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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

PT comemora aniversário de 31 anos com Lula
de volta à presidência de honra do partido

Petistas escolhem Brasília para comemorar e aguardam a presença da presidente Dilma
Gustavo Gantois e Mariana Londres, do R7, em Brasília
AE - 10/02/1980AE - 10/02/1980
O ex-presidente Lula fundou o PT em fevereiro de 1980 e ainda hoje é a estrela maior do partido

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O Partido dos Trabalhadores completa 31 anos nesta quinta-feira (10) com seu grande líder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula de Silva, de volta à presidência de honra da legenda. A comemoração do aniversário, chamada pelo partido de “ato político”, e não de festa, será realizada no Teatro do Sindicato dos Bancários, em Brasília, após a reunião do Diretório Nacional.

O evento marca também o primeiro retorno de Lula à capital do país desde o dia 1º de janeiro, quando deixou o Palácio do Planalto e passou a faixa presidencial a Dilma Rousseff.


De acordo com dirigentes do partido, a comemoração do aniversário, marcada para começar às 17h30, será simples. Além de Lula e da presidente Dilma, 400 pessoas foram convidadas, entre ministros, deputados, senadores, governadores, prefeitos e presidentes dos diretórios regionais. Um bolo será cortado e uma votação simbólica reconduzirá o presidente Lula à presidência de honra. A chegada de Dilma está prevista para as 19h.


O presidente do PT, José Eduardo Dutra, falou ao
R7 sobre o papel de Lula no partido.

- Lula sempre foi presidente de honra do PT, mas quando foi eleito presidente [da República] não fazia sentido continuar como presidente de honra. Por isso, agora que ele não é mais presidente, será reconduzido ao cargo.

Pijama

A volta de Lula coincide com o fato de o ex-presidente ter quebrado o silêncio de cinco semanas, desde que deixou o posto mais alto da República, para opinar sobre a negociação entre o governo e as centrais sindicais acerca do reajuste do salário mínimo.

Dutra nega, porém, que estes sejam sinais de que Lula terá participação nas decisões do governo Dilma.

- O Lula não deu a sua opinião sobre uma questão do governo Dilma, ele expressou a sua opinião sobre um assunto, a discussão sobre o reajuste do salário mínimo. E Lula é um líder político, por isso é natural que expresse sua opinião. Se as pessoas acham que o Lula vai colocar o pijama, estão muito enganadas.

De um lado, as centrais sindicais defendem um aumento real e insistem em R$ 580. De outro, o governo tenta manter os R$ 545, valor que respeita a regra da reposição da inflação do ano anterior e aumento real com base na variação do PIB (Produto Interno Bruto - soma das riquezas de um país) de dois anos antes.

O deputado André Vargas (PR), secretário de comunicação do PT, afirmou que não acredita que a volta de Lula ao cenário político possa gerar problemas a Dilma e ao partido. Segundo ele, é natural que o ex-presidente participe do debate público, principalmente contribuindo para externar opiniões da legenda.


- Nós somos um time só. Ele é um ex-presidente que estará falando a favor do governo. Quando for perguntado, vai falar a favor do governo. Lógico que a prudência diz que ele não deverá falar sobre tudo, mas vai contribuir para impor o discurso partidário daqui pra frente.


Agora na presidência de honra do PT, Lula deve voltar a ser um militante. Dutra já adiantou que ele deve tomar a frente nas discussões sobre a reforma política.


- Nós vamos começar a discussão sobre a reforma política, e convidamos o presidente Lula a participar dessa discussão. E Lula se mostrou aberto a participar deste tipo de discussão política, só pediu para a gente não convidá-lo para reuniões no final de semana, mas de segunda a sexta o presidente está disposto a participar.


De acordo com André Vargas, o primeiro trabalho de Lula no partido será nos encontros setoriais que vão anteceder o Congresso Nacional do PT, marcado para o fim do ano.


Esses encontros, que culminam com as eleições dos coordenadores setoriais entre agosto e setembro, são essenciais para a legenda. Atualmente dominados pelas alas mais radicais do PT, Lula terá o papel de conseguir convencê-las a trabalhar em conjunto com o governo.


Outra expectativa do partido é que Lula ajude nas eleições municipais de 2012, principalmente após o pífio desempenho do partido em 2008, quando perdeu importantes capitais
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