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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Vale é alvo de lista suja, mas sustentável na Bolsa

Mineradora tem aprovação do mercado, mas ‘disputa’ título de pior empresa

Bruno Porto - Do Hoje em Dia - 13/01/2012 

marcelo prates/arquivo
Mina da Vale: Índice de Sustentabilidade considera aspectos ambientais, sociais e econômicos


A Vale é a única mineradora a integrar o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa). Mas em um outro grupo, que elege as companhias que mais agridem o meio ambiente e desrespeitam os direitos humanos no mundo, a empresa tem a companhia de outra mineradora estadunidense, a Freeport. Neste ano, ambas estão na etapa final do “prêmio” Public Eye Award.

As mineradoras estão na lista com outras quatro companhias de diferentes ramos de atuação e que, após serem selecionadas por representantes do Public Eye, estão sendo alvo de votação pública. São elas: Samsung, Barclays, Tepco e Syngenta.

O Public Eye informa que foi organizado como um contraponto crítico para a reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça. Organizado desde 2000 pela Declaração de Berna e Amigos da Terra (em 2009 substituído pelo Greenpeace), a intenção é lembrar que o mundo corporativo comete crimes sociais e ambientais que têm consequências para as pessoas afetadas e território, mas também para a reputação do ofensor.

O ex-presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de Minas Gerais (Apimec-MG), Paulo Ângelo Carvalho de Souza, avalia que é incontestável que a atividade mineradora agride o meio ambiente. “Isso não necessariamente exclui a possibilidade de a mineradora pertencer as ISE. São critérios sérios. E se a empresa está listada, atendeu aos critérios. Ela não está lá por questões políticas”, diz. Ele ainda lembra que empresas de energia elétrica causam danos graves ao meio ambiente e que a Cemig está listada no ISE e no índice de sustentabilidade da bolsa de Nova York.

No caso do ISE, a Bovespa seleciona seus integrantes a partir do preenchimento de um formulário onde as empresas devem se adequar a critérios estabelecidos. Eles são basicamente três: ser uma das 200 ações com maior índice de negociabilidade apurada nos doze meses anteriores, ter sido negociada em pelo menos 50% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores e atender aos critérios de sustentabilidade referendados pelo Conselho do ISE.

As dimensões ambiental, social e econômico-financeira foram divididas em quatro conjuntos de critérios pelo Conselho: políticas (indicadores de comprometimento), gestão (indicadores de programas, metas e monitoramento), desempenho e cumprimento legal.

No que se refere à dimensão ambiental, a Bovespa informa que há uma diferenciação dos questionários por grupos de setores econômicos, visando considerar as especificidades de cada setor quanto a seus impactos ambientais.

O Public Eye recebe de Organizações Não-Governamentais (ONGs) e outras entidades indicações de empresas que podem concorrer para a eleição de pior companhia do planeta. Estas instituições devem elaborar um documento listando casos de desrespeito aos direitos humanos e ao meio ambiente. Uma comissão de especialistas nestas áreas avalia o material enviado e seleciona os finalistas. Estes finalistas serão votados pelo público em geral. Neste ano, a votação começou no dia cinco e será finalizada no próximo dia 26. No dia seguinte, o eleito será anunciado. Até esta quinta-feira (12), a Vale estava na quarta colocação entre as eleitas como seis piores empresas do mundo.

 Para votar, clique no link: http://www.publiceye.ch/en/vote/
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