Água para os pobres
Há um ano, foi publicado decreto assinado pela presidente Dilma
Rousseff, instituindo o Programa Nacional de Universalização do
Acesso e Uso da Água – o Água para Todos. Há três meses, as
primeiras cisternas em polietileno, com capacidade para 16 mil
litros de água para uso humano, foram instaladas em território
mineiro pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco
(Codevasf), beneficiando 25 famílias que moram em áreas rurais do
município de Porteirinha, em situação de extrema pobreza.
Considerando-se as dificuldades burocráticas para implantar qualquer
projeto do governo, até que foi rápido.
Para auxiliar essa empresa estatal, encarregada de coordenar o
programa em todo o país, o Ministério de Integração Nacional
selecionou, por meio de licitação, instituições públicas e
privadas sem fins lucrativos que estivessem interessadas em
apresentar propostas para construir cisternas, usando tecnologias
de baixo custo e comprovada eficiência.
A Fundação Banco do Brasil entrou no programa, planejando
investir R$ 120 milhões em todo o país. Em Minas, deve instalar
4.500 cisternas. Cada uma é capaz de garantir o abastecimento de
água de chuva para uma família de cinco pessoas, por até oito
meses. Na última sexta-feira, foi inaugurada em Salto da Divisa,
no Vale do Jequitinhonha, a primeira unidade da Tecnologia Social
Cisterna de Placas, da Fundação.
A escolha de placas de concreto, em vez de polietileno, deve
ter sido orientada pelo custo mais baixo. As cisternas de
polietileno, segundo a Codevasf, são usadas nos Estados Unidos,
México, Austrália e em outros países com regiões semiáridas como
as do Norte de Minas. Portanto, são fabricadas por empresas
multinacionais. Cada unidade instalada pela Fundação Banco do
Brasil deve custar R$ 2 mil, sem qualquer custo para a família,
que precisa frequentar um curso de capacitação para aprender como
usar a cisterna e manter a água preservada para uso humano.
Essa é uma boa notícia. O programa pretende garantir, até
2014, o acesso à água potável para 750 mil famílias carentes,
moradoras em regiões rurais do semiárido brasileiro. A Codevasf
anunciou que, em Minas, serão instaladas até o fim deste ano 7.391
cisternas de polietileno. É uma boa oportunidade para o governo
mostrar eficiência na execução de programas para os pobres. Se o
fizer, será diferente de tantos outros que mais beneficiaram os
políticos, em épocas de eleições
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