Imagine se Demóstenes fosse ministro da Dilma
Com seis dias de atraso, o Jornal Nacional da TV Globo, resolveu publicar, na noite de terça-feira, a notícia das relações do líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres, com Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo por supostamente chefiar uma quadrilha de exploração de jogos ilícitos.
Mesmo assim, como de outras vezes, o telejornal mostrou ter duas caras. Quando a notícia é contra alguém do atual governo federal, a matéria parece um inquérito da inquisição, apontando o dedo e condenando, independente de provas. Quando é contra um Senador de um partido alinhado com a emissora, a edição da notícia absolve, como fez com Demóstenes.
Imagine se um ministro do governo Dilma fosse gravado pela Polícia Federal com autorização da justiça, em conversas telefônicas, falando quase 300 vezes com Carlinhos Cachoeira num período de sete meses. Pois Demóstenes é quem foi gravado com essas centenas de telefonemas. São quase duas ligações por dia (considerando apenas os dias úteis). Só pais, filhos, namorados ligam tanto assim, a não ser que sejam ligações comerciais, aí quanto maior o volume de negócios entre as partes, mais há telefonemas.
Demóstenes tem muito a explicar (se é que tem jeito), e a TV Globo não fez o básico do jornalismo, que é que buscar minimamente essas explicações, A emissora deu espaço apenas a trechos do discurso do próprio Senador na tribuna, sem perguntas incômodas.
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