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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Emir Sader: Por que eles têm medo do Lula?


Lula virou o diabo para a direita brasileira, comandada por seu partido – a mídia privada. Pelo que ele representa e por tê-los derrotado três vezes sucessivas nas eleições presidenciais, por se manter como o maior líder popular do Brasil, apesar dos ataques e manipulações de todo tipo que os donos da mídia – que não foram eleitos por ninguém para querer falar em nome do país – não param de maquinar contra ele.

Por Emir Sader, em seu blog


Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Lula, Haddad e Marta Comício com Haddad no Centro de Tradições Nordestinas

Primeiro, ele causou medo quando surgiu como líder operário, que trazia para a luta política aos trabalhadores, reprimidos e super-explorados pela ditadura durante mais de uma década e o pânico que isso causava em um empresariado já acostumado ao arrocho salarial e à intervenção nos sindicatos.

Medo de que essa política que alimentava os superlucros das grandes empresas privadas nacionais e estrangeiras – o santo do chamado “milagre econômico” -, terminasse e, com ela, a possibilidade de seguirem lucrando tanto às custas da super-exploração dos trabalhadores.

Medo também de que isso tirasse as bases de sustentação da ditadura – além das outras bases, as baionetas e o terror – e eles tivessem que voltar às situações de incerteza relativa dos regimes eleitorais.

Medo que foi se acalmando conforme, na transição do fim do seu regime de ditadura militar para o restabelecimento da democracia liberal, triunfavam os conservadores. Derrotada a campanha das diretas, o Colégio Eleitoral consagrou um novo pacto de elite no Brasil, em que se misturavam o velho e o novo, promiscuamente na aliança PMDB-PFL, para dar nascimento a uma democracia que não estendia a democracia às profundas estruturas econômicas, sociais e midiáticas do país.

Sempre havia o medo de que Lula catalizasse os descontentamentos que não deixaram de existir com o fim da ditadura, porque a questão social continuava a arder no país mais desigual do continente, mais desigual do mundo. Mas os processos eleitorais pareciam permitir que as elites tradicionais retomassem o controle da vida política brasileira.

Aí veio o novo medo, que chegou a pânico, quando Lula chegou ao segundo turno contra o seu novo queridinho, Collor, o filhote da ditadura. E foi necessário usar todo o peso da manipulação midiática para evitar que a força popular levasse Lula à presidencia do Brasil, da ameaça de debandada geral dos empresários se Lula ganhasse, à edição forjada de debate, para tentar evitar a vitória popular.

O fracasso do Collor levou a que Roberto Marinho confessasse que eles já não elegeriam um presidente deles, teriam que buscar alguém no outro campo, para fazê-lo seu representante. Se tratava de usar de tudo para evitar que o Lula ganhasse. Foram buscar ao FHC, que se prestou a esse papel e parecia se erigir em antidoto permanente contra o Lula, a quem derrotou duas vezes.

Como, porém, não conseguem resolver os problemas do país, mas apenas adiá-los – como fizeram com o Plano Real -, o fantasma voltou, com o governo FHC também fracassando. Tentaram alternativas – Roseana Sarney, Ciro Gomes, Serra -, mas não houve jeito.

Trataram de criar o pânico sobre a possibilidade da vitória do Lula, com ataque especulativo, com a transformação do chamado “risco Brasil” para “risco Lula”, mas não houve jeito.

Alivio, quando acreditaram que a postura moderada do Lula ao assumir a presidência significaria sua rendição à politica econômica de FHC, ao “pensamento único”, ao Consenso de Washington. Por um lado, saudavam essa postura do Lula, por outro incentivavam os setores que denunciavam uma “traição” do Lula, para buscar enfraquecer sua liderança popular. No fundo acreditavam que Lula demoraria pouco no governo, capitularia e perderia liderança popular ou colocaria suas propostas em prática e o país se tornaria ingovernável.

Marketing político

Quando se deram conta que Lula se consolidava, tentaram o golpe em 2005, valendo-se de acusações multiplicadas pela maior operação de marketing político que o pais ja conheceu – desde a ofensiva contra o Getúlio, em 1954 -, buscando derrubar o Lula e sepultar por muito tempo a possibilidade de um governo de esquerda no Brasil. Colocavam em prática o que um ministro da ditadura tinha dito: Um dia o PT vai ganhar, vai fracassar e aí vamos poder governar o país sem pressão.”

Chegaram a cogitar um impeachment, mas tiveram medo do Lula, da sua capacidade de mobilização popular contra eles. Recuaram e adotaram a tática de sangrar o governo, cercando-o no Parlamento e através da mídia, até que, inviabilizado, fosse derrotado nas eleições de 2006.

Fracassaram uma vez mais, quando o Lula convocou as mobilizações populares contra os esquemas golpistas, ao mesmo tempo que a centralidade das políticas sociais – eixo do governo Lula, que a direita não enxergava, ou subestimava e tratava de esconder – começava a dar seus frutos. Como resultado, Lula triunfou na eleições de 2006, ao contrário do que a direita programava, impondo uma nova derrota grave às elites tradicionais.

O medo passou a ser que o Brasil mudasse muito, tirando suas bases de apoio tradicionais – a começar por seus feudos políticos no nordeste -, permitindo que o Lula elegesse sua sucessora. Se refugiaram no “favoritismo” do Serra nas pesquisas – confiando, uma vez mais, na certeza do Ibope de que o Lula não elegeria sua sucessora.

Foram de novo derrotados. Acumulam derrota atrás de derrota e identificam no Lula seu grande inimigo. Ainda mais que nos últimos anos do seu segundo mandato e na campanha eleitoral, Lula identificou e apontou claramente o papel das elites tradicionais, com afirmações como a de que ele demonstrou “que se pode governar o Brasil, sem almoçar e jantar com os donos de jornal”. Quando disse que “não haverá democracia no Brasil, enquanto os políticos tiverem medo da mídia”, entre outras afirmações.

Quando, depois de seminário que trouxe experiências de regulações democráticas da mídia em varias partes insuspeitas do mundo, elaborou uma proposta de lei de marco regulatório para a mídia, que democratize a formação da opinião pública, tirando o monopólio do restrito número de famílias e empresas que controlam o setor de forma antidemocrática.

Além de tudo, Lula representa para eles o sucesso de um presidente que se tornou o líder político mais popular da história do Brasil, não proveniente dos setores tradicionais, mas um operário proveniente do nordeste, que se tornou líder sindical de base desafiando a ditadura, que perdeu um dedo na máquina – trazendo no próprio corpo inscrita a sua origem e as condições de trabalho dos operários brasileiros.

Representante do povo

Enquanto o queridinho da direita partidária e midiática brasileira, FHC, fracassou, Lula teve êxito em todos os campos – econômico, social, cultural, de políticas internacional -, elevando a auto-estima dos brasileiros e do povo brasileiro. Lula resgatou o papel do Estado – reduzido à sua mínima expressão com Collor e FHC – para um instrumento de indução do crescimento econômico e de garantia das políticas sociais. Derrotou a proposta norteamericana da Alca – fazer a América Latina uma imensa área de livre comércio, subordinada ao interesses dos EUA -, para priorizar os projetos de integração regional e os intercâmbios com o Sul do mundo.

Lula passou a representar o Brasil, a América Latina e o Sul do mundo, na luta contra a fome, contra a guerra, contra o monopólio de poder das nações centrais do sistema. Lula mostrou que é possível diminuir a desigualdade e a pobreza, terminar com a miséria no Brasil, ao contrário do que era dito e feito pelos governos tradicionais.

Lula saiu do governo com praticamente toda a mídia tradicional contra ele, mas com mais de 80% de apoio e apenas 3% de rejeição. Elegeu sua sucessora contra o “favoritismo” do candidato da direita.

Aí acreditaram que poderiam neutralizá-lo, elogiando a Dilma como contraponto a ele, até que se rendem que não conseguem promover conflitos entre eles. Temem o retorno do Lula como presidente, mas principalmente o temem como líder político, como quem melhor vocaliza os grandes temas nacionais, apontando para a direita como obstáculo para a democratização do Brasil.

Lula representa a esquerda realmente existente no Brasil, com liderança nacional, latino-americana e mundial. Lula representa o resgate da questão social no Brasil, promovendo o acesso a bens fundamentais da maioria da população, incorporando definitivamente os pobres e o mercado interno de consumo popular à vida do país.

Lula representa o líder que não foi cooptado pela direita, pela mídia, pelas nações imperiais. Por tudo isso, eles têm medo do Lula. Por tudo isso querem tentar desgastar sua imagem. Por isso 80% das referências ao Lula na mídia são negativas. Mas 69,8% dos brasileiros dizem que gostariam que ele volte a ser presidente do Brasil. Por isso eles têm tanto medo do Lula.

*Intertítulos do Vermelho

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Artigo: À luta, companheiros! - por Rochinha

Faltando 25 dias para o primeiro turno das eleições municipais, os remanescentes da velha UDN sem povo, ancorados pelas vestais de uma mídia criminosa e antidemocrática, apostam todas as suas fichas na judicialização do processo político e nos ataques ao projeto popular do PT, semeando por todo lado mentira, a calúnia e a desfaçatez.


Os muitos resultados positivos do governo petista – primeiro com Lula, agora com Dilma – aparecem na chamada grande imprensa sempre acompanhados de ressalvas (“mas”, “porém”, “contudo”), com o claro objetivo de diminuir ou mesmo negar os avanços do país nos últimos 10 anos.
No momento em que se vislumbra o crescimento da economia no segundo semestre, a mídia prefere enfatizar a queda em relação ao mesmo período do ano passado. Quando se projeta o crescimento do PIB, as aves de agouro falavam em “pressão inflacionária”. Quando o assunto é crescimento da renda, do crédito e do consumo, a turma do contra torce pela inadimplência. O crescimento constante da oferta de emprego com carteira assinada é visto como “estagnação do crescimento do emprego”.
É um trabalho voltado exclusivamente para aterrorizar a população, desacreditar o governo e prejudicar o PT.
Estimulam a discórdia, alimentam fofocas, inventam crises. Durante o governo Lula, passaram oito anos difundindo a tese absurda de que o presidente e o PT não se entendiam. Agora tentam criar um ambiente de cizânia entre Lula e a presidenta Dilma, como se ambos não fizessem parte do mesmo projeto e do mesmo partido, como se as diferenças de estilo, na gestão, fossem suficientes para fazer deles adversários na política.
Para essa gente, nada pode dar certo. Nada deve dar certo.
Medidas de extrema importância, como os investimentos de R$ 70 bilhões em estradas e rodovias e a redução nas contas de luz da população e das empresas, irão esbarrar na “burocracia” e na “ineficiência” do Estado, dizem eles, esquecendo-se, claro, que recebemos deles – de seus representantes – um estado falido, corrupto e mal administrado.
Nada falam sobre os grandes escândalos de um passado recente, como a compra de votos para a reeleição de FHC. Esquecem que são responsáveis pelo caos dos portos e aeroportos. Esquecem dos escândalos das malditas privatizações, em que espoliaram o patrimônio do povo brasileiro. Nada falam sobre subserviente dependência do Brasil ao jugo do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. Esquecem de falar sobre o lastimável apagão elétrico. Fogem da discussão sobre a recuperação do poder de compra dos trabalhadores no governo do PT. Ignoram o resgate de 40 milhões de brasileiros da miséria, já que sempre apostaram nas desigualdades regionais como forma de manter o “apartheid brasileiro” entre o Sudeste e o Nordeste.
Agora, quando o cidadão brasileiro se prepara mais uma vez para fazer suas opções democráticas, essa mídia sem votos manipula escandalosamente o noticiário, esconde as campanhas do PT, omite informações, distorce os fatos e tenta, de todas as maneiras, ganhar as eleições na marra. A judicialização da política é apenas o mais recente lance desse jogo sujo.
Mas atenção: só vale chamar a Justiça para intervir no processo se for contra o PT. Qualquer absolvição de um petista, do mais simples ao mais graduado, mesmo que por varias instâncias e muitas vezes até por unanimidade, o resultado é visto sempre como “favorecimento”, “armação”, “manobra”. Basta ver a pressão que fizeram e fazem contra os ministros do STF Ricardo Lewandowsk e Dias Tóffoli, tidos como “amigos” do PT.
E aqui entramos num ponto crucial, aquele que a Justiça chama de “Ação Penal 470”, que as vestais chamam de “mensalão” e que eu chamo de TENTATIVA DE GOLPE POLÍTICO.
Neste capítulo, é sintomático que a mais alta corte do país tenha acatado uma ação, talvez pela primeira vez na história, sem dar aos réus, especialmente aqueles que não têm fórum privilegiado, o direito de ampla defesa em outras instâncias da Justiça, conforme garante a Constituição brasileira.
É bom lembrar que, no caso do chamado “mensalão mineiro”, o STF acatou a denúncia apenas contra o senador Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB nacional. Os demais citados foram remetidos para a justiça de Minas Gerais. E existe o caso mais recente do ex-senador Demóstenes Torres (do ex-PFL), cujo processo, pelo fato de ele ter sido cassado, saiu do STF e foi para a justiça goiana.
Mais: na análise do Supremo sobre a AP 470, não se faz a menor distinção sobre as responsabilidades, as co-responsabilidades ou a não-responsabilidade dos réus. Explico: como o julgamento está sendo político, todos estão sendo imputados criminalmente sem levar em consideração os diferentes contextos.
Mais ainda: nunca vi ou presenciei na história desse país um julgamento em que, à falta de provas técnicas, as interpretações de caráter estritamente político tenham sido suficientes para condenar alguém judicialmente.
Os que agora clamam por sangue, os que defendem a condenação a qualquer preço, os que apóiam e estimulam o linchamento público, parecem se esquecer de que os procedimentos adotados pelo STF no julgamento do “mensalão” servirão de parâmetro para todas as demais instâncias da justiça brasileira. O que está em jogo não é apenas a cabeça dos 38 réus da Ação Penal 470. O que está em jogo são os direitos civis de cada um dos cidadãos deste país, arduamente conquistados pelas lutas de muitas e muitas gerações.
Para a mídia golpista, sem povo e sem voto, nada disso importa. Tudo o que eles querem é manchar a história o PT e principalmente a figura do ex-ministro de José Dirceu, por tudo o que ele representou e representa nas conquistas recentes da esquerda brasileira.
Petistas e não petistas, fiquemos em alerta. O ódio caminha junto com a sede de vingança política. Mas não passarão. Como gosta de dizer o ex-presidente Lula, temos as costas calejadas. Já enfrentamos e vencemos batalhas muito piores. Já enfrentamos e derrubamos uma ditadura. Não deixaremos que outra se instale.
Digo e repito: O PARTIDO DOS TRABALHADORES NÃO ACEITA CANGA. NÃO SE INTIMIDA NEM ANTES NEM DEPOIS DO PRIMEIRO GRITO.
O PT está enraizado em todos os recantos deste país. Dos grandes centros às áreas rurais e vilarejos, sempre haverá um petista para erguer a bandeira vermelha do partido. Estamos do lado do povo e temos o povo ao nosso lado.
À luta, companheiros!
Francisco Rocha da Silva, o Rochinha, é membro da Comissão Nacional de Ética e Disciplina do PT

terça-feira, 11 de setembro de 2012

PORQUE SERÁ QUE A GLOBO NÃO DIVULGA? AH! SE FOSSE ALGUÉM DO PT!

Denúncia: PSDB opera 'mensalão universitário' para fazer caixa 2

Ex-prefeito de Anápolis (GO), Ernani de Paula denunciou ao Ministério Público a concessão de bolsas-fantasma a instituições de ensino, que repassariam o dinheiro para campanhas tucanas.


Logo depois de o PSDB ter começado a incluir citações ao julgamento do “mensalão” nas propagandas eleitorais de seus candidatos a prefeito veiculadas em todo o país e após o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ter dito que “a Justiça está despertando o Brasil”, uma denúncia feita ao Ministério Público Estadual de São Paulo afirma que o partido operaria um esquema de desvio de recursos públicos com o objetivo de fazer caixa 2 para suas campanhas eleitorais.

Segundo a denúncia, nestas eleições o esquema já teria beneficiado o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra, entre outros.

A denúncia, feita pelo ex-prefeito de Anápolis (GO) e empresário do setor de educação, Ernani de Paula, aponta que o suposto esquema funcionaria a partir da concessão de bolsas de estudo a alunos-fantasma em instituições de ensino pouco conhecidas e ligadas às administrações tucanas. Após o recebimento, segundo a denúncia, o dinheiro das bolsas-fantasma era repassado ao PSDB para a cobertura de gastos de campanha.

Ex-proprietário da Universidade São Marcos, hoje sob intervenção do Ministério da Educação, de Paula, segundo reportagem publicada no jornal digital Brasil 247, afirma que desde 2006, ano da chegada de Serra ao governo de São Paulo, cerca de R$ 800 milhões já teriam sido repassados a instituições de ensino que fariam parte do esquema de arrecadação ilegal de fundos para o PSDB.

O principal braço do esquema seria a concessão de bolsas-fantasma para o ensino superior, iniciada no governo de FHC. Segundo Ernani de Paula, o mentor desse sistema de arrecadação ilegal teria sido o ex-ministro da Educação – e também ex-secretário de Educação de Serra no governo paulista – Paulo Renato de Souza, já falecido.

O denunciante disse ao MP Estadual que a São Marcos passou a enfrentar dificuldades financeiras por não ter aceitado aderir ao esquema. Em seguida, Paulo Renato – e mais tarde o seu filho, Renato Souza Neto – o teriam pressionado a vender a universidade para um “grupo de interessados” próximos ao governo tucano. O negócio não chegou a ser concretizado.

Durante a denúncia, de Paula citou como emblemáticos os casos da Faculdade Sumaré, que, embora não tenha renome, é a principal beneficiada pelo repasse de verbas para a concessão de bolsas de estudo, e da Uniesp, que administra 51 faculdades em São Paulo, além de outras no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, na Bahia e no Tocantins. Juntas, as duas instituições já teriam recebido quase R$ 140 milhões, segundo o denunciante: “Essa faculdade [a Sumaré], que ninguém sabe o que faz ou quem é o dono, já recebeu mais de R$ 70 milhões. É o mensalão universitário”.

Demóstenes e Cachoeira

Em abril deste ano, Ernani de Paula já havia denunciado que o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, teria doado R$ 3 milhões para a campanha do ex-senador Demóstenes Torres, então no DEM, para o governo de Goiás em 2006. Ex-aliado de Cachoeira e Demóstenes, com os quais agora se diz rompido, de Paula também afirmou na ocasião que os dois seriam os responsáveis pela produção e divulgação do vídeo em que um funcionário dos Correios, Maurício Marinho, recebe R$ 3 mil de propina.

O vídeo, divulgado em 2005, teria, segundo Ernani de Paula, o intuito de desestabilizar o governo Lula e seria uma represália ao então chefe da Casa Civil, José Dirceu, que teria vetado a indicação de Demóstenes para o Ministério da Justiça, articulação que vinha sendo tentada pelo grupo de Cachoeira. A divulgação do vídeo precedeu a célebre entrevista do então deputado Roberto Jefferson (PTB) que deu início ao escândalo do “mensalão”.

Fonte: Rede Brasil Atual