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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Mensalão: onde o PiG vai
enfiar o dólar da cueca ?

                    E, agora, onde o PiG vai enfiar os dólares que atingiram Genoíno e o irmão ?
Saiu no Estadão:

Justiça livra José Guimarães de investigação dos dólares na cueca

Sete anos depois – e às vésperas do julgamento do mensalão – o Superior Tribunal de Justiça (STJ) livrou o vice-líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), da acusação de envolvimento no episódio em que um assessor dele, José Adalberto Vieira, foi preso no Aeroporto de Congonhas em São Paulo com US$ 100 mil escondidos na cueca, e mais R$ 209 mil numa maleta de mão, quando embarcava para Fortaleza.

O fato ocorreu no dia 8 de julho de 2005, em meio aos desdobramentos do mensalão, e precipitou o afastamento do então deputado José Genoíno da presidência do PT.

Irmão de Guimarães, Genoíno era alvo de investigação da CPI dos Correios e cogitava deixar o comando do PT. Ele acabou renunciando ao cargo dois dias depois da prisão do assessor parlamentar de seu irmão, que na época era deputado estadual e presidente do PT no Ceará.

Hoje Genoíno é um dos 38 réus do mensalão, que será julgado a partir de agosto. Já Guimarães, em plena ascensão no PT, é coordenador da bancada do Nordeste e cotado para assumir a liderança da bancada federal em 2013.

A Primeira Turma do STJ – da qual faz parte o novo Corregedor Nacional de Justiça, ministro Francisco Falcão – acolheu, por unanimidade, no último dia 21 de junho, recurso para determinar que José Guimarães não figure mais como réu na ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal, em tramitação na 10a Vara Federal em Fortaleza, embora ainda não haja até hoje, sentença final de mérito e o
 processo ainda se encontre na fase das alegações finais.

(…)
E, agora, onde o PiG vai enfiar os dólares que atingiram Genoíno e o irmão ?
Navalha

O amigo navegante talvez se lembre do frenesi do PiG quando explodiu o dólar na cueca.
Fez parte do Golpe que o Zé Alencar se recusou a dar, como conta o Tarso Genro.
Um Golpe parlamentar paraguaio.
E, agora, quando o Peluso absolver o José Dirceu – já que não há provas contra ele -, onde o Merval vai depositar a espada de sua Cruzada ?




Paulo Henrique Amorim

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Marcos Coimbra: Os inimigos do Bolsa Família


O Bolsa Família e seus inimigos
por Marcos Coimbra, na CartaCapital

O pensamento conservador brasileiro – na política, na mídia, no meio acadêmico, na sociedade – tem horror ao Bolsa Família. É só colocar dois conservadores para conversar que, mais cedo ou mais tarde, acabam falando mal do programa.
Não é apenas no Brasil que conservadores abominam iniciativas desse tipo. No mundo inteiro, a expansão da cidadania social e a consolidação do chamado “Estado do Bem-Estar” aconteceu, apesar de sua reação.
Costumamos nos esquecer dos “sólidos argumentos” que se opunham contra políticas que hoje em dia são vistas como naturais e se tornaram rotina. Quem discutiria, atualmente, a necessidade da Previdência Social, da ação do Estado na saúde pública, na assistência médica e na educação continuada?
Mas todas já foram consideradas áreas interditas ao Estado. Que melhor funcionariam se permanecessem regidas, exclusivamente, pela “dinâmica do mercado”. Tem quem pode, paga quem consegue. Mesmo se bem-intencionado, o “estatismo” terminaria por desencorajar o esforço individual e provocar o agravamento – em vez da solução – do problema original.
O axioma do pensamento conservador é simples: a cada vez que se “ajuda” um pobre, fabricam-se mais pobres.
Passaram-se os tempos e ninguém mais diz essas barbaridades, ainda que muitos continuem a acreditar nelas. Hoje, o alvo principal das críticas conservadoras são os programas de transferência direta de renda. Naturalmente, os que crescem e se consolidam. Se permanecerem pequenos, são vistos até com simpatia, uma espécie de aceno que sinaliza a “preocupação social” de seus formuladores.
Mas é uma relação ambígua: ao mesmo tempo que criticam os programas de larga escala, dizem-se seus mentores. Da versão “correta”. Veja-se a polêmica a respeito de quem inventou o Bolsa Família: irrelevante para a opinião pública, mas central para as oposições. À medida que o programa avançou e se expandiu ao longo do primeiro governo Lula, tornando-se sua marca mais conhecida e aprovada, sua paternidade começou a ser reivindicada pelo PSDB. Argumentavam que sua origem era um programa instituído pelo prefeito tucano de Campinas, José Roberto Magalhães Teixeira, em 1994.
Ele criou de fato o Programa de Renda Mínima, que complementava a receita de pessoas em situação de miséria. Por razões evidentes, limitava-se à cidade e beneficiava apenas 2,5 mil famílias, com uma administração tão complexa que era impossível expandi-lo com os recursos da prefeitura.
Tem sentido dizer que o Bolsa Família nasceu assim? Que esse pequeno experimento local é a matriz do que temos hoje? O maior e mais bem avaliado programa do gênero existente no mundo e que serve de modelo para países ricos e pobres?
O que a discussão sobre o Renda Mínima de Campinas levanta é uma pergunta: se o PSDB estava convencido da necessidade de elaborar um programa nacional baseado nele, por que não o fez?
Não foi Fernando Henrique Cardoso quem venceu a eleição de 1994? O novo presidente não era amigo e correligionário do prefeito? Ou será que FHC não levou o programa do companheiro para o nível federal por ignorá-lo?
Quem sabe conhecesse a iniciativa e até a aplaudisse, mas não fazia parte do arsenal de medidas que achava adequadas para enfrentar o problema da pobreza. Não eram “coisas desse tipo” que o Brasil precisava.
Goste-se ou não de Lula, o fato é que o Bolsa Família só nasceu quando ele chegou à Presidência. E é muito provável que não existisse se José Serra tivesse vencido aquela eleição.
Fazer a arqueologia do programa é bizantino. Para as pessoas comuns não quer dizer nada. Como se vê nas pesquisas, acham até engraçado sustentar que o Bolsa Família não tem a cara de Lula.
Não é isso, no entanto, o que pensam os conservadores. Para eles, continua a ser necessário evitar que essa bandeira permaneça nas mãos do ex-presidente. O curioso é que não gostam do programa. E que, toda vez que o discutem, só conseguem pensar no que fazer para excluir beneficiários: são obcecados pela ideia de “porta de saída”.
Outro dia, tudo isso estava em um editorial de O Globo intitulado “Efeitos colaterais do Bolsa Família”: a tese da ancestralidade tucana, a depreciação do programa – apresentado como reunião de “linhas de sustentação social (?) já existentes” –, a opinião de que teria ficado “grande demais”, a crítica de que causaria escassez de mão de obra no Nordeste, e por aí vai (em momento revelador, escreveu “Era FHC” e “período Lula” – como se somente o primeiro merecesse a maiúscula).
Para a oposição – especialmente a menos informada –, o Bolsa Família é o grande culpado pela reeleição de Lula e a vitória de Dilma Rousseff. Não admira que o deteste.
Para os políticos, as coisas são, porém, mais complicadas. Como hostilizar um programa que a população apoia?
Por isso, quando vão à rua disputar eleições, se apresentam como seus defensores. Como na inesquecível campanha de Serra em 2010: “Eu sou o Zé que vai continuar a obra do Lula!”.
Alguém acredita?
Leia também:

terça-feira, 26 de junho de 2012

Zé Alencar impediu
golpe paraguaio x Lula

Leia artigo de Tarso sobre o Paraguai e o Brasil, na Carta Maior: Um golpe de novo tipo contra Lugo.


                                                                                                                                              Quem é o Pelé ?
O Conversa Afiada reproduz testemunho histórico do Governador Tarso Genro sobre o papel do vice-presidente José Alencar ao impedir um Golpe mervalmente paraguaio contra o Nunca Dantes.

Tarso Genro chama também a OAB às falas – a OAB Golpista.

Só no Brasil: uma ordem de Advogados, de Advogados … Golpista !

(Clique aqui para relembrar a passagem gloriosa de Roberto Busato à frente da instituição que Raymundo Faoro presidiu. Hoje quem está lá é o Ophir.)

Leia artigo de Tarso sobre o Paraguai e o Brasil, na Carta Maior:

Um golpe de novo tipo contra Lugo


No Paraguai o Poder Legislativo na condição de Tribunal político atentou contra dois princípios básicos de qualquer democracia minimamente séria: o princípio da “ampla defesa” e o princípio do “devido processo legal”. É impossível um processo justo – mesmo de natureza política – que dispense um mínimo de provas. É impossível garantir o direito de defesa – mesmo num juízo político – sem que o réu tenha conhecimento pleno do crime ou da responsabilidade a partir da qual esteja sendo julgado. Tudo isso foi negado ao Presidente Lugo. O artigo é de Tarso Genro.

Tarso Genro (*)

O que foi tentado contra Lula, na época do chamado mensalão – que por escassa margem de votos não teve o apoio da OAB Federal numa histórica decisão do seu Conselho ainda não revelada em todas as suas implicações políticas – foi conseguido plenamente contra o Presidente Lugo. E o foi num fulminante e sumário ritual, que não durou dois dias. Não se alegue, como justificativa para apoiar o golpe, que a destituição do Presidente Lugo foi feita “por maioria” democrática, pois a maioria exercida de forma ilegal também pode ser um atentado à democracia. É fácil dar um exemplo: “por maioria”, o Poder Legislativo paraguaio poderia legislar adotando a escravidão dos seus indígenas?

No Paraguai o Poder Legislativo na condição de Tribunal político atentou contra dois princípios básicos de qualquer democracia minimamente séria: o princípio da “ampla defesa” e o princípio do “devido processo legal”. É impossível um processo justo – mesmo de natureza política – que dispense um mínimo de provas. É impossível garantir o direito de defesa – mesmo num juízo político – sem que o réu tenha conhecimento pleno do crime ou da responsabilidade a partir da qual esteja sendo julgado. Tudo isso foi negado ao Presidente Lugo.

O que ocorreu no Paraguai foi um golpe de estado de “novo tipo”, que apeou um governo legitimamente eleito através de uma conspiração de direita, dominante nas duas casas parlamentares. Estas jamais engoliram Lugo, assim como a elite privilegiada do nosso país jamais engoliu o Presidente Lula. Lá, eles tiveram sucesso porque o Presidente Lugo não tinha uma agremiação partidária sólida e estava isolado do sistema tradicional de poder, composto por partidos tradicionais que jamais se conformaram com a chegada à presidência de um bispo ligado aos movimentos sociais. A conspiração contra Lugo estava no Palácio, através do Vice-Presidente que agora, “surpreso”, assume o governo, amparado nas lideranças parlamentares que certamente o “ajudarão” a governar dentro da democracia.

Aqui, eles não tiveram sucesso porque – a despeito das recomendações dos que sempre quiseram ver Lula isolado, para derrubá-lo ou destruí-lo politicamente – o nosso ex-Presidente soube fazer acordos com lideranças dos partidos fora do eixo da esquerda, para não ser colocado nas cordas. Seu isolamento, combinado com o uso político do”mensalão”, certamente terminaria em seu impedimento. Acresce-se que aqui no Brasil – sei isso por ciência própria pois me foi contado pelo próprio José Alencar- o nosso Vice presidente falecido foi procurado pelos golpistas “por dentro da lei” e lhes rejeitou duramente.

A tentativa de golpe contra o Presidente Chavez, a deposição de Lugo pelas “vias legais”, a rápida absorção do golpe “branco” em Honduras, a utilização do território colombiano para a instalação de bases militares estrangeiras têm algum nexo de causalidade? Sem dúvida têm, pois, esgotado o ciclo das ditaduras militares na América Latina, há uma mudança na hegemonia política do continente, inclusive com o surgimento de novos setores de classes, tanto no mundo do trabalho como no mundo empresarial. É o ciclo, portanto, da revolução democrática que, ou se aprofunda, ou se esgota. Estes novos setores não mais se alinham, mecanicamente, às posições políticas tradicionais e não se submetem aos velhos padrões autoritários de dominação política.

Os antigos setores da direita autoritária, porém, incrustados nos partidos tradicionais da América latina e apoiados por parte da grande imprensa (que apoiaram as ditaduras militares e agora reduzem sua influência nos negócios do Estado) tentam recuperar sua antiga força, a qualquer custo. São estes setores políticos – amantes dos regimes autoritários – que estão embarcando neste golpismo “novo tipo”, saudosos da época em que os cidadãos comuns não tinham como fazer valer sua influência sobre as grandes decisões públicas.

É a revolução democrática se esgotando na América Latina? Ou é o início de um novo ciclo? A queda de Lugo, se consolidada, é um brutal alerta para todos os democratas do continente, seja qual for o seu matiz ideológico. Os vícios da república e da democracia são infinitamente menores dos que os vícios e as violências ocultas de qualquer ditadura.

Pela queda de Lugo, agradecem os que apostam num autoritarismo “constitucionalizado” na A.L., de caráter antipopular e pró-ALCA. Agradecem os torturadores que não terão seus crimes revelados, agradecem os que querem resolver as questões dos movimentos sociais pela repressão. Agradece, também, a guerrilha paraguaia, que agora terá chance de sair do isolamento a que tinha se submetido, ao desenvolver a luta armada contra um governo legítimo, consagrado pelas urnas.

(*) Governador do Rio Grande do Sul


Em tempo: o ansioso blogueiro entrevistou José Alencar e ponderou que ele e Lula se davam tão bem que nem precisavam trocar palavras. Se entendiam com o olhar. Pareciam Pelé e Coutinho. Alencar respondeu, às  gargalhadas: precisa ver quem é o Pelé e quem é o Coutinho. Nessa mesma entrevista ele disse: prefiro a morte à desonra. PHA

quarta-feira, 20 de junho de 2012

REALMENTE HISTÓRICA, MOSTRA AS ENTRANHAS DA RAINHA DO PiG.

Ambulâncias do Cerra
e aloprados do Kamel

O Conversa Afiada reproduz histórica carta de despedida da Globo do blogueiro sujo Rodrigo Vianna.

E o Antes Tarde do Que Nunca - Cominiuai também

                                               O PiG (*) comemora o indiciamento dos “aloprados”:

Justiça de Mato Grosso abre processo contra ‘aloprados’

E omite que os “aloprados” nascem de emergência dentro das ambulâncias super-faturadas do Cerra, quando era “o melhor Ministro da Saúde que esta país já teve”, nas históricas palavras do Nelson Johnbim.

Este episódio se encontra muito bem descrito na carta de despedida da Globo do blogueiro sujo Rodrigo Vianna.

Numa singela homeagem a Ali Kamel, o Conversa Afiada reproduz o histórico desabafo:

# dez/06


Lealdade


Quando cheguei à TV Globo, em 1995, eu tinha mais cabelo, mais esperança, e também mais ilusões. Perdi boa parte do primeiro e das  últimas. A esperança diminuiu, mas sobrevive. Esperança de fazer  jornalismo que sirva pra transformar – ainda que de forma modesta e  pontual. Infelizmente, está difícil continuar cumprindo esse compromisso aqui na Globo. Por isso, estou indo embora.


Quando entrei na TV Globo, os amigos, os antigos colegas de Faculdade, diziam: “você não vai aguentar nem um ano naquela TV que  manipula eleições, fatos, cérebros”. Aguentei doze anos. E vou dizer: costumava contar a meus amigos que na Globo fazíamos – sim – bom jornalismo. Havia, ao menos, um esforço nessa direção.


Na última década, em debates nas universidades, ou nas mesas de bar,  a cada vez que me perguntavam sobre manipulação e controle político  na Globo, eu costumava dizer: “olha, isso é coisa do passado; esse  tempo ficou pra trás”.


Isso não era só um discurso. Acompanhei de perto a chegada de Evandro Carlos de Andrade ao comando da TV, e a tentativa dele de profissionalizar nosso trabalho. Jornalismo comunitário, cobertura política – da qual participei de 98 a 2006. Matérias didáticas sobre o voto, sobre a democracia. Cobertura factual das eleições, debates. Pode parecer bobagem, mas tive orgulho de participar desse momento de virada no Jornalismo da Globo.


Parecia uma virada. Infelizmente, a cobertura das eleições de 2006 mostrou que eu havia me iludido. O que vivemos aqui entre setembro e outubro de 2006 não foi ficção. Aconteceu.


Pode ser que algum chefe queira fazer abaixo-assinado para provar que não aconteceu. Mas, é ruim, hem!


Intervenção minuciosa em nossos textos, trocas de palavras a mando de chefes, entrevistas de candidatos (gravadas na rua) escolhidas a dedo, à distância, por um personagem quase mítico que paira sobre a Redação: “o fulano (e vocês sabem de quem estou falando) quer esse trecho; o fulano quer que mude essa palavra no texto”.


Tudo isso aconteceu. E nem foi o pior.


Na reta final do primeiro turno, os “aloprados do PT” aprontaram; e aloprados na chefia do jornalismo global botaram por terra anos de esforço para construir um novo tipo de trabalho aqui.


Ao lado de um grupo de colegas, entrei na sala de nosso chefe em São Paulo, no dia 18 de setembro, para reclamar da cobertura e pedir equilíbrio nas matérias: “por que não vamos repercutir a matéria da “Istoé”, mostrando que a gênese dos sanguessugas ocorreu sob os tucanos? Por que não vamos a Piracicaba, contar quem é Abel Pereira?”


Por que isso, por que aquilo… Nenhuma resposta convincente. E uma cobertura desastrosa. Será que acharam que ninguém ia perceber?


Quando, no JN, chamavam Gedimar e Valdebran de “petistas” e, ao mesmo tempo, falavam de Abel Pereira como empresário ligado a um ex- ministro do “governo anterior”, acharam que ninguém ia achar estranho?


Faltando seis dias para o primeiro turno, o “petista” Humberto Costa foi indiciado pela PF. No caso dos vampiros. O fato foi parar em manchete no JN, e isso era normal. O anormal é que, no mesmo dia, esconderam o nome de Platão, ex-assessor do ministério na época de Serra/Barjas Negri. Os chefes sabiam da existência de Platão, pediram a produtores pra checar tudo sobre ele, mas preferiram não dar. Que jornalismo é esse, que poupa e defende Platão, mas detesta Freud! Deve haver uma explicação psicanalítica para jornalismo tão seletivo!


Ah, sim, Freud. Elio Gaspari chegou a pedir desculpas em nome dos jornalistas ao tal Freud Godoy. O cara pode ter muitos pecados. Mas, o que fizemos na véspera da eleição foi incrível: matéria mostrando as “suspeitas”, e apontando o dedo para a sala onde ele trabalhava, bem próximo à sala do presidente.. . A mensagem era clara. Mas, quando a PF concluiu que não havia nada contra ele, o principal telejornal da Globo silenciou antes da eleição.


Não vi matérias mostrando as conexões de Platão com Serra, com os tucanos.


Também não vi (antes do primeiro turno) reportagens mostrando quem era Abel Pereira, quem era Barjas Negri, e quais eram as conexões deles com PSDB. Mas vi várias matérias ressaltando os personagens petistas do escândalo. E, vejam: ninguém na Redação queria poupar os petistas (eu cobri durante meses o caso Santo André; eram matérias desfavoráveis a Lula e ao PT, nunca achei que não devêssemos fazer; seria o fim da picada…).


O que pedíamos era isonomia. Durante duas semanas, às vésperas do primeiro turno, a Globo de São Paulo designou dois repórteres para acompanhar o caso dossiê: um em São Paulo, outro em Cuiabá. Mas, nada de Piracicaba, nada de Barjas.!


Um colega nosso chegou a produzir, de forma precária, por telefone (vejam, bem, por telefone! Uma TV como a Globo fazer reportagem por telefone), reportagem com perfil do Abel. Foi editada, gerada para o Rio. Nunca foi ao ar!


Os telespectadores da Globo nunca viram Serra e os tucanos entregando ambulâncias cercados pelos deputados sanguessugas. Era o que estava na tal fita do “dossiê”. Outras TVs mostraram o vídeo, a internet mostrou. A Globo, não. Provava alguma coisa contra Serra? Não. Ele não era obrigado a saber das falcatruas de deputados do baixo clero. Mas, por que demos o gabinete de Freud pertinho de Lula, e não demos Serra com sanguessugas?


E o caso gravíssimo das perguntas para o Serra? Ouvi, de pelo menos 3 pessoas diretamente envolvidas com o SP-TV Segunda Edição, que as perguntas para o Serra, na entrevista ao vivo no jornal, às vésperas do primeiro turno, foram rigorosamente selecionadas. Aquele diretor (aquele, vocês sabem quem) teria mandado cortar todas as perguntas “desagradáveis” . A equipe do jornal ficou atônita. Entrevistas com os outros candidatos tinham sido duras, feitas com liberdade. Com o Serra, teria havido, deliberadamente, a intenção de amaciar.


E isso era um segredo de polichinelo. Muita gente ouviu essa história pelos corredores.. .


E as fotos da grana dos aloprados? Tínhamos que publicar? Claro. Mas, porque não demos a história completa? Os colegas que estavam na PF naquele dia (15 de setembro), tinham a gravação, mostrando as circunstâncias em que o delegado vazara as fotos. Justiça seja feita: sei que eles (repórter e produtor) queriam dar a matéria completa – as fotos, e as circunstâncias do vazamento. Podiam até proteger a fonte, mas escancarando o que são os bastidores de uma campanha no Brasil. Isso seria fazer jornalismo, expor as entranhas do poder.


Mais uma vez, fomos seletivos: as fotos mostradas com estardalhaço. A fita do delegado, essa sumiu!


Aquele diretor, aquele que controla cada palavra dos textos de política, disse que só tomou conhecimento do conteúdo da fita no dia seguinte. Quer que a gente acredite?


Por que nunca mostraram o conteúdo da fita do delegado no JN?


O JN levou um furo, foi isso?


Um colega nosso, aqui da Globo ouviu a fita e botou no site pessoal dele… Mas, a Globo não pôs no ar… O portal “G-1″ botou na íntegra a fita do delegado, dias depois de a “CartaCapital” ter dado o caso. Era noticia? Para o portal das Organizações Globo, era.


Por que o JN não deu no dia 29 de setembro? Levou um furo?


Não. Furada foi a cobertura da eleição. Infelizmente.


E, pra terminar, aquele episódio lamentável do abaixo-assinado, depois das matérias da “CartaCapital” . Respeito os colegas que assinaram. Alguns assinaram por medo, outros por convicção. Mas, o fato é que foi um abaixo-assinado em defesa da Globo, apresentado por chefes!


Pensem bem. Imaginem a seguinte hipótese: a revista “Quatro Rodas” dá matéria falando mal da suspensão de um carro da Volkswagen, acusando a empresa de deliberadamente não tomar conhecimento dos problemas. Aí, como resposta, os diretores da Volks têm a brilhante idéia de pedir aos metalúrgicos pra assinar um manifesto em defesa da empresa! O que vocês acham? Os metalúrgicos mandariam a direção da fábrica catar coquinho em Berlim!


Aqui, na Globo, muitos preferiram assinar. Por isso, talvez, tenhamos um metalúrgico na Presidência da República, enquanto os jornalistas ficaram falando sozinhos nessa eleição…


De resto, está difícil continuar fazendo jornalismo numa emissora que obriga repórteres a chamarem negros de “pretos e pardos”. Vocês já viram isso no ar? Sinto vergonha…


A justificativa: IBGE (e, portanto, o Estado brasileiro) usa essa nomenclatura. Problema do IBGE. Eu me recuso a entrar nessa. Delegados de policia (representantes do Estado) costumavam (até bem pouco tempo) tratar companheiras (mesmo em relações estáveis) como “concubinas” ou “amásias”. Nunca usamos esses termos!


Árabes que chegaram ao Brasil no início do século passado eram chamados de “turcos” pelas autoridades (o passaporte era do Império Turco Otomano, por isso a nomenclatura) . Por causa disso, jornalistas deviam chamar libaneses de turcos?

Daqui a pouco, a Globo vai pedir para que chamemos a Parada Gay de “Parada dos Pederastas”. Francamente, não tenho mais estômago.


Mas, também, o que esperar de uma Redação que é dirigida por alguém que defende a cobertura feita pela Globo na época das Diretas?


Respeito a imensa maioria dos colegas que ficam aqui. Tenho certeza que vão continuar se esforçando pra fazer bom Jornalismo. Não será fácil a tarefa de vocês.


Olhem no ar. Ouçam os comentaristas. As poucas vozes dissonantes sumiram. Franklin Martins foi afastado. Do Bom dia Brasil ao JG, temos um desfile de gente que está do mesmo lado.


Mas sabem o que me deixou preocupado mesmo? O texto do João Roberto Marinho depois das eleições.


Ele comemorou a reação (dando a entender que foi absolutamente espontânea; será que disseram isso pra ele? Será que não contaram a ele do mal-estar na Redação de São Paulo?) de jornalistas em defesa da cobertura da Globo:


“(…)diante de calúnias e infâmias, reagem, não com dúvidas ou incertezas, mas com repúdio e indignação. Chamo isso de lealdade e confiança”.


Entendi. Ele comemora que não haja dúvidas e incertezas.. . Faz sentido. Incerteza atrapalha fechamento de jornal. Incerteza e dúvida são palavras terríveis. Devem ser banidas. Como qualquer um que diga que há racismo – sim – no Brasil.


E vejam o vocabulário: “lealdade e confiança”. Organizações ainda hoje bem populares na Itália costumam usar esse jargão da “lealdade”.


Caro João, você talvez nem saiba direito quem eu sou.


Mas, gostaria de dizer a você que lealdade devemos ter com princípios, e com a sociedade. A Globo, infelizmente, não foi “leal” com o público. Nem com os jornalistas. Vai pagar o preço por isso. É saudável que pague. Em nome da democracia!


João, da família Marinho, disse mais no brilhante comunicado interno:


“Pude ter certeza absoluta de que os colaboradores da Rede Globo sabem que podem e devem discordar das decisões editoriais no trabalho cotidiano que levam à feitura de nossos telejornais, porque o bom jornalismo é sempre resultado de muitas cabeças pensando”.


Caro João, em que planeta você vive? Várias cabeças? Nunca, nem na ditadura (dizem-me os companheiros mais antigos) tivemos na Globo um jornalismo tão centralizado, a tal ponto que os repórteres trabalham mais como bonecos de ventríloquos, especialmente na cobertura política!


Cumpro agora um dever de lealdade: informo-lhe que, passadas as eleições, quem discordou da linha editorial da casa foi posto na “geladeira”. Foi lamentável, caro João. Você devia saber como anda o ânimo da Redação – especialmente em São Paulo.


Boa parte dos seus “colaboradores” (você, João, aprendeu direitinho o vocabulário ideológico dos consultores e tecnocratas – “colaboradores” , essa é boa… Eu não sou colaborador, coisa nenhuma! Sou jornalista!) está triste e ressabiada com o que se passou.


Mas, isso tudo tem pouca importância.


Grave mesmo é a tela da Globo – no Jornalismo, especialmente – não refletir a diversidade social e política brasileira. Nos anos 90, houve um ensaio, um movimento em direção à pluralidade. Já abortado. Será que a opção é consciente?


Isso me lembra a Igreja Católica, que sob Ratzinger preferiu expurgar o braço progressista. Fez uma opção deliberada: preferiram ficar menores, porém mais coesos ideologicamente. Foi essa a opção de Ratzinger. Será essa a opção dos Marinho?


Depois, não sabem porque os protestantes crescem…


Eu, que não sou católico nem protestante, fico apenas preocupado por ver uma concessão pública ser usada dessa maneira!


Mas, essa é também uma carta de despedida, sentimental.


Por isso, peço licença pra falar de lembranças pessoais.


Foram quase doze anos de Globo.


Quando entrei na TV, em 95, lá na antiga sede da praça Marechal, havia a Toninha – nossa mendiga de estimação, debaixo do viaduto. Os berros que ela dava em frente à entrada da TV traziam uma dimensão humana ao ambiente, lembravam-nos da fragilidade de todos nós, de como nossa razão pode ser frágil.


Havia o João Paulada – o faz-tudo da Redação.


Havia a moça do cafezinho (feito no coador, e entregue em garrafas térmicas), a tia dos doces…


Era um ambiente mais caseiro, menos pomposo. Hoje, na hora de dizer tchau, sinto saudade de tudo aquilo.


Havia bares sujos, pessoas simples circulando em volta de todos nós – nas ruas, no Metrô, na padaria.


Todos, do apresentador ao contínuo, tinham que entrar a pé na Redação. Estacionamentos eram externos (não havia “vallet park”, nem catraca eletrônica). A caminhada pelas calçadas do centro da cidade obrigava-nos a um salutar contato com a desigualdade brasileira.


Hoje, quando olho pra nossa Redação aqui na Berrini, tenho a impressão que estou numa agência de publicidade. Ambiente asséptico, higienizado. Confortável, é verdade. Mas triste, quase desumano.


Mas, há as pessoas. Essas valem a pena.


Pra quem conseguiu chegar até o fim dessa longa carta, preciso dizer duas coisas…


1) Sinto-me aliviado por ficar longe de determinados personagens, pretensiosos e arrogantes, que exigem “lealdade”; parecem “poderosos chefões” falando com seus seguidores.. . Se depender de mim, como aconteceu na eleição, vão ficar falando sozinhos.


2) Mas, de meus colegas, da imensa maioria, vou sentir saudades.


Saudades das equipes na rua – UPJs que foram professores; cinegrafistas que foram companheiros; esses sim (todos) leais ao Jornalismo.


Saudades dos editores – que tiveram paciência com esse repórter aflito e procuraram ser leais às minúcias factuais.


Saudades dos produtores e dos chefes de reportagem – acho que fui leal com as pautas de vocês e (bem menos) com os horários!


Saudades de cada companheiro do apoio e da técnica – sempre leais.


Saudades especialmente, das grandes matérias no Globo Repórter – com aquela equipe de mestres (no Rio e em São Paulo) que aos poucos vai se desmontando, sem lealdade nem respeito com quem fez história (mas há bravos resistentes ainda).


Bem, pelo tom um tanto ácido dessa carta pode não parecer. Mas levo muita coisa boa daqui.


Perdi cabelos e ilusões. Mas, não a esperança.


Um beijo a todos.


Rodrigo Vianna.



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Que pena, Erundina

Deu na Rede Brasil Atual:

O PSB avisou, no início da noite de hoje (19), que a deputada federal Luiza Erundina desistiu de ser vice na chapa de Fernando Haddad (PT) à prefeitura de São Paulo. A coligação com o PP de Paulo Maluf foi o motivo apontado  pelo presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, para a saída. “Ela nos reafirmou as divergências históricas com Maluf. Em um certo momento, eles representaram um o contraditório do outro em São Paulo. E concordamos que ela se retirasse da chapa para apoiar a candidatura de Haddad sem ser o centro de uma crise”, disse Campos.

Na noite de ontem (18), Erundina havia deixado claro à Rádio Brasil Atual que a presença de Maluf na coligação que disputará a prefeitura paulistana era “um desestímulo”, mas que pretendia continuar na disputa por ter sido “uma decisão partidária, e não sou de recuar”.

Comento:

É uma pena que a deputada Erundina não enxergou a enorme diferença entre a grandeza de seu papel a ponto de ser escolhida vice, e o papel menor de Maluf, que é apenas mais um líder de partido político da base governista no plano federal, que aderiu à candidatura municipal.

Também é pena que o bem estar ideológico individual prevaleceu sobre o amargo sacrifício que as guerreiras precisam fazer para as causas coletivas maiores, que é vencer o neoliberalismo demotucano representado por Serra.

Lula, por exemplo, com a dimensão internacional que tem, poderia ficar só na zona de conforto, longe das eleições municipais. Poderia participar só dos eventos agradáveis e que dessem boa imagem para si, e se preservar, mantendo-se longe destes encontros desgastantes. Mas Lula é um guerreiro, que age como um soldado em missão a serviço do povo mais sofrido, de onde ele veio, e sabe que é preciso fazer esses sacrifícios como receber o apoio do PP, mesmo que Maluf seja o presidente do partido em São Paulo. Lula tem esse espírito de guerreiro para lutar e ajudar a eleger um prefeito como Haddad em São Paulo, porque sabe que, para o povo mais sofrido, existe uma enorme diferença entre ter Haddad ou Serra como prefeito, e uma prefeitura transformadora em São Paulo pode influir positivamente nas administrações municipais em todo o Brasil.

É pena que Erundina não entendeu isso e recolheu-se, mas a luta continua do mesmo jeito.
 
 
A Luta Continua contra o NeoLiberalismo e os Privatizadores.
Lula Maior Presidente do Brasil, merece nossa Poesia e Canção.

Jesus lá no alto animando a Distribuir Renda e Lula na frente dando exemplo de Lutar.

Sem medo de Mensalão, escudados pela Brasilidade
Contra toda a enganação, que não retrata a realidade.
Cada um pagar o que pecou. Privatização que é vilania
Lula ao Brasil mudou, hoje é consciência e Cidadania.

LULA OPERÁRIO BRASILEIRO,
O NOSSO MAIOR PRESIDENTE.

O Brasil teve escravidão, infame monstruosidade.
História de privação, exploração e desumanidade.
Um Libertador Guerreiro, vai fazer tempo diferente.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

Vivemos muito sofrimento, e o povo não aceitava.
Houve muito insurgimento, toda gente se revoltava.
Povo fugido altaneiro, queria um tempo candente.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

Império da escravidão sem nenhuma humanidade.
Era fome de montão, devassa e toda a iniqüidade.
Povo alegre Hospitaleiro, tratado de forma indecente.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

Mahim anti escravidão, Aqualtune, Dandara e Sabina.
Anita Garibaldi imensidão, da Nossa Santa Catarina.
Lourenço e Conselheiro, Padre Roma e o Tiradentes.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

Pedindo a Deus a Bonança, de Castro Alves o Porvir.
Cavalheiro da Esperança, o João Candido e o Zumbi.
Por Libertar Verdadeiro, pra tornar o povo contente.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

A Amazônia defender, não vamos o Pré Sal entregar.
É Pátria Livre ou Morrer, Brizola tá Junto no Lutar.
Balaio, Cabano, Praieiro, o Povo é Heróico valente.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

A Luta tá em todo lugar, nossa arma é a Constituição.
Jamais o Brasil entregar, qualquer povo é nosso irmão
Farrapos e cada Lanceiro, é abençoado sobrevivente.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

Era fome e toda exploração, cada tirano não aliviava
Chegou a Privatização, e cada uma riqueza entregava.
A Nação no seu Cruzeiro, foi entregue covardemente.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

Se uniu todo Trabalhador, a luta seria em eleição.
Por consciência e amor, pra transformar nossa nação
Sempre heróico e Sobranceiro. no Voto o dirigente.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

O Presidente Elegemos, e a Mídia o desmoralizava.
E Todos logo aprendemos, vendo que a nação Mudava.
Não era lacaio carniceiro, era lutador que ia na frente.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

Toda luta ele enfrentou, sem medo um iluminado.
A Fome antiga matou, e não deixou o País parado
Criou emprego consistente, e condição de produção.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

Faz a Imensa Dívida pagar, o mundo fica admirado.
Faz o Povo e o Brasil elevar, pelo mundo respeitado.
Um Povo feliz Justiceiro, com o seu voto consciente.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

O Lutar é demais renhido, tem Blogs Sujos de Jesus.
E o Inimigo fica perdido, e quer apagar a nossa LUZ.
Cada patriota é Guerreiro, ao novo tempo é coerente.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

Vamos Lula defender, para o Brasil sempre avançar.
Hoje é Dilma com seu dever, a Fome não pode voltar.
É Vencer o encrenqueiro, e o vilão mais deprimente.
Lula operário Brasileiro, o nosso maior Presidente.

Azuir Filho e Turma de Amigos: do Social da Unicamp, Campinas, SP,de Rocha Miranda, Rio de janeiro, RJ, e de Mosqueiro, Belém do Pará. 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Todos os crimes da Veja.
Quem manda no Congresso ?

Água mole em pedra dura … mais dia, menos dia o Robert(o) Civita vai ter um conversinha com alguém que não tenha medo dele.
O Requião chama o Robert(o) Civita de “agente do Diabo”.

O Collor chama a Abril de “coito de bandidos”.

Mas, não adianta: como demonstrou o Leandro Fortes na Carta Capital, os filhos do Roberto Marinho convenceram o (vice) Presidente Michel Temer de que “falar em Veja é falar em imprensa; falar em imprensa é falar em Globo”.

E o mesmo Leandro na mesma Carta demonstrou que há pegadas das Organizações Globo na Cachoeira do Carlinhos.

Água mole em pedra dura … mais dia, menos dia o Robert(o) Civita vai ter um conversinha com alguém que não tenha medo dele.

Por isso, não perca o que disse o professor Lalo no Blog o Miro:

Veja/Cachoeira: A mídia sob suspeita


Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:


De narradora dos acontecimentos a revista semanal da Abril tornou-se personagem, revelando um envolvimento nunca visto de forma tão escancarada na cena política brasileira. Gravações feitas pela Polícia Federal, com autorização da Justiça, não deixam dúvidas. O contraventor Carlinhos Cachoeira era mais do que fonte de informações.


Seu relacionamento com o diretor da sucursal de Veja em Brasília, Policarpo Junior, permitia a ele sugerir até a seção da revista em que determinadas notas de seu interesse deveriam ser estampadas. O pouco que se revelou até aqui permite concluir que a publicação tornou-se instrumento de Cachoeira para remover do governo obstáculos aos seus objetivos.


Um desses entraves estaria no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Ministério dos Transportes, e dificultava a atuação da Delta Construções, empresa que teria fortes ligações com o contraventor.


Segundo o jornalista Luis Nassif, a matéria da Veja sobre o Dnit saiu em 3 de junho de 2011. “A diretoria estava atrapalhando os negócios da Delta. Foi o mesmo modo de operação do episódio dos Correios –que daria origem ao chamado “mensalão”. Cachoeira dava os dados, Veja publicava e desalojava os adversários de Cachoeira.” Com isso cumpria também os objetivos de situar-se como vigilante de desmandos e fustigar os governos Lula e Dilma, pelos quais nunca demonstrou simpatia alguma.


Basta lembrar a capa de maio de 2006 com Lula levando um pé no traseiro, juntando numa só imagem grosseria e desres­peito. Para não falar de outras, do ano anterior, instigando o “impeachment” do presidente da República. O sucesso dos dois governos Lula e os altos índices de aprovação recebidos até agora pela presidenta Dilma Rousseff parecem ter exacerbado o furor da revista. A proximidade do diretor da sucursal de Brasília com Cachoeira, e deste com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), sempre elogiado por Veja, veio a calhar. Até surgirem as gravações da Polícia Federal levando a revista a um recolhimento político só quebrado em defesas tíbias de seu funcionário e do que ela chama de “liberdade de imprensa”.


Veja diz-se “enganada pela fonte”, argumento desmentido pelo delegado federal Matheus Mella Rodrigues, coordenador da Operação Monte Carlo. O policial mostrou que o jornalista Policarpo Junior sabia das relações de Demóstenes com Cachoeira, mas nunca as denunciou, protegendo “meliantes”, como resumiu com propriedade a revista CartaCapital.


Livre, pero no mucho


Segundo Veja, a “liberdade de imprensa” estaria ameaçada se o jornalista, ou seu patrão Roberto Civita, fosse chamado a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) aberta no Congresso Nacional para investigar o caso. Mas, na mesma edição em que supostamente põe o direito à informação acima de tudo, clama por um controle planetário da internet, agastada com a circulação de informações sobre seus descaminhos na rede. A internet foi o principal meio de exposição dos detalhes da suspeita relação Cachoeira-Demóstenes-Veja, e uma enxurrada de expressões nada elogiosas levaram a revista ao topo dos assuntos mais mencionados no Twitter.


Os principais veículos de alcance nacional silenciaram ou apoiaram a relação – exceção feita à Rede Record e à revista CartaCapital. Alguns, como O Globo, não titubearam em tomar as dores da Editora Abril. Por um de seus colunistas, Merval Pereira, o jornal isentou a revista de responsabilidades. Depois, em editorial, reagiu à comparação feita por CartaCapital entre o dono da Editora Abril e o magnata Rupert Murdoch, punido pela Justiça britânica pelo mau uso de seus veículos de comunicação no Reino Unido.


A Folha de S.Paulo, também em editorial, aliou-se a Veja. Mas sua ombudsman, Suzana Singer, que tem a incumbência de criticar o desempenho do jornal, pelo menos levantou uma dúvida ao dizer que “não se sabe se algo comprometedor envolvendo a imprensa surgirá desse lamaçal”. Para lembrar em seguida que ao PT interessa com o caso Cachoeira empastelar o “mensalão” a ser julgado em breve, e conclui dizendo: “A imprensa não pode cair na armadilha de permitir que um escândalo anule o outro. Tem o dever de apurar tudo – mas sem se poupar. É hora de dar um exemplo de transparência”. Mas a cobertura da Folha das relações Cachoeira-Demóstenes-Veja limita-se a notas superficiais.

Intocável


A ideia de que o caso Cachoeira seria uma forma de desviar as atenções sobre a campanha pelo julgamento dos acusados no caso do “mensalão” foi alardeada pela mídia. E utilizada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para se livrar da acusação de ter sido negligente. A PF encaminhou a Gurgel a denúncia sobre as relações promíscuas entre Cachoeira e Demóstenes em 2009. Se ele tivesse dado andamento à denúncia, o processo se tornaria público e poderia ter comprometido no ano seguinte a eleição de Demóstenes ao Senado, de Marconi Perillo (PSDB) ao governo de Goiás e de outros políticos suspeitos de servir a Cachoeira.


Em vez de explicar por que segurou o processo, Gurgel respondeu às acusações sob a alegação de que partiam dos envolvidos no processo do “mensalão”, temerosos diante da iminência do julgamento no qual ele será o acusador.


A CPMI começou em maio e tem seis meses para concluir as apurações. Ainda não havia mostrado, porém, o mesmo ânimo convocatório em relação aos governadores envolvidos com a Delta Construções e muito menos ao jornalista de Veja e seu patrão. Os governadores, por acordos político-partidários; o jornalista e o empresário, não se sabe bem as razões, embora possam ser formuladas hipóteses.


Uma delas é a de que o maior partido da base governista, o PMDB, estaria sendo sensível ao lobby da mídia por uma blindagem. Com uma CPMI em banho-maria, o partido não seria muito arranhado com a exposição de políticos peemedebistas a investigações. E o PT, concorrente na disputa por espaço no governo, não capitalizaria demais os resultados.


A concentração em poucos e poderosos grupos nacionais e transnacionais deu à mídia um poder nunca antes alcançado, muitas vezes superior aos próprios poderes republicanos. Assim, governos e outras instituições públicas tornam-se reféns dos meios de comunicação e temem enfrentá-los. Apenas em três ocasiões de nossa história veículos de comunicação foram alvo de investigações por parte de CPIs.


Em 1953, o dono do Última Hora, Samuel Wainer, sugeriu ao presidente Getúlio Vargas que seu jornal fosse investigado quanto às operações de crédito mantidas com o Banco do Brasil, como lembra o professor Venício Lima, da Universidade de Brasília. Dez anos depois, o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad) foi acusado de ter ligações com a CIA e receber recursos dos Estados Unidos para interferir nas eleições brasileiras. O instituto chegou a alugar por três meses, num período pré-eleitoral, o jornal A Noite do Rio, para colocá-lo a serviço da oposição ao presidente João Goulart. E em 1966 foi aberta investigação do acordo entre as Organizações Globo e o grupo de mídia estadunidense Time-Life. Uma operação de US$ 6 milhões, em benefício da TV Globo, acabou com o império dos Diários Associados de Assis Chateaubriand.


Testemunha de defesa


Há uma outra inquirição de jornalista que não se enquadra entre os casos mencionados, embora seja altamente significativa para os dias de hoje. Trata-se da ida a uma Comissão Parlamentar de Inquérito, em 2005, do mesmo Policarpo Junior. Na ocasião, o chefe de organização criminiosa se dizia vítima de chantagem por parte de um deputado carioca que estaria exigindo propina para não colocar seu nome no relatório final de uma CPI instalada na Assembleia Legislativa do Rio. Policarpo testemunhou em defesa do bicheiro e nenhum jornal nem a ABI alegaram tratar-se de uma intimidação à imprensa.


Uma das explicações para essa baixa exposição de jornais e jornalistas a investigações está no poder de interferência dos grupos midiáticos na política eleitoral. Exemplo clássico é a frase da viúva do proprietário das Organizações Globo referindo-se ao governo Collor: “O Roberto colocou ele na Presidência e depois tirou. Durou pouco. Ele se enganou”, disse com candura dona Lily no lançamento do seu livro Roberto & Lily, em 2005. Mas essa não foi uma ação isolada. Para derrotar Lula em 1989, Globo e Veja faziam dobradinha perfeita, como agora. Demonizavam Lula e exaltavam o jovem governador de Alagoas, “caçador de marajás”.


Essa articulação tornou-se hoje mais orgânica. A presidenta da Associação Nacional de Jornais (ANJ), que representa os proprietários de veículos, Judith Brito, assumiu o papel de oposição ao governo Lula. De modo mais discreto, mas não menos eficiente, trabalha o Instituto Millenium, que reúne articulistas, jornalistas e patrões da imprensa. E realiza eventos em que os convidados aliam-se ao que há de mais conservador na sociedade para afinar suas linhas de cobertura. Em um deles estavam Roberto Civita (Abril), Otavio Frias Filho (Folha) e Roberto Irineu Marinho (Globo).


Vários colaboradores, exibidos no site do instituto, escrevem e falam contra as cotas raciais nas universidades, criticam a política econômica dos governos Lula e Dilma, seja qual for, louvam o governo Fernando Henrique Cardoso, discordam da atual política externa brasileira e fizeram campanha contra a criação da CPMI do Cachoeira. São ações orquestradas que lembram as do Ibad, antes mencionado.


As evidências atuais indicam a necessidade de uma investigação séria sobre o papel de setores da mídia no caso Cachoeira. Os indícios vão além do jogo político e apontam para conluios com o crime comum. No entanto, até o momento, a CPMI não mostrou disposição para enfrentar o poder da mídia, que, quando acuada, conta com a defesa não apenas dos proprietários como também de parte de seus empregados.


Cabe lembrar a observação frequente do jornalista Mino Carta sobre a peculiaridade brasileira de jornalista chamar patrão de colega. Com isso diluem-se interesses de classe e uma difusa “liberdade de imprensa” é utilizada para encobrir contatos altamente suspeitos.


Até entidades respeitáveis como a Associação Brasileira de Imprensa, por seu presidente, Maurício Azêdo, confundem as coisas. Em depoimento ao programa Observatório da Imprensa, da TV Brasil, Azêdo não admite a ida de jornalistas à CPMI para prestar depoimentos, sob a alegação de intimidação ao trabalho jornalístico, mas condena a promiscuidade de alguns profissionais com fontes próximas ou ligadas ao crime. Com isso dá ao jornalista uma imunidade que nenhum outro cidadão tem.


Nesse mesmo programa, o professor Venício Lima ressaltou o impacto do caso das escutas ilegais promovidas pelo jornal News of the World sobre as relações mídia-sociedade na Inglaterra. “Levou Murdoch (o dono do jornal) e seus jornalistas a depor não só na Comissão de Esportes, Mídia e Cultura da Câmara dos Comuns como na Comissão Leveson, que tem caráter de inquérito policial.” Nada disso ameaçou a liberdade da imprensa britânica.


Aqui, apesar da resistência com forte apelo corporativo da mídia e de parte dos seus empregados, vozes importantes lembram que ninguém está imune a convocações feitas pelo Congresso Nacional para prestar esclarecimentos. À Record News, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), foi direto ao ponto: “Todos devem ser investigados no setor público, privado e na imprensa. Sem paixões e sem arroubos. Nós vamos descobrir muitas coisas quando forem feitas as quebras de sigilo – o fiscal, por exemplo. Devemos apoiar sempre a liberdade de expressão. Mas não podemos confundi-la com uma organização criminosa. Para o bem da sociedade e da própria liberdade de expressão.”


EXCELENTE!!!

Serra repaginado

Há poucos dias a Folha publicou uma nota sobre a preocupação de José Serra (PSDB-SP) em rejuvenescer sua imagem para disputar a prefeitura de São Paulo, já que seus possíveis adversários (Haddad, Chalita, Netinho, Russomano, Paulinho, Borges D'urso) são todos praticamente uma geração mais nova:
Serra inova no guarda-roupa e mostra preocupação com imagem
... José Serra, decidiu ir às compras. Desembarcou nas lojas do bairro dos Jardins e voltou para casa com quatro calças novas, algumas camisas e a ideia de modernizar o visual.
(...)
Para combater a ideia de que seria o representante da velha política na campanha deste ano, Serra introduziu em seus discursos a palavra "inovação"...
(...)
Agora, Serra decidiu levar a inovação também para o guarda-roupas. O pré-candidato tem vestido peças diferentes das que usou na eleição presidencial de 2010...
Foi um prato cheio para um pessoal muito criativo fazer um site de humor com sugestões de visuais modernosos para repaginar o tucano. Eis alguns resultados:


Veja mais modelitos em http://serrainova.tumblr.com/

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Onix, Francischini, Sampaio e Sávio substituem Demóstenes na defesa de Cachoeira. Abrem seus sigilos?

Os deputados Onix Lorenzoni (DEM-RS), Francischini (PSDB-PR), Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Domingos Sávio (PSDB-MG), topam oferecer à CPI do Cachoeira, seus sigilos bancários, fiscal e telefônico?

O motivo é muito simples: Em plena CPI do Cachoeira, em vez de investigarem o esquema do bicheiro, os quatro agiram na direção dos interesses do esquema Cachoeira, ou seja, agiram para derrubar quem representou obstáculo aos objetivos do bicheiro, como o governador Agnelo Queiroz (PT-DF).

Os quatro aparecem exercendo o papel que era do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), o principal braço parlamentar do esquema.

Os quatro blindaram Cachoeira, tirando o bicheiro de foco e atacando Agnelo (inimigo do esquema) com acusações da campanha eleitoral do DF em 2010, abastecidas a partir de dois outros esquemas barra pesada: de Joaquim Roriz, e do mensalão do DEM (de José Roberto Arruda). Os quatro fizeram o mesmo que Cachoeira estava fazendo via Demóstenes.

Colunista estranha Gilmar Mendes ganhar comissão para atrair patrocínios com dinheiro público

Até o colunista do jornal "O Globo" Elio Gaspari acha esquisito o ministro Gilmar Mendes ganhar comissão em seu Instituto por atrair patrocíonios, todos ou quase todos bancados por cofres públicos.

Gaspari leu a reportagem de Leandro Fortes na revista CartaCapital sobre a briga judicial entre os sócios Gilmar Mendes e o ex-procurador-geral da República Inocêncio Mártires Coelho, no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), e fez a nota:

(...)
Mártires Coelho dirigia o Instituto e foi afastado por Gilmar. No processo, seus advogados acusam o ministro de ter exigido que “lhe fosse dada uma percentagem dos valores doados ao IDP a título de patrocínio para custear seus eventos extracurriculares, tais como congressos, seminários (...).

O motivo/razão para a cobrança desse 'pedágio' era simples, pelo menos aos olhos do cobrador: sem o seu inegável prestígio e sua notória influência, ninguém financiaria tais atividades”. Segundo o documento, o ministro se disse “cansado de ser garoto propaganda do IDP”.

Atualmente, o IDP lista 26 “instituições e empresas conveniadas”. Entre elas estão a Câmara dos Deputados, o Ministério do Trabalho, a OAB do Piauí, um Tribunal Regional do Trabalho e 15 associações e sindicatos de servidores públicos.

Empresa privada, daquelas que o dono tem que se preocupar com o balanço, nenhuma.

O processo foi extinto em setembro do ano passado, a pedido de Mártires Coelho. Ele deixou a sociedade e recebeu R$ 8 milhões.

A assessoria de Gilmar Mendes informou que irregularidades detectadas numa auditoria feita no IDP “foram sanadas”, e o dinheiro pago ao ex-sócio, obtido por meio de um empréstimo bancário.

A essa altura, com a divulgação das razões dos advogados de Inocêncio Mártires Coelho, o segredo de Justiça tornou-se um ônus para Gilmar Mendes e nunca é demais repetir o juiz Louis Brandeis, da Corte Suprema dos Estados Unidos: “A luz do sol é o melhor desinfetante.” (Sabendo que a Corte Suprema pagava pouco, Brandeis resolveu ficar rico antes de ir para lá).

Um ex-procurador-geral da República e um ministro do Supremo Tribunal não organizam um educandário comercial sem amparo nas leis. Quando esse educandário firma convênios com entidades públicas, deve ter sido achada base legal para fazê-lo.

Tudo bem, mas é mais fácil um juiz do Tribunal Constitucional da Alemanha ou da Corte Suprema dos Estados Unidos se associar a um mágico de feira do que se meter em semelhante iniciativa.

MENTIRAS, TRUQUES E BANDIDAGEM SÃO CONDULTAS DOS DEMOTUCANOS, A MAIORIA DOS BRASILEIROS JÁ SABEM, SÓ OS PAULISTAS FIGEM NAO SABER.

Dia 12: Perillo (PSDB) disse não (abrir seu sigilo bancário).
Dia 13: Agnelo (PT) disse sim.

PSDB mentiu: CPI não tem sigilo já quebrado em 2011 pelo STJ.


Depois do constrangimento, os tucanos tentaram desqualificar a atitude de Agnelo dizendo que o STJ já havia quebrado seu sigilo em 18/11 e, portanto, não haveria vantagem nenhuma, pois já estaria disponível.


É mentira.


O processo no STJ é sobre as denúncias a respeito do Ministério do Esporte, feitas na "reporcagem" da revista Veja pelo PM João Dias, que o PGR Roberto Gurgel, sob influência e pressão da Veja, resolveu investigar Orlando Silva e Agnelo. Se os sigilos foram quebrados neste processo, não é transferível para esta CPI, uma vez que a CPI investiga outra coisa.


O ato de Agnelo abrir seu sigilo foi verdadeiro, e a CPI não tem à disposição esses dados, a menos que ele autorize como fez ou a própria CPI faça através de votação de requerimento.

Sigilos Pessoais à CPI: Agnelo/PT: SIM; Perillo/tucano vacila e desconve...

terça-feira, 12 de junho de 2012

Agora é Safatle quem
enfrenta a “desfaçatez” do Cae


Depois de o Roberto Schwarz desnudar a “desfaçatez camaleônica” do Caetano Veloso, chegou a vez de outro respeitado intelectual se ver na contingência de desnudar o astro Global.

Será o “Grande Pensador” um dos “comentaristas fixos” do programa da Fátima ?

Saiu na pág. 2 da Folha (*), onde Vladimir Safatle não se deixa contaminar:

Indiferença


No último domingo, Caetano Veloso escreveu uma crítica em sua coluna de “O Globo” a respeito de meu livro: “A Esquerda que Não Teme Dizer seu Nome” (Três Estrelas, 88 págs.). Sua crítica me fez perceber que talvez não tenha me expressado com suficiente clareza a respeito de posições que considero fundamentais.


Por isso, peço a permissão dos leitores para falar na primeira pessoa e voltar a certos pontos que escrevi.


O livro visa defender duas posições maiores para a esquerda: o igualitarismo e a centralidade da soberania popular. Caetano critica minha maneira de defender o igualitarismo, vendo nisso um arcaísmo. Para ele, tal igualitarismo não seria muito diferente do tom opressivo da esquerda “indiferente” e “universalista” de sua juventude. Esquerda para quem questões de raça, sexo, nacionalidade e estética eram diversionismo que nos desviariam da revolução.


Caetano lembra, com razão, de como Salvador Allende não mexeu em leis que criminalizavam o homossexualismo e impediam o divórcio.


Longe de mim querer diminuir a importância dos apelos de modernização social embutidos em demandas de reconhecimento da diversidade de hábitos e culturas. Estas são questões maiores, por tocarem diretamente a vida dos indivíduos em sua singularidade. Não se trata de voltar aquém das políticas das diferenças e de defesa das minorias. Trata-se de tentar ir além.


Quando afirmo que devemos ser indiferentes à diferença é por defender que a vida social deve alcançar um estágio no qual a diferença do outro me é indiferente. Ou seja, a diversidade social, com sua plasticidade mutante, deve ser acolhida em uma calma indiferença. Que para alcançar tal estágio devamos passar por processos de abertura da vida social à multiplicidade, como as leis de discriminação positiva. Isso não muda o fato de não querermos uma sociedade onde os sujeitos se atomizem em identidades estanques e defensivas. Queremos uma política pós-identitária, radicalmente aberta à alteridade.


Um exemplo: discute-se hoje o direito (a meu ver, indiscutível) de homossexuais se casarem. Mas por que não ir além e afirmar que o ordenamento jurídico deve ser indiferente ao problema do casamento?


“Indiferença” significa, aqui, não querer legislar sobre as diferenças. Ou seja, por que não simplesmente abolir as leis que procuram legislar sobre a forma do casamento e das famílias, permitindo que os arranjos afetivos singulares entre sujeitos autônomos sejam reconhecidos? Não creio que isso seja arcaísmo, mas o verdadeiro universalismo.


Por fim, Caetano diz que tenho “cabeça de concreto armado”. Gosto da ideia. Niemeyer nos mostrou como se pode fazer curvas e formas inesperadas com o concreto armado.



(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.



Ferro exige recato de Gilmar.
PT pode impedí-lo

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) sugeriu à bancada do PT que reflita sobre que providência tomar em relação ao que chama de “assustador” comportamento do Ministro Gilmar Dantas (*).

Ferro, no passado, já tentou admoestar Gilmar Dantas de forma institucional, através do CNJ.

Agora, ele considera “assustador que o Supremo Tribunal Federal esteja entregue a gente desse tipo, que, como a mulher de Cesar, deveria ter correção e estar acima de qualquer suspeita”.

A conversa deste ansioso blogueiro com o deputado pernambucano se deu a propósito da reportagem de Leandro Fortes na Carta Capital, em que há uma acusação de fraude e sonegação fiscal contra Gilmar Dantas (*).

“Nos últimos dias”, disse Ferro, “o Ministro tem feito uma série de ataques preventivos contra o que se anuncia contra ele”.

Gilmar Dantas (*) também não estaria qualificado para julgar o “assim chamado mensalão”, diz Ferro.

A primeira atitude deveria partir dele próprio: considerar-se  impedido, tantas foram as formas de prejulgamento que já expôs publicamente – considera o deputado petista.

“Se ele fizesse auto-critica, um exame de consciência”.

Se isso não acontecer, será necessária uma atitude que,  institucionalmente, exija dele “mais recato”: trata-se de um homem “espalhafatoso,  segundo Ferro, que “fala pelos cotovelos, com fanfarronice”, e que não está à altura do cargo que exerce, segundo Ferro.

“Não se vê nada parecido nas Cortes Supremas no exterior. Ele é um agitador da comunicação social”, segundo Ferro, e compromete a própria imagem e a da Corte.

Fernando Ferro sugeriu à bancada do PT dar um sinal ao Ministro e exigir mais recato.

No limite, deve colocá-lo sob suspeição para julgar o mensalão que, segundo o Mino, ainda está por provar-se.

Clique aqui para ver que Fernando Ferro foi o primeiro a achar que Robert(o) Civita e seu diretor Policarpo Junior aparecessem na CPI para depor.


Paulo Henrique Amorim

sábado, 9 de junho de 2012

É POR ESTAS E OUTRAS QUE ESTA REVISTA É CONSIDERADA "DETRITO SÓLIDO DE MARÉ BAIXA", OU SEJA!...

Veja é uma piada: Agnelo desmente a revista 6 meses antes


Revista Veja acusou governo do DF de assinar contrato em 26/12/2011

 com certidão vencida.
A revista mentiu. Certidão era válida até 01/01/2012.
A revista Veja é uma piada. Ultimamente suas denúncias duravam umas 24hs para serem desmentidas.

Agora, sem poder contar com o parceiro Carlinhos Cachoeira, ainda preso, o denuncismo é tão ruim de pontaria, que o desmentido vem com 6 meses de antecedência.

Para entender o caso desta semana um breve resumo:

Alvo: governador Agnelo Queiros (PT-DF)

Fato: Uma empresa disputou uma licitação, na modalidade pregão eletrônico para fornecer refeições nos restaurantes comunitários do Distrito Federal. Venceu oferecendo o menor preço e apresentou toda a documentação exigida. A novo contrato gerou uma economia de R$ 10 milhões por ano aos cofres públicos.

A mentira grosseira da Veja: 

Segundo a revista demotucana, na data da assinatura do contrato (26 de dezembro de 2011), a companhia não teria certidão comprovando estar quite com a Receita pois, ainda segundo a Veja, teria vencido a validade um dia antes. A revista ainda capricha na mentira ao dizer que a assinatura do contrato não teria sustentação legal, como mostra a Constituição: "Na assinatura do contrato ou da ata de registro de preços, será exigida a comprovação das condições de habilitação consignadas no edital".

Tudo isso aí é desmentido ponto por ponto.

Primeiro: há 6 meses atrás, no dia 13/01/2012, o governo do DF emitiu nota pública esclarecendo tudo o que a revista Veja acha que descobriu a pólvora esta semana (confira aqui). E a empresa tinha certidão da Receita Federal válida até 01/12/2012, como mostrado na figura ao alto.

Segundo: não é a "Constituição" e sim o Decreto Nº 5.450 que trata da exigência citada na revista, mas isso é só detalhe.

Terceiro: a certidão da Receita podia ser apresentada antes do dia da assinatura do contrato, na ata de registro de preços, o que já desmentiria a Veja, mesmo que a revista estivesse certa (e não está) sobre a data de validade da certidão.

Depois da mentira, o factóide nº 1 da Veja: 

O dono da empresa vencedora já trabalhou em um empreendimento com o advogado tributarista e ex-deputado Juvenil Alves, de Minas Gerais, que desfiliou-se do PT em fevereiro de 2007, para não ser expulso. Em 2009 teve seu mandato cassado. Este deputado havia sido indiciado pela Polícia Federal em inquérito que investigou um esquema de sonegação de tributos em empresas.
O que a revista Veja queria? Que o governo do Distrito Federal rasgasse o princípio da impessoalidade e desclassificasse o vencedor, sem que sobre ele recaia nenhum impedimento para participar da licitação?

Factóide nº 2 da Veja: 

Segundo a revista, a empresa é participante do Simples (microempresa), e neste ano faturou acima do limite máximo permitido para ser tratada como micro.
Primeiro é preciso considerar que isso não é da alçada deste contrato com o governo do DF, e sim da contabilidade interna da empresa e da Receita Federal. Segundo, pela lei do simples, a empresa tem regras para desenquadrar no mês seguinte que ultrapassa o limite de faturamento e, aparentemente, a revista não apurou se é o caso desta empresa.

Outra trapalhada de Francischini?

Pelo padrão da denúncia, tem tudo para ter o dedo do deputado Francischini (PSDB-PR) por trás disso. Obcecado para suceder Agnelo no governo do DF em 2014, esse deputado tucano vem sendo o maior trapalhão da Câmara. No mês passado ele fez outra trapalhada e 'denunciou' Agnelo com documento que o inocentava.

Veja foge das empresas 'laranjas' de Cachoeira

Curioso notar que a notícia do momento é seguir o dinheiro das empresas consideradas "laranjas" do esquema Cachoeira. Ganha um doce quem adivinhar por que a revista Veja foge de buscar notícias nestas empresas, e desvia o foco para essa mentira no DF.

Em tempo: Quem quiser ver a "reporcagem" da veja, coloque luvas contra contaminação e clique aqui.

quinta-feira, 7 de junho de 2012





Cartas da Amazônia
O suicídio pela palavra
"Veja", uma das cinco revistas semanais de informações mais importantes do mundo, levou 2.272 edições, em 44 anos de circulação, para cometer o maior "nariz de cera" da sua história, do jornalismo brasileiro em muitos anos e talvez da imprensa mundial. Sua matéria de capa do último número, do dia 6, abre com 98 linhas da mais medíocre "encheção de linguiça", como se diz "no popular".
Se tivessem mesmo que sair, esses quatro enormes parágrafos, numa matéria de apenas oito períodos, tirando boxes e penduricalhos outros para descansar a vista (e relaxar a cabeça), caberiam na Carta ao Leitor, espaço reservado à opinião do dono. Mas lá já estava o devido editorial da "casa", repleto de adjetivações e subjetividades, conforme o estilo.
A tarefa do repórter Daniel Pereira não era competir em fúria acusatória com a voz do dono, mas dar-lhe — se fosse o caso — suporte informativo. Sua matéria devia conter fatos, que constituem a arma de combate do repórter, infalível diante de qualquer assunto sob sua investigação.
Ao invés disso, metade da sua falsa reportagem, com presunção de trazer novidades e gravidades suficientes para merecer a capa da edição, é um rosário de imprecações opiniáticas, no mais grosseiro e primário estilo, num desabamento de qualidade em relação à Carta ao Leitor.
Em tom professoral digno de um sábio de almanaque Capivarol, o editor da sucursal de Brasília, distinto e ilustre desconhecido (ainda, claro), faz gracejo insosso com o fracasso da estratégia de Lula de usar a "CPI do Cachoeira" como manobra diversionista para tirar o foco do julgamento dos integrantes da "quadrilha do mensalão".
Tentando reparar o efeito inverso gerado pela iniciativa, Lula procurou o ministro Gilmar Mendes, do STF, para um acerto, "movimento tão indecoroso que, ao contrário do imaginado pela falconaria petista, se voltou contra o partido", sentencia o jornalista.
Não sou petista. Nunca fui. Também não sou nem nunca serei filado a qualquer partido político, enquanto minha profissão me conceder um espaço para opinar e interpretar. É onde faço política: tentando armar o meu leitor para ter sua agenda atualizada aos grandes temas ao alcance da sua vontade.
Votei uma única vez em Lula para presidente da República, na primeira tentativa dele, contra Collor, em 1989. Ninguém encontrará um artigo de louvor a ele no meu Jornal Pessoal. Como não moro em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, mas em Belém do Pará, distante dois mil quilômetros da capital federal, não me atrevo a escrever reportagens a respeito dele.
Para isso, precisaria estar em contato com pessoas do centro do poder, testemunhar acontecimentos, criar fontes com acesso às informações diretas. Mas minhas análises, feitas à distância, não ultrapassam o limite da possibilidade de demonstrar com fatos o que digo. E só digo o que os fatos me autorizam.
Ao autorizar um repórter, encarregado de produzir uma reportagem, que requer tudo que está fora do meu alcance, justamente porque não disponho dos recursos ao alcance de Daniel Pereira, "Veja" mostra que não respeita a si, aos seus jornalistas e ao leitor. Desrespeita a própria história, que a fez ocupar um lugar tão destacado na imprensa mundial e ter-se estabilizado há muitos anos em 1,2 milhão de exemplares de tiragem.
O respeito e a admiração que as pessoas tem hoje pelos jornalistas da TV Globo era o mesmo, com outra substância, do início dos anos 1970, quando "Veja" se consolidou como a mais importante novidade na imprensa brasileira. Antes de passar a trabalhar na revista, via-me diante de humilhação partilhada por repórteres das outras publicações, como as minhas. Depois de dar entrevista coletiva, o personagem da reunião se desculpava e atendia à parte o representante de "Veja", que costumava assistir calado ao pingue-pongue de perguntas e respostas entre os colegas e o entrevistado.
Mas não ficávamos furiosos ou nos revoltávamos pelo privilégio dado ao concorrente. Veríamos, quando a revista circulasse, que o tratamento diferenciado tinha uma motivação fundamentada na qualidade do trabalho da revista. Por opção editorial, as matérias não eram assinadas. Mas tanto os profissionais que iam às ruas atrás das notícias eram bons como ótimos eram aqueles que reescreviam tudo na redação, estabelecendo uma homogeneidade de alto nível em todos os textos, do primeiro ao último.
Essa boa novidade levou ao exagero da padronização, logo corrigido pela liberação dos freios da centralização: cada jornalista pode desenvolver seu estilo e as matérias começaram a sair assinadas.
Muitas das matérias que forniram as páginas da revista eram do melhor jornalismo, vizinho dos textos de autores da melhor literatura. Tanto pelo domínio do vernáculo como pela consciência de que jornalismo é a vida pulsando todos os dias em sua materialização factual, sempre sujeita ao humano, demasiado humano (o que serviu de halo para o "novo jornalismo" americano).
Com a sucessão de textos do tipo que agride a essência do jornalismo já há bastante tempo, "Veja" está prestando um grave desserviço ao Brasil, a pretexto de brecar o avanço do "lulismo" tirânico e irresponsável. Está fazendo o país retroceder a um jornalismo praticado até seis décadas atrás, quando o Diário Carioca introduziu o lide no manual de redação jornalística. Sucederam-se a partir daí os aperfeiçoamentos que "Veja" consolidou.
A começar pelo curso de formação que deu aos seus futuros integrantes antes de começar a circular, uma revolução em matéria de recrutamento de quadros. E pelo elevado padrão de profissionalismo que estabeleceu, tornando-se uma meta para todos aqueles que queriam avançar no seu ofício e ter uma vida digna, decente e confortável — conquistas das quais só a última era frequente, à custa da venda da alma ao diabo; até "Veja" demonstrar que jornalista também pode ganhar bem sem se prostituir.
É profundamente lamentável que essa mesma revista esteja agora, num paroxismo editorial difícil de explicar e mais difícil ainda de entender, renunciando a todas essas conquistas para se entregar a uma voragem de apoplexia palavrosa, se a tipologia cabe nessa forma surpreendente de patologia. Lula pode sobreviver a esse tipo de vírus. O jornalismo, não.
Querendo ser a coveira de um líder político esquivo e ambíguo, "Veja" está, na verdade, cometendo um haraquiri patético, capaz de arrastar consigo muito mais gente do que a que sucumbiu sob outro desses líderes em transe: Jim Jones.
(Saio da bitola amazônica nesta carta jornalística pela necessidade de desabafar, que partilho com meus leitores. Quase meio século de jornalismo autorização a quebra da bitola, I presume.)