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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011


CPI de privatização tem apoio tucano


O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) entregou ontem ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), um pedido para a criação da CPI sobre irregularidades em privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, já chamada de CPI da Privataria.

O requerimento foi assinado por 206 deputados, superando o número mínimo necessário de 171 parlamentares para a abertura de CPI. Segundo informou Queiroz, entre os deputados que apoiam a iniciativa estão membros do PSDB, partido alvo das acusações do livro "A Privataria Tucana", de Amaury Ribeiro Júnior. O volume utiliza documentos que teriam sido da CPI do Banestado.

"É a primeira vez que a Câmara dos Deputados se mobiliza para atender uma exigência popular muito forte. Foi um movimento externo, de fora da Câmara, que contagiou a nós, deputados. É uma espécie de libelo acusatório contra diversas pessoas", afirmou Protógenes.

O livro acusa o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), de receber propinas de empresários que participaram das privatizações conduzidas pelo governo FHC. Protógenes disse que não teme pressões para que deputados retirem as assinaturas até a análise do processo para a criação da CPI. O ex-delegado negou que a CPI possa ser utilizada em caráter eleitoral, já que a comissão pode funcionar em meio ao pleito municipal, no ano que vem. Ou que a investigação tenha o objetivo de fazer uma revisão das privatizações.

"Não queremos fazer um processo revisional nas privatizações brasileiras. Mas todos os atores envolvidos relacionados no conteúdo do livro merecem prestar esclarecimentos na CPI", afirmou.

O presidente da Câmara explicou que as assinaturas serão conferidas pela Secretaria-Geral da Mesa no início de 2012 e, se o pedido cumprir todas as exigências regimentais, a CPI será criada. Maia também afirmou que "essa é uma CPI explosiva com contornos muito claros de debate político". "Temos o intento de esclarecer os fatos e dar o contraditório aos acusados pelo livro", disse.

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), não acredita que a CPI será, de fato, instalada. "É a tentativa de voltar no passado para acobertar os escândalos do presente. É uma CPI que tem um fato determinado que já foi objeto de investigação na CPI do Banestado. Portanto, não tem procedência", argumentou.

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