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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Movimentos de todo país protestam em Pinheirinho nessa quinta

Movimentos sociais realizam nessa quinta-feira (2), a partir das 9h, um ato público no terreno onde foi construído o bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, interior paulista. Caravanas de todo o país se encontrarão no local para protestar contra os despejos no Estado, como o de 1.600 famílias do Pinheirinho, em 22 de janeiro, numa ação violenta da Polícia Militar, durante reintegração de posse. Desde então, estão em alojamentos improvisados, em condições precárias.




Vista aérea de Pinheirinho, em São José dos Campos/SP
“Manifestamos nosso repúdio em relação à ação truculenta do governo do Estado de São Paulo ao desalojar as famílias do bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, e o descaso do prefeito Eduardo Cury (PSDB), que mantém os desabrigados sem infraestrutura e sem reais perspectivas”, diz um trecho de uma nota divulgada hoje (1º) pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS).

A coordenação também questiona as declarações feitas pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que prometer abrigo para essas pessoas em 18 meses, mas não explicou em quais condições permanecerão até que esses supostos abrigos fiquem prontos. em quais condições ficarão até que essas supostas moradias estejam prontas.

Assembleia
O ato foi definido pelas entidades na Assembleia dos Movimentos Sociais, no sábado (28), durante o Fórum Social Temático 2012, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre (RS).


Bartíria, da Conam, durante assembleia dos movimentos
“O governo fascista de Geraldo Alckmin massacrou os trabalhadores, massacrou aquela ocupação.
Estão há 20 anos no Governo de São Paulo e continuam não dando o direito ao diálogo e ao processo social para aqueles que se organizam para ter direito à moradia. Vamos fazer um grande ato na próxima quinta-feira (2) em repúdio a esse governo fascista de Geraldo Alckmin, que não respeita a democracia nem os movimentos sociais”, convocou Rosane Bertotti, representante da

CUT e uma das coordenadoras da assembleia, que reuniu cerca de 1.500 participantes.
O ato foi sugerido após manifestações de representantes dos movimentos de moradia, durante as falas dos movimentos na assembleia.

“Nós dos movimentos populares pedimos a essa assembleia para acrescentar um parágrafo na carta que toque no coração da questão da luta urbana. Não é possível fazermos uma carta dos movimentos sociais e não tratar dos centros urbanos. Temos alguns exemplos caninos para serem enfrentados, haja vista a cidade de São Paulo, e o Estado, que a direita transformou em palco de enfrentamento contra as lutas dos movimentos sociais”, lembrou Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, vice-presidente da CMS, que também apontou a desigualdade racial como foco importante das mobilizações.

“Outra questão central é a juventude, e principalmente a juventude negra,que está sendo dizimada nesse país por essa burguesia, através do crime organizado, através das drogas, problema enfrentado por tantas famílias. Por isso, neste momento que nos preparamos para a Rio+20, temos que chegar com uma única linha, a do enfrentamento ao sistema capitalista”, completou Gegê.

A presidente da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), Bartíria Lima da Costa, reforçou o pedido: “Queríamos que nesta carta fosse colocado um ponto também de suma importância, que se relaciona com a crise capitalista, que é a crise urbana. Ela precisa ser colocada como ponto fundamental para resolver os problemas urbanos e acabar com a questão do despejo. Defendemos despejo zero. Há dias atrás, em São Paulo, o Pinheirinho foi uma barbárie. Não podemos permitir essa situação. Situações como essa não podem acontecer nesse país, que tem leis estruturantes para resolver”, falou Bartíria.

Ela argumentou que o drama vivido hoje em Pinheirinho é fruto da crise do capital.
“Queremos reforçar a nossa participação na Rio+20, devemos focar na questão da crise capitalista como uma questão central da crise ambiental. É ela que gera fome, desemprego, exclusão e a degradação ambiental. Nós da Conam e da Aliança Internacional dos Habitantes chamamos todos em torno de bandeiras unitárias pela preservação do meio ambiente, pelo desenvolvimento econômico para organizar campanhas e jornadas de lutas progressistas como respostas aos problemas ambientais e sociais da humanidade”, exclamou a presidente da Conam.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é preciso construir pelo menos 5,5 milhões de moradias para zerar o deficit habitacional no Brasil. Os dados são de 2008 e servem de referência para o Ministério das Cidades.

Participantes

Assinam a nota da CMS movimentos de diversos setores que se comprometeram a comparecer. São eles: Central Brasileira de Trabalhadores e Trabalhadoras (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central de Movimentos Populares (CMP), União Nacional dos Estudantes (UNE), Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Grito dos Excluídos, Marcha Mundial das Mulheres (MMM), União Brasileira de Mulheres (UBM), Conselho Estadual de Entorpecentes (Conen), União de Negros pela Igualdade (Unegro), O Movimento das Trabalhadoras e dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), União Nacional por Moradia Popular (UNMP), Ação Cidadania, Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), CNQ, Federação Única dos Petroleiros (FUP), Intervozes, Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), CMB e Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM).

de São Paulo
Deborah Moreira

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