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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

 

 Delenda est Dirceu.
Às favas com os escrúpulos (*)

“Eu não duvido nem um pouco que José Dirceu seja condenado sem provas”, escreveu Leandro Fortes.

O Conversa Afiada reproduz artigo de Leandro Fortes, aquele que localizou o
Gilmar Dantas (**) na botija do Eduardo Azeredo e a conversinha dos filhos do
 Roberto Marinho – que não têm nome próprio – com o Michel Temer para livrar o
 Robert(o) Civita e seu enviado ao Hades, o Caneta:

DELENDA EST DIRCEU



Por Leandro Fortes

O único e verdadeiro drama do julgamento do “mensalão” diz respeito a 
uma coisa que todo mundo já sabe: não há uma única prova contra o ex-ministro
 José Dirceu na denúncia apresentada ao STF pelo procurador-geral da
 República Roberto Gurgel. Nada. Nem uma única linha. Nem um boletim de 
ocorrência de música alta depois das 22 horas. Nadica de nada.

Mas, sob pressão da mídia, o STF tem que condenar José Dirceu.

Pode até condenar os outros 36 acusados. Pode até mandar enforcá-los na
 Praça dos Três Poderes. Mas se não condenar José Dirceu, de nada terá valido o 
julgamento. A absolvição de José Dirceu, único caminho possível a ser tomado
 pelos ministros do STF com base na denúncia de Gurgel, irá condenar seus 
acusadores de forma brutal e humilhante. Quilômetros de reportagens, matérias, 
notas e colunas irão, de imediato, descer pelo ralo por onde também irá escoar 
um sem número de teses do jornalismo de esgoto.

A absolvição de José Dirceu irá jogar a mídia sobre o STF como abutres sobre 
carne podre com uma violência ainda difícil de ser dimensionada. Algo que, 
tenho certeza, ainda não se viu nesse país. Vai fazer a campanha contra 
José Dirceu parecer brincadeira de ciranda.

Por isso, eu não duvido nem um pouco que José Dirceu seja condenado sem provas, 
com base apenas nesse conceito cafajeste do “julgamento político” – coisa
 a que nem o ex-presidente Fernando Collor de Mello foi submetido.

Para quem não se lembra, ou prefere não se lembrar, apesar de afastado da
 Presidência da República por um processo de impeachment, Collor foi absolvido 
pelo STF, em 1992. O foi, justamente, porque a denúncia do então procurador-geral 
da República, Aristides Junqueira, era uma peça pífia e carente de provas. Como 
a de Roberto Gurgel.


(*) Em tempo – a frase histórica é do coronel Jarbas Passarinho, ao assinar o
 Ato Institucional – V. PHA

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