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terça-feira, 7 de junho de 2011

Brasil teve a maior alta do saldo comercial


O Brasil registrou a maior expansão do superávit comercial entre as principais economias do mundo nos três primeiros meses do ano. O saldo comercial brasileiro voltou aos níveis do período anterior à crise econômica mundial, que eclodiu em 2008.
Dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelam que a alta nos preços de commodities garantiram um avanço nas contas do País e compensaram a valorização do real, quando se leva em conta o resultado da balança comercial, sem considerar setores específicos da economia.
Entre as maiores economias do G-7 (grupo das sete economias mais importantes do mundo) e do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), praticamente todos registraram deterioração em suas balanças comerciais, como China e Estados Unidos.
Guerra de moedas. Diplomatas na Organização Mundial do Comércio (OMC) dizem que o bom desempenho comercial brasileiro fragiliza a posição do Brasil de exigir que a “guerra de moedas”, a desvalorização de moedas de parceiros comerciais do País, seja alvo de investigação na organização.
No fim do primeiro trimestre, o Brasil somou um saldo positivo de US$ 25,1 bilhões, contra apenas US$ 15 bilhões no fim de 2010. No começo do ano passado, o superávit era de apenas US$ 11,1 bilhões. A última vez que o Brasil havia registrado um superávit dessa proporção foi em 2008, justamente nos meses que antecederam à quebra do Lehman Brothers.
Se o saldo é positivo, os dados da OCDE revelam que o primeiro trimestre registrou o maior volume de importações para o Brasil desde que a OCDE começou a coletar informações sobre o País, em 2007. As importações de quase US$ 55 bilhões apenas não foram um problema porque o preço das commodities garantiu alívio para a balança comercial. As vendas do País passaram de US$ 66 bilhões nos últimos meses de 2010 para US$ 79 bilhões entre janeiro e março deste ano. Outro fator que pesou teria sido os freios impostos em algumas importações, o que provocou críticas internacionais.
O cenário do Brasil se contrasta com o do restante das grandes economias do mundo. A Índia teve um saldo negativo de US$ 29 bilhões. Já o superávit chinês vem registrando queda. Nos três primeiros meses do ano, as importações para o mercado da China aumentaram em 8,4%, contra exportações de apenas 3%. Hoje, o superávit chinês chega a US$ 18 bilhões. Mas é menos da metade do valor registrado em 2010. Em 2008, o superávit chinês havia atingido US$ 91,2 bilhões.
Nos EUA, o déficit comercial voltou a aumentar, depois que as importações cresceram a um ritmo duas vezes superior às exportações. No primeiro trimestre, a importação deu um salto de 11,5%. No Reino Unido, o resultado foi um pouco melhor. A economia conseguiu reduzir de US$ 42 bilhões para US$ 36 bilhões seu déficit comercial no período. No Canadá, França, Japão, Rússia e África do Sul, o fluxo comercial mostrou que as importações sofreram elevação a um ritmo superior ao das exportações.
Alemanha.
Além do Brasil, quem se beneficiou nesse período foi a Alemanha, que passou de um superávit comercial de US$ 57 bilhões ao fim de 2010 para US$ 60 bilhões neste ano.
Segundo a OCDE, o comércio de bens mostrou forte crescimento no primeiro trimestre de 2011. A importação dos países do G-7 e do Brics teve alta de 11%, comparado com apenas 8,2% de crescimento no fim de 2010. As exportações também registraram aumento, mas inferior às importações. A expansão nas vendas das maiores economias do mundo chegou a 8,5%, contra 8,2% no fim de 2010. Agência Estado

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