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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Gurgel recusa falar na CPI sobre demotucanos, mas falou ao Brasil inteiro no JN contra petistas

O Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, tem esclarecimentos a prestar a nação, e precisa fazê-lo com transparência.

Perguntas que o PGR precisa responder:


1) Sua mulher é sua subordinada imediata, coisa que só agora ficamos sabendo. Obviamente, deve ser concursada. Mas quais são os fundamentos legais, neste caso, que afastam a relação de nepotismo?


2) Em 15 de setembro de 2009, o PGR recebeu o relatório da Polícia Federal da Operação Vegas que pedia investigação sobre o senador Demóstenes Torres, o deputado Antonio Carlos Leréia, e outros parlamentares. O PGR designou sua mulher, subprocuradora, para apreciar o caso. Qual a razão da escolha, entre tantos outros subprocuradores?


3) A subprocuradora citada, respondeu ao delegado encarregado, um mês depois, que não havia elementos que fundamentassem um pedido de investigação ao STF. O PGR tomou esta decisão em conjunto, na época? Hoje, esta decisão lhe pareceu acertada? Se a decisão não foi a mais acertada de sua mulher, o PGR não se considera impedido para tratar deste caso, já que tem inequívoco conflito de interesse por laço  familiar?


4) O PGR fala em "estratégia de investigação" que levou depois à Operação Monte Carlo, porém, pelo que já veio ao conhecimento público, parece que a Operação Vegas encerrou suas diligências em 2009, sem outra providência, e a Monte Carlo só iniciou em fins de 2010, e não parece ter sido provocada pelo PGR.


Todo o ano eleitoral de 2010, onde Carlinhos Cachoeira provavelmente despontaria como caixa de campanha com dinheiro de empreiteira e jogos, ficou sem investigação. Não cabe esclarecer que  "estratégia de investigação"  foi esta?


5) Tal estratégia, ocultando da população quem era o verdadeiro Demóstenes Torres, levou os eleitores de Goiás a elegerem-no senador, como se fosse um bastião da ética. Sabe-se lá como esta campanha foi financiada, sabendo-se do modus operandi de Carlinhos Cachoeira. A "estratégia de investigação" justificava essa omissão de informação ao povo goiano?


6) Uma das coisas que incomodaram parlamentares da chamada base governista, foi a sensação de haver "dois pesos, e duas medidas" pelo PGR, ao abrir inquéritos rapidamente contra políticos "governistas", e abrir muito lentamente contra políticos de oposição. Como agravante, o PGR, que se recusa a falar em sala fechada de uma CPI sobre demotucanos, falou ao Brasil inteiro no JN como se fosse um líder da oposição, atacando com acusações de natureza política quem o critica de forma fundamentada. Diante desse comportamento que carrega todos os indícios de estar influenciado por simpatias e afinidades partidárias (consciente ou não), não cabe esclarecimentos com transparência para afastar estas dúvidas?


Pois são estas respostas que a nação brasileira espera do Procurador-Geral da República, e os parlamentares cumprem seu dever de representar seu povo que os elegeu, fazendo estas perguntas por nós, do povo, na CPI.


Qual não é a surpresa, quando, ao se ver questionado, o PGR não responde estas perguntas, e desvia a resposta para o assunto "mensalão", como se fosse um parlamentar de oposição batendo boca em plenário.

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