crescimento absoluto da população adulta e o aumento da participação da população idosa no país foram os fatores que mais contribuíram para o aumento da população brasileira.

O Censo Demográfico mostra que os grupos etários de menos de 20 anos vêm diminuindo no contingente populacional. “Em cada censo, a base [do gráfico demonstrativo onde a base representa a população mais jovem] se estreita mais em função da queda da fecundidade e o topo se alarga mais, com indicativo de maior longevidade”, explicou Albuquerque.

No cenário brasileiro, apenas no Norte e no Nordeste ainda mantêm uma base mais larga, ou seja, um contingente de jovens ainda maior do que em outras regiões. De acordo com o gerente de projetos do IBGE, a justificativa é que estados da região norte e nordeste iniciaram o processo de transição demográfica mais tarde do que no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. “O declínio da fecundidade foi posterior ao das outras regiões isso faz com que o número de filhos ainda seja mais alto do que em outras regiões.”

Segundo Fernando Alburquerque, a tendência é de uma convergência no país, “com redução da diferença entre fecundidade e mortalidade entre as grandes regiões brasileiras”.

Agência Brasil

IBGE divulga censo 2010, população é de quase 191 milhões.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acaba de divulgar os primeiros dados definitivos do Censo de 2010. Segundo o levantamento, o Brasil tem 190.755.799 habitantes. A Sinopse do 12º Recenseamento Geral do Brasil, publicada nesta sexta-feira (29), oferece uma série de informações, desde o primeiro Censo, realizado em 1872, sobre a evolução demográfica do País.

O Censo visitou 67,5 milhões de domicílios em 5.565 municípios e é a mais complexa operação estatística realizada por um país, sobretudo quando tem dimensões continentais como o Brasil, com 8.515.692,27 km², distribuídos em um território heterogêneo, muitas vezes de difícil acesso, composto por 27 Unidades da Federação e 5.565 municípios. Trabalharam nessa operação 230 mil pessoas, sendo 191 mil recenseadores. Foram investidos R$ 1,2 bilhão durante o ano de 2010, o equivalente a quatro dólares por habitante.

Os recenseadores visitaram 67,5 milhões de domicílios no período de 1º de agosto a 31 de outubro de 2010 e ao menos um morador forneceu informações sobre todos os moradores de cada residência.

População cresce 4 vezes em 138 anos

A população do Brasil alcançou a marca de 190.755.799 habitantes na data de referência do Censo Demográfico 2010 (noite de 31 de julho para 1º de agosto de 2010). A série de censos brasileiros mostra que a população experimentou sucessivos aumentos em seu contingente, tendo crescido quase vinte vezes desde o primeiro recenseamento realizado no Brasil, em 1872, quando tinha 9.930.478 habitantes.

Até a década de 1940, predominavam altos níveis de fecundidade e mortalidade no País. Com a diminuição desta última em meados dos anos 1940 e a manutenção dos altos níveis de fecundidade, o ritmo do crescimento populacional brasileiro evoluiu para quase 3,0% ao ano na década de 1950. No começo dos anos 60, os níveis de fecundidade começaram lentamente a declinar, queda que se acentuou na década seguinte. Esse fato fez com que as taxas médias geométricas de crescimento anual da população subsequentes também caíssem. Em comparação com o Censo 2000, a população do Brasil apresentou um crescimento relativo de 12,3%, o que resulta em um crescimento médio geométrico anual de 1,17%, a menor taxa observada na série em análise.


Maior crescimento: Norte e Centro-Oeste

Entre 2000 e 2010, o crescimento populacional não se deu de maneira uniforme entre as Grandes Regiões e Unidades da Federação. As maiores taxas médias geométricas de crescimento anual foram observadas nas regiões Norte (2,09%) e Centro-Oeste (1,91%), onde a componente migratória e a maior fecundidade contribuiram para o crescimento diferencial. As dez Unidades da Federação que mais aumentaram suas populações em termos relativos se encontram nessas duas regiões, com destaque para Amapá e Roraima, que apresentaram um crescimento médio anual de 3,45% e 3,34%, respectivamente. As regiões Nordeste (1,07%) e Sudeste (1,05%) apresentaram um crescimento populacional semelhante. A região Sul (0,87%), que desde o Censo de 1970 vinha apresentando crescimento anual de cerca de 1,4%, foi a que menos cresceu, influenciada pelas baixas taxas observadas no Rio Grande do Sul (0,49%) e no Paraná (0,89%).

Por deter o maior contingente populacional, o Sudeste foi responsável pela maior parcela do incremento populacional em termos absolutos, tendo absorvido 37,9% do crescimento total do País entre os dois últimos censos. O segundo lugar em importância correspondeu ao Nordeste, cujo peso no incremento populacional entre 2000 e 2010 alcançou 25,5%. Essas duas regiões detiveram 63,4% (13,3 milhões de pessoas) do total do incremento da população na última década. As Unidades da Federação com maior participação absoluta no crescimento populacional do País na década passada foram São Paulo (20,2% do incremento populacional, ou 4,2 milhões de pessoas), Minas Gerais (8,1%, ou 1,7 milhão), Rio de Janeiro (7,6%, ou 1,6 milhão), Pará (6,6%, ou 1,4 milhão) e Ceará (4,9%, ou 1,0 milhão). Estas duas últimas assumiram os postos que na década anterior eram de Bahia e Paraná.

As regiões mais populosas foram a Sudeste (com 42,1% da população brasileira), Nordeste (27,8%) e Sul (14,4%). Norte (8,3%) e Centro-Oeste (7,4%) continuam aumentando a representatividade no crescimento populacional, enquanto as demais regiões mantêm a tendência histórica de declínio em sua participação nacional.

Os estados mais populosos do Brasil – São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná – concentram, em conjunto, 58,7% da população total do País. São Paulo é o estado com a maior concentração municipal de população, onde os 32 maiores municípios (5,0%) concentram quase 60,0% dos moradores do estado. A menor concentração acontece no Maranhão, onde a população dos 11 maiores municípios, que também representam cerca de 5,0%, corresponde a 35,4% do total do estado.

Entre os municípios mais populosos, 15 apresentaram população superior a 1 milhão de habitantes, contra 13 em 2000. Somente este grupo reunia 40,2 milhões de pessoas em 2010, o que corresponde a 21,1% da população total do País. Os três municípios mais populosos continuaram sendo São Paulo (11.253.503 habitantes), Rio de Janeiro (6.320.446) e Salvador (2.675.656). Belo Horizonte (2.375.151) passou a ser o sexto mais populoso em 2010, sendo superado por Brasília (2.570.160) e Fortaleza (2.452.185).

Entre os 15 municípios com mais de 1 milhão de habitantes, os que mais cresceram em dez anos foram Manaus (1.802.014 pessoas em 2010), que com uma taxa de 2,51% ao ano, passou de nono para sétimo mais populoso; e Brasília (2.570.160), que passou de sexto para quarto, com um crescimento médio anual de 2,28%. Porto Alegre (1.409.351 pessoas) foi o município que menos cresceu nesse grupo, com incremento anual de apenas 0,35% ao ano.
As capitais das regiões Norte e Nordeste cresceram mais que os demais municípios de suas respectivas Unidades da Federação, com exceção do Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte e Pernambuco. A maior diferença entre as taxas médias geométricas de crescimento anual foi observada no Tocantins, onde Palmas – a capital que mais cresceu no Brasil – apresentou uma taxa de 5,21%, enquanto os demais municípios do estado cresceram 1,25% ao ano.

Na Região Sul, Curitiba e Florianópolis cresceram mais que o conjunto dos demais municípios de seus estados, enquanto Porto Alegre – capital com o menor crescimento populacional, de 0,35% ao ano – cresceu menos que os outros municípios do Rio Grande do Sul (também o menor crescimento entre o grupo dos demais municípios, de 0,51%). Na Região Centro-Oeste, com exceção do Mato Grosso do Sul, o crescimento dos municípios das capitais foi menor que o dos demais municípios, ocorrendo o mesmo em todos os estados do Sudeste.

Média de moradores por domicílio cai para 3,3

No Brasil, a densidade domiciliar, relação entre as pessoas moradoras nos domicílios particulares ocupados e o número de domicílios particulares ocupados, apresentou um declínio de 13,2% no último período censitário, mais acentuado que os 9,6% observados entre os Censos de 1991 e 2000, passando de 3,8, em 2000, para 3,3, em 2010. Esse comportamento persistiu tanto na área urbana quanto na área rural.

A região Norte tem a maior densidade domiciliar, enquanto a Sul apresenta a menor, sendo que a tendência de declínio é uma característica geral e está diretamente relacionada à redução da fecundidade. Das cinco regiões, apenas a Norte apresenta média de moradores por domicílio igual a 4,0. Nas demais, esse valor já se situa entre os 3,1 da região Sul e os 3,5 do Nordeste. No contexto estadual, as médias oscilam entre 3,0, no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, e 4,3, nos estados do Amazonas e Amapá.

Fonte: IBGE

Banco Central muda regras para fornecimento e sustação de cheque


SÃO PAULO - O CMN (Conselho Monetário Nacional) do Banco Central aprovou nesta quinta-feira (28) resolução que muda algumas regras de fornecimento, devolução e oposição ao pagamento de  folhas de cheques.
A nova resolução determina que as instituições financeiras adotem procedimentos próprios para o fornecimento de cheques aos correntistas e criem mecanismos para inibir práticas como cancelamentos indevidos e uso de folhas de cheques roubadas.
“O objetivo é aumentar a segurança, a transparência e a credibilidade desse instrumento de pagamento”, disse o CMN, em nota.
Medidas
Entre as medidas estabelecidas pela resolução, os bancos passam a ser obrigados a deixar claro para seus clientes quais são os critérios para o fornecimento e uso do cheque, além de manterem os correntistas orientados sobre as medidas necessárias, no caso de descumprimento do contrato.
Segundo o CMN, as regras para o fornecimento de folhas de cheques devem fazer parte dos contratos. Essas regras devem se basear, entre outros aspectos, em restrições cadastrais, histórico de ocorrências com cheques, suficiência de saldo, estoque de folhas de cheque em poder do correntista, registro no cadastro de emitentes de cheques sem fundos e regularidade dos dados e documentos de identificação do correntista.
Impressão da data no cheque
O CMN também tornou obrigatória a impressão da data de confecção nas folhas de cheque, o que, segundo o conselho, criará mais um parâmetro de avaliação para aqueles que recebem o cheque.
Além disso, “a medida contribuirá para o aperfeiçoamento do controle do estoque de folhas de cheque mantido pelo correntista, evitando as folhas com data muito antiga”, diz a nota.
Boletim de ocorrência
Nos casos de sustação por furto, roubo ou extravio de folhas de cheque em branco, será exigida a apresentação de boletim de ocorrência policial, assim como já ocorre com os cheques preenchidos pelo correntista.
Ao mesmo tempo, com as novas medidas, não poderão ser anuladas a sustação e a revogação de cheques furtados, roubados ou extraviados, devolvidos pelo sistema de compensação.
Informações sobre ocorrências
A nova resolução também torna obrigatório que os bancos disponibilizem informações sobre diversas ocorrências relativas a um determinado cheque, “visando aumentar a segurança no momento do recebimento do cheque, notadamente pelos estabelecimentos comerciais”.
Segundo o CMN, essas informações vão permitir que o recebedor saiba, no ato da apresentação para o pagamento, se o cheque está bloqueado por falta de confirmação de recebimento pelo correntista, ou se o documento está vinculado a conta de depósitos encerrada, entre outras ocorrências.
Fornecimento de dados do depositante
Por fim, a resolução obriga que, em caso de inclusão do emissor do cheque no CCF (cadastro de cheques sem fundos), os bancos forneçam o nome completo e o endereço residencial e comercial do beneficiário-depositante ao emissor de cheque, mediante apresentação do cheque e autorização do beneficiário.
“Essa medida permite que os correntistas incluídos no CCF localizem o beneficiário do título e regularizem o débito, sem necessidade de aguardar cinco anos para a exclusão automática da ocorrência”, diz a nota do CMN.
Prazo
O Banco Central estipulou um prazo de seis meses para que os bancos comecem a imprimir a data de confecção da folha de cheque e de 12 meses para as alterações contratuais com os correntistas e para a disponibilização das informações sobre cheques.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Artur Henrique: Pelo fim das humilhações nas perícias do INSS

por Artur Henrique*, do site da CUT

Muitos trabalhadores e trabalhadoras que vão ao INSS em busca de afastamento por doença ou acidente enfrentam humilhações e dificuldades causadas por má conduta de parte dos peritos médicos que lá prestam atendimento.
Podemos citar algumas dessas dificuldades e humilhações, entre as mais frequentes: suspensão dos benefícios antes mesmo que o trabalhador se recupere; o não reconhecimento da relação de causalidade de inúmeras doenças com o trabalho, em especial as LER-DORT e doenças mentais que hoje ocorrem em dimensões epidêmicas e são os principais motivos de afastamento do trabalho; o descompasso de tempo entre a cessação de benefício e a perícia para avaliar um pedido de prorrogação ou de reconsideração, o que deixa os trabalhadores por meses sem qualquer rendimento.
E, apesar de o próprio Ministério da Previdência Social ter decidido, recentemente, que os pacientes que procuram o INSS podem passar pela consulta com a presença de acompanhante, os peritos médicos tem se recusado a cumprir a norma. Inclusive como corporação, através de sua entidade nacional, os peritos pronunciaram-se contra essa medida do ministério.
Ou seja, algo que qualquer paciente espera – e consegue -  quando vai ao médico, ser acompanhado por familiar ou amigo, não é possível se esse médico for perito do INSS.
Os peritos também têm se oposto a outra medida do Ministério, a de reconhecer a validade do laudo de médicos assistentes. Conjugada com a liberdade de o paciente passar pela consulta com um acompanhante, a possibilidade de um médico assistente tomar decisões amplia as chances de humanização no atendimento do INSS – humanização compreendida como justiça e dignidade no trato e como acerto no diagnóstico.
Assim, além do direito dos pacientes, o código de ética médica vai sendo desrespeitado pelos peritos. Certamente por isso é que a corporação se sentiu tão incomodada com outra decisão do Ministério da Previdência, a de que os postos do INSS devem deixar à disposição dos pacientes um exemplar do código de ética. O incômodo foi tal que distribuíram, em nota pública, críticas à medida.
Essas críticas aos médicos peritos se fazem ainda mais imperativas hoje, 28 de abril, Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. Pela mesma razão, a CUT e demais centrais sindicais brasileiras – CGTB, CTB, Força Sindical, NCST e UGT – lançarão uma campanha conjunta pela humanização das perícias médicas do INSS e pela observação do novo código de ética médica. Estes temas dizem respeito ao exercício dos direitos de trabalhadores contribuintes do Regime Geral de Previdência Social nas situações em que necessitam de afastamento do trabalho por motivo de doença ou acidente.
Trata-se de uma situação que, além do trabalhador contribuinte enquanto segurado e da seguradora – o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) – envolve os interesses de um terceiro elemento que são as empresas, cuja participação no sistema ocorre por meio do pagamento do seguro acidente de trabalho e do recolhimento e cotização das contribuições pagas à previdência social.
Em meio a esta relação, por natureza assimétrica e permeada de distintos interesses, cumpre às perícias médicas do INSS o papel de avaliar incapacidade laborativa para fins de concessão de benefícios previdenciários aos trabalhadores, isto é, avaliar restrições físicas e/ ou psíquicas advindas de acidentes e doenças que impeçam o trabalhador de desempenhar temporária ou definitivamente as suas funções no trabalho.
Este é o ponto nevrálgico, por colocar em jogo, de um lado, a garantia das condições de subsistência do trabalhador e de sua família, direito básico, essencial, assegurado constitucionalmente no sistema de seguridade social brasileiro, e, de outro lado, a responsabilidade pela proteção social e pela reparação dos danos causados à saúde e à vida pelo trabalho, equação que no caso dos contribuintes da Previdência Social envolve o Estado e os empregadores.
No entanto, além das injustiças já citadas, é sabido, ainda, que muitos peritos trabalham simultaneamente no INSS e como médicos do trabalho de empresas, situação que contraria o preceito ético de imparcialidade, além de favorecer um preconceito predominante há décadas no INSS, o de que o trabalhador é um fraudador que simula doenças para obter benefícios. É sob este tipo suspeição que milhares de homens e mulheres fragilizados por estar feridos ou adoecidos são avaliados pela perícia.
Por fim, vale dizer, ainda, que apesar do termo “acidente” evocar eventos fortuitos, casuais, imprevisíveis e de responsabilidade difusa, pode-se dizer, sem risco de errar, que praticamente todos os danos causados à saúde e à vida pelo trabalho são absolutamente evitáveis, posto que são decorrentes de escolhas técnicas e organizacionais previamente planejadas e controladas pelos empregadores.  Assim, longe de serem fruto de atos inseguros ou negligência dos trabalhadores, os acidentes e doenças do trabalho denunciam uma lógica de organização da produção e do trabalho nocivas à saúde.
Trata-se de um grave problema social e de saúde pública que precisa urgentemente ser enfrentado. Para se ter uma idéia, só em 2009 os dados oficiais da Previdência Social indicam o registro de 723.452 acidentes e doenças do trabalho. Parte destes acidentes e doenças resultou no afastamento das atividades de 623.026 trabalhadores devido à incapacidade temporária, sendo 302.648 até 15 dias e 320.378 com tempo de afastamento superior a 15 dias. Deste total 13.047 trabalhadores ficaram permanentemente incapacitados, aposentado-se precocemente em plena idade produtiva, e 2.496 pessoas morreram por acidente de trabalho, o que corresponde a cerca de 1 morte a cada 3,5 horas, se considerada a jornada diária de 8 horas.
Considerando que este ano trabalhadores, empresários e governos estarão debatendo  e construindo propostas de implantação do Trabalho Decente no País e que a responsabilidade social tem sido ultimamente o principal jargão das empresas, neste 28 de Abril – Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças e Doenças do Trabalho, chamamos a atenção para este grave problema e conclamamos a sociedade em defesa da vida,  da saúde e dos direitos sociais historicamente conquistados.
Artur Henrique é presidente da CUT

Feliz com a volta, Juninho não garante permanência na Colina em 2012

Meia diz que sua promessa era vestir novamente a camisa cruz-maltina, e não se aposentar no clube. Ansioso, ídolo não vê a hora de reencontrar a torcida

Por Fred Huber e Rafael Cavalieri Rio de Janeiro
Juninho Pernambucano com a camisa do Vasco (Foto: Divulgação / Site Oficial do Vasco) 
Juninho Pernambucano veste a camisa do Vasco
(Foto: Divulgação / Site Oficial do Vasco)
 
A torcida vascaína não vê a hora de, após dez anos, ver novamente Juninho Pernambucano com a cruz de malta no peito. E a recíproca parece ser verdadeira. Após o anúncio da contratação do jogador com contrato até dezembro deste ano, a contagem regressiva começou. O meia está muito entusiasmado com o que chama de um "grande desafio", mas não garantiu que permanecerá na Colina em 2012. Ele disse que, entre outras possibilidades, pode acertar com outro time ou então assumir um cargo diretivo em algum clube, inclusive o Vasco.
- Volto com contrato até dezembro, cumprindo o que sempre falei. Depois eu decido minha vida. Se sentir que ainda tenho condições, posso renovar com o Vasco por mais tempo ou jogar por outro clube. A promessa era um dia voltar a vestir a camisa do Vasco, e não encerrar a carreira pelo clube. Caso decida parar, existe a possibilidade de assumir um cargo na comissão técnica ou até mesmo na diretoria, mas isso é para decidir só lá na frente - afirmou o jogador, por telefone, ao GLOBOESPORTE.COM.
As possibilidades futuras são muitas, mas a única certeza no momento é uma só: a felicidade por retornar ao clube onde é idolatrado é muita. E, em meio a essa alegria, Juninho mostrou um lado profissional e consciente raro de se ver no meio do futebol. O apoiador abriu mão de grandes salários para receber um valor simbólico, precisamente R$ 600, para evitar com que o clube tenha prejuízo caso ele não renda o que todos esperam.
- Foi um desejo meu. O Vasco imaginava que teria de fazer grandes engenharias para conseguir o meu retorno, mas não foi assim. Vão ser duas opções para me pagar: classificação para a Libertadores ou título da Copa Sul-Americana. Se não der certo, o clube não vai ter prejuízo. Volto sem qualquer parceria com empresa alguma - explicou.
Juninho falou ainda sobre a saudade da torcida vascaína, de São Januário, a expectativa da família pelo retorno ao Rio de Janeiro e sobre a própria idolatria com o Vasco. Ele acha que não merece tanto! Confira abaixo a entrevista completa.
GLOBOESPORTE.COM: São dez anos longe do futebol brasileiro e do Vasco. Como está a expectativa pelo retorno?
JUNINHO: Foram dez anos longe e fica uma expectativa muito grande. Estou feliz demais em voltar a vestir a camisa do Vasco. Vai ser um desafio, mas estou pronto para isso. A felicidade de retornar a São Januário é enorme. Reencontrar a torcida vai ser um momento especial.
Como foi a negociação?
Tinha a opção de renovar com o Al-Gharafa por mais dois anos. Mas, se isso acontecesse, não teria condições de cumprir minha promessa de um dia voltar. Era agora ou nunca. Inclusive, quando cheguei ao Qatar há dois anos achei que não iria voltar. A vida aqui é mais light, passo mais tempo com a família e eu continuei jogando bem. Mas o Roberto foi a Recife no início do ano e ali eu comecei a pensar. Ele me falou da vontade do Vasco em contar comigo, sobre o projeto envolvendo meu futuro. Ali comecei a pensar.
Muitos jogadores voltam do exterior e passam por problemas. Bate uma insegurança em relação ao seu desempenho?
É um desafio mesmo. Falam em medo, mas não é isso. Tecnicamente o futebol brasileiro é muito melhor. Aqui o ritmo é mais lento. O jogador que não gostar de treinar vai perder ritmo e sofrer com essa dificuldade. Mas não é o meu caso. Sempre gostei de treinar e o mais importante não é a quantidade de treinos e sim a qualidade. Geralmente os jogadores precisam de tempo e isso é justamente o que eu não tenho. Mas vou me preparar muito nesses meses para compensar.
Já tem data para iniciar os trabalhos?
Imaginava que poderia ser inscrito logo no início do Brasileiro, mas não será possível. Então, para não perder ritmo, vou tirar apenas cinco dias de férias e chegar já trabalhando. Tenho trocado e-mails com o preparador físico do Vasco (Rodrigo Poletto) já para combinar como vai ser o trabalho. Vou ter dois meses de treino e o ritmo de jogo vai vir com as atuações. As complicações são muitas e por isso fiz esse contrato simbólico. Mas me sinto pronto. Se você perguntar para quem trabalha comigo todos vão dizer que eu posso jogar no futebol brasileiro. Mas o ideal é esperar e não falar antes.
Sobre o Vasco, está preparado para escutar ao vivo a torcida reviver seu gol contra o River Plate pela Libertadores no Estádio Monumental de Nuñez?
Vai ser especial. Espero que os gritos se transformem em energia forte para mim e eu consiga superar todas as dificuldades. Sou muito grato pelo reconhecimento da torcida e acho até que nem merecia tanto.
Acha então que a idolatria aumentou após a sua saída?
Foram dez anos longe e fica uma expectativa muito grande. Estou feliz demais em voltar a vestir a camisa do Vasco. Vai ser um desafio, mas estou pronto para isso. A felicidade de retornar a São Januário é enorme"
Juninho Pernambucano
A imagem reforçou muito porque infelizmente nos últimos anos o Vasco não teve conquistas expressivas. Eu e Felipe somos os únicos em atividade que ganharam títulos no clube. Participei de uma geração vitoriosa e tudo foi muito marcante para a torcida. Eu fiz muito menos que jogadores como Edmundo e Romário, por exemplo. Sobre o Dinamite então nem falo. Era uma peça importante, mas não um protagonista como eles.
E a família? Sua mulher e filhas estão felizes com o retorno ao Vasco e ao Brasil?
O projeto já era certo. Passamos muito tempo fora do país e a ideia já era voltar. A Giovanna, minha filha mais velha, está muito feliz. Ela foi a única que me viu jogar pelo Vasco e hoje está com 15 anos. Ela sempre cantou o hino e já ensinou isso para as mais novas, Maria Clara e Rafaela, que nasceram em Lyon.
Falando no Lyon, existe um contrato arquivado com o clube no qual você pode voltar como dirigente. Existe essa possibilidade?
Quando saí do Lyon fizemos esse contrato e eu tenho ele guardado. É uma possibilidade que passa pela minha cabeça. Vivi anos maravilhosos por lá e tive um rendimento excelente. Mas isso é algo para ser discutido lá na frente. No momento, a felicidade maior é o retorno ao Vasco.
 

COMO DIRIA A PRÓPRIA GLOBO, ESTAMOS DE OLHO!

LEN: Globo desembarca de Serra. Rei morto, rei posto

 

Escrevi há mais de dois meses atrás um texto que sugeria uma mudança de estratégia política das Organizações Globo, onde apontava uma aproximação de Aécio, até brinquei no título dizendo que Serra já era passado. Naquela ocasião, percebi uma exposição maior do senador Aécio Neves no jornalismo dos veículos da Globo, o que era impensável no período em que o senador ainda disputava com Serra o direito de se candidatar a presidência pelo PSDB.


Por LEN, no blog Ponto e Contraponto

O texto foi visto por alguns amigos, principalmente no twitter, como uma “viagem” da minha parte, porque essas pessoas entendiam que a relação simbiótica imoral entre o tucano paulista e a velha mídia tinha se tornado inquebrável depois de tanto esforço para elegê-lo nas eleições do ano passado. Esse foi o engano — superestimar o poder de Serra, quando ele na verdade era apenas alguém que eles achavam que poderia derrotar a candidata de Lula, mas totalmente descartável no momento que não servisse mais aos seus interesses.

É o que acontece com Serra agora. Depois de duas derrotas em eleições presidenciais, caiu a ficha de parte da velha mídia que ele não pode vencer o PT em uma disputa nacional, e com a sua insistência em se manter na disputa para 2014, resolveram puxar a descarga do vaso sanitário.

A suspeita de aproximação com Aécio se confirmou na forma como a Globo relutou em divulgar a notícia de que ele tinha sido pego em uma blitz da lei seca no Rio de Janeiro, e quando divulgou tentou passar a versão do senador que teria sido pego apenas pela carteira vencida, citando o caso da recusa em fazer o teste do bafômetro como direito dele e não por estar dirigindo alcoolizado. Ainda assim a notícia só foi dada devido à pressão das redes sociais, que tornou o abafamento algo que seria muito descarado. Ainda assim abafaram o quanto puderam, pois a conta de twitter do G1 nem sequer tocou no assunto.

Como para um novo rei assumir o trono é preciso que o velho morra, já começou a desova do Serra, sem nenhuma piedade. A revista Época, que pertence às Organizações Globo e que costumava passar em branco com denúncias contra o tucano paulista, resolveu quebrar o pacto de leniência e pegou a pá para abrir a cova da majestade morta.

Em edição dessa semana, a Globo desembarcou definitivamente de Serra, quando em uma matéria da revista Época desnudou as ligações Serra/FHC com o banqueiro Daniel Dantas e a forma como o tráfico de influência definia ações políticas sobre fundos de pensão estatais para beneficiar o banqueiro. As informações e as evidências fazem parte do inquérito da Operação Satiagraha da Polícia Federal em uma de suas batidas para busca e apreensão.

Além de mostrar para Serra que não conta mais com o apoio deles, foi dado um aviso: vá para o ostracismo de bico fechado que nós temos muito mais chumbo grosso contra você, da mesma forma como age a máfia siciliana: a lei do silêncio.

Amigo leitor, você achou mesmo que a oposição girava em torno de partidos decadentes e desorganizados? Negativo, esses partidos hoje são apenas apensos da sociedade secreta do Millenium, que agem somente como instrumentos de condução das decisões dos verdadeiros poderosos.

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quarta-feira, 27 de abril de 2011

TF decide: vaga de deputado é de suplente da coligação





O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou atrás e confirmou na noite de hoje por 10 votos a 1 que quando um deputado deixa o cargo para assumir um posto no Executivo, por exemplo, a vaga deve ser herdada pelo suplente da coligação e não do partido do parlamentar que se licenciou. Em decisões anteriores, o STF tinha determinado a posse de suplentes de partidos. "A coligação é uma escolha autônoma do partido. A figura jurídica da coligação assume status de 'superpartido' e de uma 'superlegenda' que se sobrepõe durante o processo eleitoral aos partidos que a integram", disse durante o julgamento a relatora do assunto no STF, ministra Cármen Lúcia. "Não seria acertado dizer que vagas pertencem ao partido coligado A ou B, se o coeficiente é calculado pelas coligações", afirmou.Os ministros do Supremo julgaram dois mandados de segurança movidos pelos suplentes de partido Humberto Souto (PPS-MG) e Carlos Victor (PSB-RJ). Cármen Lúcia, que em fevereiro tinha decidido que as vagas deveriam ser assumidas por suplentes de partidos, mudou de posição e liderou a tese de que os postos são herdados pelos suplentes das coligações.
"Em caso de coligação não há mais que se falar em partido", afirmou durante o julgamento o ministro Joaquim Barbosa. "A lei eleitoral disciplina minuciosamente as coligações, estabelecendo que quando formadas por dois ou mais partidos políticos fazem as vezes dos partidos políticos."
"As coligações têm previsão constitucional. As coligações se formam e por meio delas se estabelece o coeficiente eleitoral", afirmou o ministro Ricardo Lewandowski, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A ministra Ellen Gracie afirmou que o grande problema do sistema político partidário brasileiro "é a total ausência de ideologia nos partidos políticos". "O eleitor não vota em coligação", disse o ministro Marco Aurélio Mello, que discordou da maioria.
Se o STF tivesse concluído que a vaga deveria ser assumida por suplente do partido, a composição da Câmara poderia sofrer mudanças porque mais de 20 suplentes de coligações já tomaram posse na Casa. Na prática, o STF esvaziaria as coligações nas eleições proporcionais e executaria o único ponto consensual da reforma política.
Mas o tribunal confirmou um sistema já consolidado de preenchimento das vagas de deputados federais, estaduais e vereadores que se licenciam. Se tivesse acabado com esse sistema situações estranhas poderiam surgir. Em alguns casos não haveria suplente para substituir o deputado que se licenciasse. Em outras situações a Câmara teria de dar posse a suplentes com muito menos votos que o primeiro suplente da coligação.
A polêmica sobre quem deveria herdar as vagas na Câmara provocou reações no Congresso. A Câmara sempre deu posse ao primeiro suplente da coligação, seguindo orientação do TSE. Mas no final do ano passado surgiu a primeira liminar no STF determinando a posse do suplente do partido.
A Câmara resistia a cumprir essas decisões do Supremo, justamente por ter sempre seguido a mesma regra, que nunca fora contestada judicialmente. Ante essa resistência, ministros do tribunal chegaram a ameaçar a abertura de inquéritos caso houvesse o descumprimento das liminares.
O ministro Marco Aurélio Mello, por exemplo, chegou a pedir ao presidente do STF, Cezar Peluso, e ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, providências cabíveis em razão da resistência da Câmara. No julgamento de ontem, ele disse lamentar que as decisões do Supremo não foram respeitadas pelo Legislativo.

Filme de animação de brasileiro, sobre o Rio, lidera bilheterias dos cinemas mundiais

A imagem do Brasil continua em alta no exterior. O filme de desenho animado “Rio”, sobre as aventuras de uma arara azul no Rio de Janeiro, do brasileiro Carlos Saldanha (trilogia “A Era do Gelo”) continua a liderar a bilheteria dos EUA pela segunda semana consecutiva. O filme faturou US$ 26,8 milhões (R$ 40,75 milhões) no fim de semana, e já soma US$ 81,3 milhões (R$ 127 milhões), segundo dados preliminares divulgados neste domingo pela empresa especializada Exhibitor Relations.

Fora dos EUA, o sucesso da arara azul é ainda maior: já passa dos US$ 200 milhões, garantindo com folga a liderança mundial em 2011.















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Escândalo do bafômetro: CPI para apurar dinheiro público de Minas na rádio do Aécio

O governo de Minas, em resposta a ofício, confirmou que a Rádio Arco-Íris, do senador Aécio Neves (PSDB/MG) e de sua irmã, foi a oitava que recebeu mais dinheiro de propaganda do governo de Minas em 2010, dentre milhares de veículos de comunicação no estado.

O bloco de oposição na Assembléia Legislativa "Minas sem censura", recolhe assinaturas para uma CPI estadual. A oposição só tem 23 deputados, e faltam 3 assinaturas para completar as 26 necessárias.


O objetivo da CPI é também investigar se houve ingerência da irmã de Aécio, Andrea Neves, já que ela comandava a área de comunicação quando o irmão era governador.


A oposição cobra informações sobre o dinheiro público gasto na rádio desde 2003, uma vez que o governo só informou os R$ 210.693,00 gastos na rádio em 2010, e está enrolando, dizendo que "está tentando fazer um levantamento" desde 2003.


O bloco Minas sem Censura também informou que, consultou rádios maiores, e elas não tem uma frota de carros de luxo, como tem a emissora do senador tucano. O bloco afirma que "podemos estar diante de um escandaloso caso de ocultação de patrimônio e que os aportes de dinheiro público na citada rádio já se configuram como grave irregularidade administrativa".

Expectativa no STF: vaga de suplente é do partido ou coligação?

O Supremo Tribunal Federal (STF) decide hoje (27) se as vagas de suplentes na Câmara dos Deputados devem ser preenchidas por substitutos do partido ou da coligação. O tribunal já chegou a se posicionar sobre o tema no fim do ano passado, com a maioria dos ministros votando na tese de que a suplência deve ser ocupada por um político do partido. Entretanto, o tribunal estava incompleto na ocasião.

A decisão do plenário acabou sendo sucedida por decisões individuais dos ministros, o que permite uma prévia do placar de hoje à tarde caso ninguém mude de opinião. São favoráveis à tese de que a suplência deve ser do partido os ministros Cezar Peluso, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e Cármen Lúcia. Do outro lado, estão os ministros Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Carlos Ayres Britto e Antonio Dias Toffoli. É desconhecida ainda a posição dos ministros Ellen Gracie e Luiz Fux, que não participaram do julgamento do plenário nem tomaram decisões individuais.
A polêmica em relação ao assunto começou após julgamento do STF sobre a fidelidade partidária. Em 2007, a Corte entendeu que o deputado que troca de partido no meio da legislatura – salvo algumas exceções - perde o direito à vaga, que é do partido.

Os defensores da tese de que a suplência deve ser preenchida por político da coligação afirmam que esse é um instituto que não perde efeito automaticamente após as eleições. Um dos argumentos é que mesmo após o pleito, somente as coligações podem entrar com ação na Justiça Eleitoral para contestar algum fato do pleito que disputaram.

Ainda há a possibilidade de o tribunal decidir que, caso vença a tese de que a suplência é do partido, a regra só tenha validade a partir de 2012, quando o procedimento já for conhecido dos políticos que disputarem as eleições.

Agência Brasil

terça-feira, 26 de abril de 2011

E AGORA TIO SAM?


“O dólar tem os dias contados”, diz jornalista suíça

Li agora e achei interessantíssima a matéria publicada pelo site Swissinfo com a jornalista de economia Myret Zaki. Ela apresenta uma visão que, aqui, é muito raro encontrar quem tenha coragem de sustentar. E que é indispensável para entender os movimentos da economia, porque os analista, em geral, continuam sustentando o discurso que a crise de 2008 demonstrou ser insustentável.
As evidências, porém, são muito forte e, por isso, vão começando a surgir as vozes que dizem, como na fábula, o que não se quer ver: o rei está nu.
Transcrevo alguns trechos da matéria e da entrevista de Zaki.
“A moeda americana se transformou na maior bolha especulativa da História e está condenada a uma forte queda. Os ataques contra o euro são apenas uma cortina de fumaça para esconder a falência da economia americana, defende a jornalista suíça Myret Zaki em seu último livro.
“A queda do dólar se prepara. É inevitável. O principal risco no mundo atualmente é uma crise da dívida pública americana. A maior economia mundial não passa de uma grande ilusão. Para produzir 14 trilhões de renda nacional (PIB), os Estados Unidos geraram uma dívida de mais de 50 trilhões que custa 4 trilhões de juros por ano.”
O tom está dado. Ao longo das 223 páginas de seu novo livro, a jornalista Myret Zaki faz uma acusação impiedosa contra o dólar e a economia americana, que considera “tecnicamente falida”.
A jornalista se tornou, nos últimos anos, uma das mais famosas escritoras de economia da Suíça. Em seus últimos livros, ela aborda a situação desastrosa do banco suíço UBS nos Estados Unidos e a guerra comercial no mercado da evasão fiscal. Na entrevista a seguir, Myret Zaki defende a tese de que o ataque contra o euro é para desviar a atenção sobre a gravidade do caso americano.
Swissinfo.ch: A Senhora diz que o crash da dívida americana e o fim do dólar como lastro internacional será o grande acontecimento do século XXI. Não seria um catastrofismo meio exagerado?
Myrette Zaki: Eu entendo que isso possa parecer alarmista, já que os sinais de uma crise tão violenta ainda não são tangíveis. No entanto, estou me baseando em critérios altamente racionais e factuais. Há cada vez mais autores americanos estimando que a deriva da política monetária dos Estados Unidos conduzirá inevitavelmente a tal cenário. É simplesmente impossível que aconteça o contrário.
swissinfo.ch: No entanto, esta constatação não é, de forma alguma, compartilhada pela maioria dos economistas. Por quê? MZ: É verdade. Existe uma espécie de conspiração do silêncio, pois há muitos interesses em  jogo ligados ao dólar. A gigantesca indústria de asset management (investimento) e dos hedge funds (fundos especulativos) está baseada no dólar. Há também interesses políticos óbvios. Se o dólar não mantiver seu estatuto de moeda lastro, as agências de notações tirariam rapidamente a nota máxima da dívida americana. A partir daí começaria um ciclo vicioso que revelaria a realidade da economia americana. Estão tentando manter as aparências a todo custo, mesmo se o verniz não corresponde mais à realidade.
swissinfo.ch: Não é a primeira vez que se anuncia o fim do dólar. O que mudou em 2011?
MZ: O fim do dólar é realmente anunciado desde os anos 70. Mas nunca tivemos tantos fatores reunidos para se prever o pior como agora. O montante da dívida dos EUA atingiu um recorde absoluto, o dólar nunca esteve tão baixo em relação ao franco suíço e as emissões de novas dívidas americanas são compradas principalmente pelo próprio banco central dos EUA.
Há também críticas sem precedentes de outros bancos centrais, que criam uma frente hostil à política monetária americana. O Japão, que é credor dos Estados Unidos em um trilhão de dólares, poderia reivindicar uma parte desta liquidez para sua reconstrução. E o regime dos petrodólares não é mais garantido pela Arábia Saudita.
swissinfo.ch: Mais do que o fim do dólar, a Senhora anuncia a queda da superpotência econômica dos EUA. Mas os Estados Unidos não são grandes demais para falir?
MZ: Todo mundo tem interesse que os Estados Unidos continuem se mantendo e a mentira deve continuar por um tempo. Mas, não indefinidamente. Ninguém poderá salvar os americanos em última instância. São eles quem terão que arcar com o custo da falência. Um período muito longo de austeridade se anuncia. Ele já começou. Quarenta e cinco milhões de americanos perderam suas casas, 20% da população sairam do circuito econômico e não consomem mais, sem contar que um terço dos estados dos EUA estão praticamente falidos. Ninguém mais investe capital no país. Tudo depende exclusivamente da dívida (americana).
Petrobras: quem aumenta a gasolina são as usinas

A Petrobras está divulgando uma nota que não podia ser mais esclarecedora:
R$ 1,05. É esse o preço do litro da gasolina, sem adição de etanol, vendida pela Petrobras desde 2009. Em 9 de junho daquele ano, houve redução de 4,5%. Desde então, não ocorreu mais nenhuma alteração no preço da gasolina vendida às distribuidoras na porta das refinarias.”
Isso representa 28% do preço pelo qual vem sendo vendido o combustível. A empresa diz que o resto são 40% impostos (dos estados) e  e 11%margens de lucro dos distribuidores e postos (privados) e 22% o preço do álcool misturado à gasolina à razão de 25%.
Portanto, em 10 litros de combustível vendido – a R$ 3 o litro, no posto -  há 7,5 litros de gasolina, que custam R$ 7,88.  E 2,5 litros de álcool, que custam R$ 6,06.
O litro da gasolina ( estatal) custa R$ 1,05 e o do álcool (privado) R$ 2,42.
Custava, há pouco mais de uma semana. Porque já está em R$ 2,72, segundo a cotação do mercado, hoje.
Reduzir a quantidade de álcool anidro (não é o mesmo que o hidratado, vendido nos postos) vai obrigar a Petrobras a importar, pois a nossa capacidade de refino de gasolina está esgotada e os investimentos da Petrobras em ampliar o número de refinarias – R$ 40 bilhões – são de maturação demorada.
Ou o Governo entra de sola sobre o setor alcooleiro ou leva a culpa que não tem pelo aumento dos combustíveis.
Enquanto isso as multis vão avançando sobre a indústria sucroalcooleira, dominando o processamento da cana.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

PT tem maior simpatia da nova classe média, diz Datafolha


RIO - O PT é citado como o partido mais admirado pela nova classe média, faixa que reúne as famílias com renda mensal entre três e dez salários mínimos. Já o PSDB tem seu melhor desempenho entre os eleitores brasileiros mais ricos, com renda familiar superior a dez salários, ao contrário do PT que nesta faixa teve o menor índice de aceitação (16%). No entanto, a sigla aparece à frente das outras em todas as faixas de renda, com 26% da preferência, contra 6% do PMDB e 5% do PSDB.
ANÁLISE: PT era organização poderosa quando estava na oposição, já PSDB está cada vez mais fraco, diz 'The Economist'
ALIANÇAS: Lula debate com Dirceu e prefeitos petistas e propõe que todos tenham um 'Alencar' de vice nas eleições municipais
OBSERVATÓRIO POLÍTICO: Depois de dizer que PSDB não deve atrair 'povão', FH lança portal na internet
REPERCUSSÃO: Em Londres, Lula ironiza FH: 'Não sei como alguém estuda tanto e quer esquecer o povão'
Alvo de disputa das duas legendas mais influentes no cenário político brasileiro desde 1995 e considerada objetivo maior de conquista pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva para os próximos pleitos, a chamada classe C manifesta maior simpatia pelo Partidos dos Trabalhadores, revela pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira. O partido de Lula é citado como o mais admirado por 32% dos entrevistados com renda entre R$ 1.636 e R$ 2.725.
" São eleitores que acabaram de ganhar acesso aos bens de consumo e creditam sua ascensão social nos últimos anos a Lula e ao PT "

A mesma pesquisa indica que o PT também é o preferido entre os eleitores com renda familiar de cinco a dez salários mínimos (R$ 2.726 a R$ 5.450). Já para os que ganham até dois salários mínimos (R$ 1.090), a legenda tem 23% de aceitação.
O pior resultado dos tucanos está entre os mais pobres, com apenas 4% de citações. Pouco mais da metade dos entrevistados (54%) diz não preferir nenhuma legenda.
- São eleitores que acabaram de ganhar acesso aos bens de consumo e creditam sua ascensão social nos últimos anos a Lula e ao PT - diz o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino ao explicar a "gratidão" de brasileiros recém-saídos da pobreza com o governo Lula.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/04/22/pt-tem-maior-simpatia-da-nova-classe-media-diz-datafolha-924300803.asp#ixzz1KZ0iuvoo
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Já que o PIG não quer trabalhar a matéria.Vamos lá:

Mais um da série, Aébrio Neves. 

 

Pó pará Senador Aécio.."sopre" o bafômetro !!!

O dia que durou 21 anos, o golpe de 64 como você nunca viu

O dia que durou 21 anos foi escrito e dirigido por Camilo Tavares e narrado pelo jornalista Flávio Marques, que também assina o roteiro.  O documentário é uma co-produção da TV Brasil com a Pequi Filmes e resgata a história do golpe militar de 1964, desnuda os bastidores e a participação dos Estados Unidos na empreitada.

O Dia que Durou 21 anos - Episódio 1 completo

O Dia que Durou 21 anos - Episódio 2 completo

O Dia que Durou 21 anos - Episódio 3 completo

O líder comunista disseca a hipocrisia do imperialismo Imperialismo

 


Reflexão de Fidel Castro: O Norte revolto e brutal

Estava lendo materiais e livros em abundância para cumprir minha promessa de continuar a Reflexão de 14 de abril sobre a Batalha de Girón, quando dei uma olhada nas notícias frescas de ontem, que são abundantes como todos os dias. É possível acumular montanhas delas em qualquer semana, que vão desde o terremoto no Japão ao triunfo de Ollanta Humala sobre Keiko, filha de Alberto Fujimori, ex-presidente do Peru.


Por Fidel Castro Ruz

O Peru é grande exportador de prata, cobre, zinco, estanho e outros minerais; possui grandes jazidas de urânio que poderosas transnacionais aspiram a explorar. Do urânio enriquecido saem as mais terríveis armas que a humanidade já conheceu e o combustível das centrais eletronucleares que, apesar das advertências dos ecologistas, estavam sendo construídas a ritmo acelerado nos Estados Unidos, Europa e Japão.

Obviamente, não seria justo culpar o Peru por isto. Os peruanos não criaram o colonialismo, o capitalismo e o imperialismo. Tampoco se pode culpar o povo dos Estados Unidos, que também é vítima do sistema que engendrou ali os políticos mais imprudentes que o planeta já conheceu.

Em 8 de abril último, os senhores do mundo deram à luz seu costumeiro informe anual sobre as violações dos “direitos humanos”, que motivou uma aguda análise no sítio Rebelión, assinada pelo cubano Manuel E. Yepe, baseado na resposta do Conselho de Estado da China, enumerando fatos que demonstram a desastrosa situação de tais direitos nos Estados Unidos.

“…Os Estados Unidos são o país onde os direitos humanos são mais agredidos, tanto em seu próprio país como em todo o mundo, e são uma das nações que menos garantem a vida, a propriedade e a segurança pessoal de seus habitantes.

“Anualmente, uma em cada cinco pessoas é vítima de um crime, a taxa mais alta do planeta. Segundo dados oficiais, as pessoas com mais de 12 anos sofreram 4,3 milhões de atos violentos.

“A delinquência cresceu alarmantemente nas quatro maiores cidades do país (Filadélfia, Chicago, Los Angeles e Nova York) e se registraram notáveis aumentos em comparação com o ano anterior em outras grandes cidades (Saint Louis e Detroit).

“O Tribunal Supremo decidiu que a posse de armas para a defesa pessoal é um direito constitucional que não pode ser ignorado pelos governos estaduais. Noventa milhões dos 300 milhões de habitantes do país possuem 200 milhões de armas de fogo.

“No país foram registrados 12 mil homicidios causados por armas de fogo, enquanto 47% dos roubos foram cometidos igualmente com o uso de armas desse tipo.

“À sombra da seção de “atividades terroristas” do Patriot Act, a tortura e a extrema violência para obter confissões de suspeitos são práticas comuns. As condenações injustas se evidenciam nas 266 pessoas, 17 delas já no corredor da morte, que foram absolvidas graças a exames de DNA.

“Washington advoga pela liberdade na internet para fazer da rede de redes uma importante ferramenta diplomática de pressão e hegemonia, mas impõe estritas limitações no ciberespaço em seu próprio território e trata de estabelecer un cerco legal para lidar com o desafio que representa Wikileaks e seus vazamentos.

“Com uma alta taxa de desemprego, a proporção de cidadãos estadunidenses que vive na pobreza alcançou um nível recorde. Um em cada oito cidadãos participou no ano passado dos programas de cupons para alimentos.

“O número de famílias acolhidas em centros para desamparados aumentou 7% e as familias tiveram que permanecer mais tempo nos centros de acolhida. Os delitos violentos contra estas famílias sem teto aumentam sem cessar.

“A discriminação racial permeia cada aspecto da vida social. Os grupos minoritários são discriminados em seus empregos, tratados de maneira indigna e não são levados em conta para promoções, benefícios ou processos de seleção de emprego. Um terço dos negros sofreu discriminação em seus lugares de trabalho, embora somente 16% se atreveram a apresentar queixa.

“A taxa de desemprego entre os brancos é de 16,2%, entre hispanos e asiáticos de 22%, e entre os negros é de 33%. Os afroamericanos e os latinos representam 41% da população carcerária. A taxa de afroamericanos cumprindo prisão perpétua é 11 vezes mais alta que a de brancos.

“90% das mulheres sofreram discriminação sexual de algum tipo em seu lugar de trabalho. Vinte milhões de mulheres são vítimas de violação, quase 60 mil presas sofreram agressão sexual ou violência. A quinta parte das estudantes universitárias é agredida sexualmente e 60% das violações em campus universitários ocorre nos dormitórios femininos.

“Nove em cada dez estudantes homossexuais, bissexuais ou transexuais sofrem assédio no centro escolar.

“O Informe dedica um capítulo a recordar as violações dos direitos humanos de que é responsável o governo dos Estados Unidos fora de suas fronteiras. As guerras do Iraque e do Afeganistão, dirigidas pelos EUA, causaram dados exorbitantes de vítimas entre a população civil destes países.

“As ações ‘antiterroristas’ dos EUA incluíram graves escândalos de abuso a prisioneiros, detenções indefinidas sem acusações ou julgamentos em centros de detenção como o de Guantânamo e outros lugares do mundo, criados para interrogar os denominados ‘presos de valor elevado’ onde se aplicam as piores torturas.

“O documento chinês também recorda que os EUA violaram o direito a existir e desenvolver-se da população cubana sem acatar a vontade mundial expressa pela Assembleia Geral da ONU durante 19 anos consecutivos sobre ‘A necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba’.

“Os EUA não ratificaram convenções internacionais sobre os direitos humanos como o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher; a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Convenção sobre os Direitos da Criança.

“Os dados apresentados pelo governo chinês demonstram que o funesto histórico dos EUA neste terreno o desqualifica como ‘juiz dos direitos humanos no mundo’. Sua ‘diplomacia dos direitos humanos’ é pura hipocrisia de dois pesos e duas medidas a serviço de seus interesses imperiais estratégicos. O governo chinês aconselha o governo dos EUA a tomar medidas concretas para melhorar sua própria situação em direitos humanos, que examine e retifique suas atividades nesse terreno e detenha seus atos hegemônicos que consistem em utilizar os direitos humanos para interferir nos assuntos internos de outros países.”

O importante desta análise, a nosso juízo, é que se faça tal denúncia em um documento assinado pelo Estado chinês, um país de 1 bilhão e 341 milhões de cidadãos, que possui US$ 2 trilhões em suas reservas monetárias, sem cuja cooperação comercial o império afunda. Parecia-me importante que nosso povo conhecesse os dados precisos contidos no documento do Conselho de Estado chinês.

Se Cuba o dissesse, careceria de importância; levamos mais de 50 anos denunciando esses hipócritas.

Martí tinha dito há 116 anos, em 1895: “…o caminho que se há de fechar, e o estamos fechando com nosso sangue, da anexação dos povos de nossa América ao Norte revolto e brutal que os despreza…”
“Vivi dentro do monstro, e conheço suas entranhas”.

Fidel Castro Ruz
23 de abril de 2011, 19h32
Fonte: Cubadebate
Tradução da Redação do Vermelho