Uma boa notícia a defenestração de Vaccarezza
Sendo o Partido dos Trabalhadores a principal força política do país, legenda em que está filiada a presidente eleita da República, o que se passa em sua vida interna rebate indispensavelmente no conjunto da vida política do país. Muitas vezes para o bem, outras tantas para o mal. É questão objetiva que interessa às demais forças políticas do País, mormente as aliadas.
Por José Reinaldo Carvalho*
A decisão tomada na noite desta terça-feira (14) de afastar a candidatura do deputado Cândido Vaccarezza à Presidência da Câmara dos Deputados e substitui-la pela do deputado Marcos Maia, é uma boa notícia. Diria até alvissareira.
Vaccarezza supunha que gozava de muito poder interno, apostou exclusivamente nisso, entenda-se na força, mas o resultado das duas tumultuadas reuniões do PT nesta terça-feira revelou o seu muito pouco prestígio no movimento de massas e entre os seus pares que no partido ainda podem ostentar com elevado grau de coerência e autenticidade a condição de militantes de esquerda. Ficou claro que o PT é um partido em disputa entre forças que foram muito além em compromissos distantes anos-luz dos que justificam perfilar o PT entre as forças transformadoras do País e uma esquerda autêntica, engajada no propósito de fazer o Brasil avançar no caminho das reformas estruturais.
O deputado de origem baiana eleito por São Paulo sofreu fragorosa derrota e foi constrangido a desistir da disputa porque perderia feio nos votos. Seria massacrado, sem alcançar sequer um terço dos sufrágios dos novos deputados petistas. As correntes Mensagem e Articulação de Esquerda, unidas, tornaram vencedor o deputado gaúcho Marcos Maia, operário de origem, militante sindical, homem de política ampla, da unidade da esquerda e ideologia orientada pelos interesses da classe trabalhadora. Para falar na saborosa linguagem futebolística com que se expressa o companheiro Lula, diríamos que o Tite deu um nó tático no Carpegiani, só para lembrar o último clássico em que o Corínthians manteve um longo tabu de 11 jogos de irrefreáveis vitórias sobre o São Paulo.
O resultado da reunião da bancada petista é uma boa notícia por diversos aspectos. Em primeiro lugar porque elimina da batalha pela Presidência da Câmara o candidato que prometia atropelar a Casa em favor do ajuste fiscal, da desoneração da folha de pagamentos, da reforma retrógrada da Previdência e da manutenção do status quo na relação da mídia golpista com a sociedade e o governo.
Convenhamos. Seria terrível para o processo de acumulação progressista de forças uma dobradinha Palocci-Vaccarezza a defender e fazer aprovar, um no Executivo, outro na Câmara e tendo na rebarba Sarney no Senado, as medidas que melhor conviessem ao capital financeiro, à burguesia monopolista, aos latifundiários do grande negócio agro-exportador e aos donos dos meios de comunicação.
A defenestração de Vaccarezza foi benéfica também por demonstrar que a tendência Construindo um Novo Brasil, majoritária no PT, não pode tudo e não manda em todos. Não faria bem à companheira Dilma debutar na Presidência da República como refém de um hermético grupo especializado em monopolizar máquinas de poder.
Por fim, permanece a esperança. Dilma Rousseff chefiará a partir de 1º de janeiro de 2011 o terceiro governo progressista do Brasil. Será também o terceiro governo em disputa. Para ter êxito terá que unir amplas forças que vão muito mais além da aliança centrista entre o PT e o PMDB. As duas maiores legendas da base de sustentação de Dilma e do País têm papel a desempenhar na governabilidade, desde que não atuem como freio às mudanças e aos avanços. Se assim fosse, não seriam forças em luta pelo êxito do governo, mas do seu fracasso. Nunca é demais repisar: O êxito do governo de Dilma Rousseff consiste em levar adiante o processo de transformações políticas, econômicas e sociais.
Na campanha eleitoral Dilma não disse que “avançar é continuar, continuar e continuar”, mas que continuar o processo inaugurado em 2002 com a primeira eleição de Lula significa “avançar, avançar e avançar”.
Certamente as tendências Mensagem e Articulação de Esquerda, vencedoras no embate da indicação do candidato à Presidência da Câmara o compreendem bem e farão gestos à esquerda. Para que o governo Dilma comece bem, com um vigoroso impulso transformador.
*Editor do Vermelho
Vaccarezza supunha que gozava de muito poder interno, apostou exclusivamente nisso, entenda-se na força, mas o resultado das duas tumultuadas reuniões do PT nesta terça-feira revelou o seu muito pouco prestígio no movimento de massas e entre os seus pares que no partido ainda podem ostentar com elevado grau de coerência e autenticidade a condição de militantes de esquerda. Ficou claro que o PT é um partido em disputa entre forças que foram muito além em compromissos distantes anos-luz dos que justificam perfilar o PT entre as forças transformadoras do País e uma esquerda autêntica, engajada no propósito de fazer o Brasil avançar no caminho das reformas estruturais.
O deputado de origem baiana eleito por São Paulo sofreu fragorosa derrota e foi constrangido a desistir da disputa porque perderia feio nos votos. Seria massacrado, sem alcançar sequer um terço dos sufrágios dos novos deputados petistas. As correntes Mensagem e Articulação de Esquerda, unidas, tornaram vencedor o deputado gaúcho Marcos Maia, operário de origem, militante sindical, homem de política ampla, da unidade da esquerda e ideologia orientada pelos interesses da classe trabalhadora. Para falar na saborosa linguagem futebolística com que se expressa o companheiro Lula, diríamos que o Tite deu um nó tático no Carpegiani, só para lembrar o último clássico em que o Corínthians manteve um longo tabu de 11 jogos de irrefreáveis vitórias sobre o São Paulo.
O resultado da reunião da bancada petista é uma boa notícia por diversos aspectos. Em primeiro lugar porque elimina da batalha pela Presidência da Câmara o candidato que prometia atropelar a Casa em favor do ajuste fiscal, da desoneração da folha de pagamentos, da reforma retrógrada da Previdência e da manutenção do status quo na relação da mídia golpista com a sociedade e o governo.
Convenhamos. Seria terrível para o processo de acumulação progressista de forças uma dobradinha Palocci-Vaccarezza a defender e fazer aprovar, um no Executivo, outro na Câmara e tendo na rebarba Sarney no Senado, as medidas que melhor conviessem ao capital financeiro, à burguesia monopolista, aos latifundiários do grande negócio agro-exportador e aos donos dos meios de comunicação.
A defenestração de Vaccarezza foi benéfica também por demonstrar que a tendência Construindo um Novo Brasil, majoritária no PT, não pode tudo e não manda em todos. Não faria bem à companheira Dilma debutar na Presidência da República como refém de um hermético grupo especializado em monopolizar máquinas de poder.
Por fim, permanece a esperança. Dilma Rousseff chefiará a partir de 1º de janeiro de 2011 o terceiro governo progressista do Brasil. Será também o terceiro governo em disputa. Para ter êxito terá que unir amplas forças que vão muito mais além da aliança centrista entre o PT e o PMDB. As duas maiores legendas da base de sustentação de Dilma e do País têm papel a desempenhar na governabilidade, desde que não atuem como freio às mudanças e aos avanços. Se assim fosse, não seriam forças em luta pelo êxito do governo, mas do seu fracasso. Nunca é demais repisar: O êxito do governo de Dilma Rousseff consiste em levar adiante o processo de transformações políticas, econômicas e sociais.
Na campanha eleitoral Dilma não disse que “avançar é continuar, continuar e continuar”, mas que continuar o processo inaugurado em 2002 com a primeira eleição de Lula significa “avançar, avançar e avançar”.
Certamente as tendências Mensagem e Articulação de Esquerda, vencedoras no embate da indicação do candidato à Presidência da Câmara o compreendem bem e farão gestos à esquerda. Para que o governo Dilma comece bem, com um vigoroso impulso transformador.
*Editor do Vermelho
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