América Latina avança no combate à desigualdade, diz ONU
MONTEVIDÉU (Reuters) - A América Latina registrou avanços na redução da desigualdade, mas o tema ainda é problemático em algumas nações, segundo um relatório sobre desenvolvimento humano divulgado na quinta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
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O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Pnud mede a qualidade de vida sob três critérios: acesso a educação e conhecimentos, nível de vida digno, e vida longa e saudável.
O melhor IDH da região é o do Chile, em 45o lugar na lista. Pela ordem, aparecem depois: Argentina (46o lugar), Uruguai (52o), Panamá (54o), México (56o), Costa Rica (62o), Peru (63o), Brasil (73o), Venezuela (75o), Equador (77o), Colômbia (79o), República Dominicana (88o), El Salvador (90o), Bolívia (95o), Paraguai (96o), Nicarágua (115o) e Guatemala (116o).
Por falta de dados adequados a comparações internacionais, Cuba ficou de fora da lista, mas o Pnud destacou que o país obteve avanços importantes nos campos de educação e saúde nas últimas décadas.
O relatório traz também um quadro à parte, levando em conta a desigualdade.
Segundo o Pnud, a desigualdade nas últimas duas décadas cresceu na região Ásia Oriental/Pacífico, enquanto caiu na América Latina e Caribe.
"A região, que por muito tempo abrigou a disparidade mais grave do mundo em matéria de rendimentos e bens, hoje conseguiu importantes avanços graças a mais gastos públicos e a políticas sociais focadas", diz o texto.
Levando em conta o ajuste pela desigualdade, o Uruguai aparece em 41o lugar. O Chile vem em 43o, o México em 49o, e a Argentina em 55o.
O chefe dos pesquisadores do IDH, Francisco Rodríguez, a região ainda apresenta diferenças entre países com desigualdade extrema e outras nações em que o problema é mais moderado.
"Dos 15 países que mais posições perderam no ajuste do índice pela desigualdade, nove deles são da América Latina", disse o especialista a jornalistas na apresentação do relatório, em Montevidéu.
O texto diz que a desigualdade na região "está vinculada a uma desigual distribuição de terras e da educação, à renda mais alta para os trabalhadores qualificados, às altas taxas de fecundidade nos lares mais pobres e a um gasto público regressivo."
"No entanto, alguns países, como Brasil, Equador e Paraguai começaram a pôr freio à desigualdade com bons resultados", acrescentou.
A Noruega lidera o IDH, seguida por Austrália e Nova Zelândia.
(Reportagem de Conrado Hornos)
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