Dilma vai para cima dos bancos.
PiG os defenderá
Presidente fez visita à sede da
Confederação Nacional da Indústria. Ela quer juros e spreads ‘nos
padrões internacionais de custo de capital’.
Priscilla Mendes Do G1,
em Brasília
A presidente Dilma Rousseff
voltou a defender nesta sexta-feira (13) a redução das taxas de juros e o
“spread” (diferença entre o que o banco paga para captar dinheiro e o
que cobra pelos empréstimos aos clientes). Na última segunda (9), ela
havia afirmado que era “tecnicamente de difícil explicação” o percentual
dos spreads bancários no Brasil.
Dilma falou para uma plateia de
empresários na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em
Brasília. A presidente afirmou que o país deve “desmontar alguns
entraves ao nosso crescimento sustentável e continuado”.
(…)
Leia também o que escreveu Fernando Brito, no
Tijolaço:
Até que enfim alguém fala grosso com os banqueiros.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu a resposta merecida, quando foram exigir benefícios fiscais para fazer o que têm tudo para fazer sem isso: baixar os juros.
“O presidente (da Federação dos
Bancos) Murillo Portugal esteve aqui outro dia, e em vez de trazer
soluções, veio fazer cobrança”, disse Mantega. “”O Brasil hoje é o país
que pratica o maior spread do mundo e isso não se justifica.”
Spread, como se sabe, é a
diferença entre o custo de captação do dinheiro pelos bancos (hoje, no
máximo, 9,75% ao ano, o valor da taxa Selic) e o valor dos juros
cobrados para emprestá-lo, que nunca é inferior ao quádruplo desta taxa e
não raro chega a ser dez e até 20 vezes maior.
A Folha publica hoje as taxas que cobram os bancos particulares e as que passaram a cobrar os bancos públicos.
A diferença é escandalosa, como você vê na ilustração.
Em 12 anos, lucraram aqui 463%,
contra “apenas” 308% dos bancos dos EUA. Que, por sinal, nem sequer
durante a crise de 2008, com dinheiro público sendo injetado a rodo em
seus caixas, nunca tiveram um resultado negativo.
E ainda assim dificultam o quanto podem o crédito.
Afinal, não é isso (ou deveria ser) a concorrência?
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