Nesse momento não é apenas a música sertaneja que está de luto
Alguns anos atrás, ainda no Estado do Paraná, subi ao palco para apresentar Tonico e Tinoco.
Era jovem e muito mais ligado as composições e ritmos da atualidade, nem por isso, deixei de ficar encantado por aquelas figuras emblemáticas.
Meu estilo de vestir-se, na época, impecável, com sapatos lustrosos, calça alinhada, camisa de manga, blazer e gravata. Isso sem falar no gel que “espetava” meus cabelos. Vi-me como a antítese da simplicidade.
Tonico e Tinoco chegaram com suas violas e suavemente criaram uma sinergia com os espectadores. O som da viola fazia o sangue fluir e o coração em êxtase permitia vislumbrar no semblante de cada pessoa uma alegria primordial.
Passados alguns anos, a dupla sofreu a perda de Tonico e a generosidade de Deus, permitiu que Tinoco continuasse mais tempo entre nós, como um elo inquebrável entre a música sertaneja raiz e as variações que o estilo musical vem sofrendo.
Nesse momento não é apenas a música sertaneja que está de luto, mas todos aqueles que tem a exata noção do que representou essa dupla para a cultura musical brasileira.
Estamos todos órfãos. Junto a toda essa tristeza pela perda, surgem as inquietações.
Nossos maiores nomes de compositores, seja do sertanejo ao popular, têm pouco se remoçado e, talvez, por isso, a música comercial e descompromissada é vendida como qualquer mercadoria, sem o mínimo de pudor e respeito às raízes. Deixam-nos sem a magia de contagiar corações, fazer esquecer as tristezas e transmitir-nos algo de bom, capaz de nos transformar para melhores.
Vai fazer falta ouvir o som da viola. Imenso vácuo na música sertaneja. Perda de uma pessoa que me fez rever conceitos e me tornar um pouco melhor.
Vai Tonico, ficamos nós, mortais, a ouvir tantas canções que nos foram legadas.
Desejamos que teu nome e tua história sejam capazes de inspirar a música sertaneja e a cultura nacional como farol que conduz as naus ao porto seguro.
Não nos deixais perder o rumo.
Marco Antonio Veiga
Era jovem e muito mais ligado as composições e ritmos da atualidade, nem por isso, deixei de ficar encantado por aquelas figuras emblemáticas.
Meu estilo de vestir-se, na época, impecável, com sapatos lustrosos, calça alinhada, camisa de manga, blazer e gravata. Isso sem falar no gel que “espetava” meus cabelos. Vi-me como a antítese da simplicidade.
Tonico e Tinoco chegaram com suas violas e suavemente criaram uma sinergia com os espectadores. O som da viola fazia o sangue fluir e o coração em êxtase permitia vislumbrar no semblante de cada pessoa uma alegria primordial.
Passados alguns anos, a dupla sofreu a perda de Tonico e a generosidade de Deus, permitiu que Tinoco continuasse mais tempo entre nós, como um elo inquebrável entre a música sertaneja raiz e as variações que o estilo musical vem sofrendo.
Nesse momento não é apenas a música sertaneja que está de luto, mas todos aqueles que tem a exata noção do que representou essa dupla para a cultura musical brasileira.
Estamos todos órfãos. Junto a toda essa tristeza pela perda, surgem as inquietações.
Nossos maiores nomes de compositores, seja do sertanejo ao popular, têm pouco se remoçado e, talvez, por isso, a música comercial e descompromissada é vendida como qualquer mercadoria, sem o mínimo de pudor e respeito às raízes. Deixam-nos sem a magia de contagiar corações, fazer esquecer as tristezas e transmitir-nos algo de bom, capaz de nos transformar para melhores.
Vai fazer falta ouvir o som da viola. Imenso vácuo na música sertaneja. Perda de uma pessoa que me fez rever conceitos e me tornar um pouco melhor.
Vai Tonico, ficamos nós, mortais, a ouvir tantas canções que nos foram legadas.
Desejamos que teu nome e tua história sejam capazes de inspirar a música sertaneja e a cultura nacional como farol que conduz as naus ao porto seguro.
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