Páginas

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

FHC fala de ONGs mas esquece de duas ligadas a ele


O  ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou na manhã desta segunda-feira (21) o que chamou de “moda” de ONGs (organizações não governamentais) criadas para  segundo ele “obter dinheiro para a corrupção”.
“O terceiro setor deveria ser independente do mercado e do Estado. É uma visão oposta do que está tão em moda. Hoje Virou ONGs para obter dinheiro para a corrupção”, disse o ex-presidente, durante sua palestra no Congresso Brasileiro de Fundações e Entidades de Interesse Social, em São Paulo.
Fernando Henrique Cardoso, não pode e nem deve afirmar que  virou moda “hoje”  ONG virou moda para obter dinheiro para a corrupção.
A memória de FHC falha quando ele não lembra que,  em 2007, a  ONG Alfabetização Solidária, fundada por D. Ruth Cardoso, foi acusada pela  Controladoria Geral da União  que a ONG recebeu R$ 211 milhões do MEC no segundo governo FHC e outros R$ 58 milhões entre 2003 e 2006. Foram repassados R$ 8 milhões do governo e a ONG captou mais R$ 12 milhões de empresas. Dava para alfabetizar 1,14 milhão de adultos. Estudos preliminares do MEC indicam que menos de 10% desse total foi alcançado. O governo Lula cortou os repasses, e mandou investigar tudo.(conforme a nota “Devassa na ONG de d. Ruth”, publicada aqui no blog).
Ao falar de ONG, FHC esquece que, o  MP  também já investigou favorecimento do governo a ONG ligada a tucanos, em 2007
MP apura favorecimento a ONG ligada a tucanos
Idelt foi criado pelo vice-governador, Alberto Goldman, é presidido por Vera, mulher do ex-secretário de Transportes Frederico Bussinger, e recebeu R$ 5 milhões em 7 anos

O Ministério Público Estadual investiga as relações do Instituto de Desenvolvimento, Logística, Transportes e Meio Ambiente (Idelt) com o governo paulista e prefeituras. O Idelt é uma organização não-governamental (ONG) criada por Alberto Goldman (PSDB), vice-governador paulista, Frederico Bussinger, ex-secretário municipal de Transportes, e Thomaz de Aquino Nogueira Neto, atual presidente da Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), entre outras pessoas ligadas ao setor de transporte público e ao PSDB. É presidido pela mulher de Bussinger, Vera Bussinger. Recebeu pelo menos R$ 5 milhões dos cofres públicos nos últimos 7 anos.
Promotores querem saber se houve superfaturamento dos contratos e favorecimento à ONG ligada ao PSDB. São analisados ao menos 16 contratos e aditamentos, parte sem licitação, com Dersa, Sabesp, Secretaria Estadual do Trabalho, prefeituras de São Paulo e Carapicuíba, segundo publicações do Diário Oficial do Estado. As contratações referem-se a cursos de qualificação profissional, como assistente administrativo, reciclagem de lixo, conservação, limpeza e formação de mão-de-obra para fazer calçadas (calceteiro), além de assessoria técnica em transporte público e programas de água de reúso. A ONG alega que não havia necessidade de licitação pelo fato de ter notória especialização nos setores em que atua.
Um dos inquéritos foi aberto no fim de setembro pela Promotoria da Justiça e Cidadania e apura quatro contratos e três aditamentos feitos entre o Idelt e a Dersa, que somam mais de R$ 450 mil. O outro, em andamento desde o ano passado, analisa contrato de R$ 948 mil com a Prefeitura da Capital, firmado na gestão de José Serra (PSDB).
Nos dois casos, não houve licitação, apesar de existirem outras instituições capazes de fornecer o serviço, como a Escola de Sociologia e Política de São Paulo, a Fundação Tide Azevedo Setúbal, o Instituto Paradigma, a Cosmética Beleza e Cidadania, entre outras ONGs e instituições. Estas três últimas já mantêm atualmente parcerias com a Prefeitura da Capital.
A promotora Luciana Del Campo quer saber se houve necessidade de a Dersa contratar o Idelt para fazer assessoria técnica, serviços de modelagem e gerenciamento dos Portos de São Sebastião e Santos. Foram quatro contratos – 1999, 2001, 2003 e 2004 – e três prorrogações, realizadas durante os governos Mário Covas e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. Os quatro contratos, que receberam três aditamentos, somaram originalmente R$ 441.228 – sem os acréscimos. O primeiro deles foi firmado em 2000, no valor de R$ 86.400.
O outro procedimento investigatório do MPE é sobre o contrato feito no fim de 2005 com a Secretaria do Trabalho da Prefeitura de São Paulo, também na gestão Serra. O instituto mais uma vez foi contratado sem licitação. Por isso, são investigados o ex-prefeito Serra, o ex-secretário municipal do Trabalho, Gilmar Viana, Bussinger e sua mulher Vera, que preside o Idelt.
O instituto receberia R$ 948.750 por nove meses de trabalho prestados à Prefeitura de São Paulo, mas, segundo a Secretaria Municipal do Trabalho, o contrato assinado em 2005 foi rescindido em dezembro do ano passado, já na gestão de Gilberto Kassab (DEM).
A administração municipal pagou quatro parcelas, além de duas multas rescisórias previstas em contrato, no total de R$ 534.763,93. Segundo a secretaria, o Idelt cobrou na Justiça a diferença de R$ 413.986,07. Vera afirmou que apenas notificou a secretaria da necessidade de saldar os contratos. ‘Apresentamos a planilha do que já estava comprometido. Mesmo com o fim do contrato, completamos o treinamento da turma. Ficamos até abril’, disse. ‘Não se pode dizer que temos contratos somente com administrações do PSDB.’
Na época, um dos sócios do Idelt, Carlos Alberto Tavares Carmona, era presidente da São Paulo Transporte (SPTrans), que cuida do transporte público na cidade.
O contrato do Idelt prorrogado várias vezes com a Prefeitura de Carapicuíba teve início em 2001, para um curso de calceteiro destinado a ex-presidiários. O projeto custou inicialmente R$ 560 mil. A cidade é administrada por Fuad Chucre (PSDB). Segundo o secretário do Trabalho da cidade, Luiz Gonzaga de Oliveira, depois que venceu o contrato com o Idelt, a prefeitura assumiu o serviço para completar o trabalho. Fonte do jornal da Tarde
Por

Nenhum comentário:

Postar um comentário