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sexta-feira, 20 de abril de 2012

CPMI do Cachoeira: PT não fará pré-julgamentos, como fez a oposição no passado, diz líder

O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), alertou nesta quinta-feira (19), durante sessão do Congresso Nacional que oficializou a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os negócios do contraventor Carlinhos Cachoeira, que o PT não utilizará de meios escusos com o objetivo de atacar e pré-julgar a oposição, assim como ela o fez num passado recente para condenar, sem oportunidade de defesa, o partido e o governo petista.


“Do ponto de vista do PT, vamos investigar, vamos a fundo, e não vamos fazer pré-julgamentos, não vamos condenar sem dar o direito de defesa, como muitas vezes fizeram com membros do PT nesta Casa”, afirmou o líder. Mais uma vez, Jimar Tatto reforçou, como vem fazendo nos últimos dias, a necessidade de uma investigação pautada na serenidade e na paciência. “Portanto, a oposição não deve se preocupar. Aqui não será feita uma caça às bruxas”, pontuou.
Ao mesmo tempo em que destacou a importância de um processo criterioso, prudente e justo de investigação, o líder petista foi enfático ao dizer que “aqueles que estiverem ligados ao esquema de crime organizado terão que pagar, ser julgados, condenados, e terão que cumprir pena”.  “ Vamos detectar como essa rede criminosa atuou com relação ao Executivo, em relação ao Judiciário, ao Ministério Público, às empresas privada e aos meios de comunicação”, detalhou o parlamentar.
Jilmar Tatto refutou ainda os argumentos de líderes da oposição de que a CMPI tenderia a não dar resultados, a virar “pizza”. “Não vai haver pizza, mas é verdade que tem muita lenha do DEM queimando nessas maracutaias ”,  disse. Ele também chamou a oposição à responsabilidade de usar os mesmos critérios de cobrança e de investigação nos governos tucanos. Deu o exemplo do estado de São Paulo, onde o PSDB impera há duas décadas e onde não se aprova sequer um requerimento para convocar um dirigente de empresa estatal para prestar esclarecimentos. “Eles têm um discurso aqui e uma prática completamente diferente lá”, disse.
Com linha de raciocínio semelhante, o deputado Fernando Ferro (PT-PE) disse achar estranho que a Assembleia Legislativa de Goiás “esteja tão silenciosa”, já que existem, de acordo com as investigações da Polícia Federal, indícios de ligação entre Carlinhos Cachoeira e o governador tucano Marconi Perillo (GO). “Por que em Goiás não se fala nada? Eu cobro aqui do PSDB a necessidade de investigar, sem prejulgar o governador Marconi Perillo. Por que é que vale aqui e não vale lá?”, questionou o petista.
CPMI
O requerimento da comissão parlamentar de inquérito foi assinado por 337 deputados e 72 senadores. O mínimo necessário para sua criação seria de 171 deputados e 27 senadores. O PT vai indicar o nome de três deputados para compor a CPMI como titulares e de mais três como suplentes. Os partidos terão até as 19h30 da próxima terça-feira (24) para indicar os nomes dos parlamentares que farão parte do colegiado. Ao todo, são 15 deputados e 15 senadores, com igual número de suplentes.
A CPMI deverá ser instalada na quarta-feira (25) e terá 180 dias para apresentar um relatório. De acordo com o requerimento aprovado, a comissão investigará as práticas criminosas envolvendo o empresário de jogos de azar Carlinhos Cachoeira, desvendadas pelas operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal.
(Tarciano Ricardo, do site da Liderança do PT)

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