CPMI do Cachoeira: PT não fará pré-julgamentos, como fez a oposição no passado, diz líder
O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), alertou nesta quinta-feira (19), durante sessão do Congresso Nacional que oficializou a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os negócios do contraventor Carlinhos Cachoeira, que o PT não utilizará de meios escusos com o objetivo de atacar e pré-julgar a oposição, assim como ela o fez num passado recente para condenar, sem oportunidade de defesa, o partido e o governo petista.
“Do ponto de vista do PT, vamos investigar, vamos a fundo, e
não vamos fazer pré-julgamentos, não vamos condenar sem dar o direito de
defesa, como muitas vezes fizeram com membros do PT nesta Casa”,
afirmou o líder. Mais uma vez, Jimar Tatto reforçou, como vem fazendo
nos últimos dias, a necessidade de uma investigação pautada na
serenidade e na paciência. “Portanto, a oposição não deve se preocupar.
Aqui não será feita uma caça às bruxas”, pontuou.
Ao mesmo tempo em que destacou a importância de um processo
criterioso, prudente e justo de investigação, o líder petista foi
enfático ao dizer que “aqueles que estiverem ligados ao esquema de crime
organizado terão que pagar, ser julgados, condenados, e terão que
cumprir pena”. “ Vamos detectar como essa rede criminosa atuou com
relação ao Executivo, em relação ao Judiciário, ao Ministério Público,
às empresas privada e aos meios de comunicação”, detalhou o parlamentar.
Jilmar Tatto refutou ainda os argumentos de líderes da oposição de
que a CMPI tenderia a não dar resultados, a virar “pizza”. “Não vai
haver pizza, mas é verdade que tem muita lenha do DEM queimando nessas
maracutaias ”, disse. Ele também chamou a oposição à responsabilidade
de usar os mesmos critérios de cobrança e de investigação nos governos
tucanos. Deu o exemplo do estado de São Paulo, onde o PSDB impera há
duas décadas e onde não se aprova sequer um requerimento para convocar
um dirigente de empresa estatal para prestar esclarecimentos. “Eles têm
um discurso aqui e uma prática completamente diferente lá”, disse.
Com linha de raciocínio semelhante, o deputado Fernando Ferro (PT-PE)
disse achar estranho que a Assembleia Legislativa de Goiás “esteja tão
silenciosa”, já que existem, de acordo com as investigações da Polícia
Federal, indícios de ligação entre Carlinhos Cachoeira e o governador
tucano Marconi Perillo (GO). “Por que em Goiás não se fala nada? Eu
cobro aqui do PSDB a necessidade de investigar, sem prejulgar o
governador Marconi Perillo. Por que é que vale aqui e não vale lá?”,
questionou o petista.
CPMI
O requerimento da comissão parlamentar de inquérito foi assinado por
337 deputados e 72 senadores. O mínimo necessário para sua criação seria
de 171 deputados e 27 senadores. O PT vai indicar o nome de três
deputados para compor a CPMI como titulares e de mais três como
suplentes. Os partidos terão até as 19h30 da próxima terça-feira (24)
para indicar os nomes dos parlamentares que farão parte do colegiado. Ao
todo, são 15 deputados e 15 senadores, com igual número de suplentes.
A CPMI deverá ser instalada na quarta-feira (25) e terá 180 dias para
apresentar um relatório. De acordo com o requerimento aprovado, a
comissão investigará as práticas criminosas envolvendo o empresário de
jogos de azar Carlinhos Cachoeira, desvendadas pelas operações Vegas e
Monte Carlo da Polícia Federal.
(Tarciano Ricardo, do site da Liderança do PT)
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