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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Para comunistas, eleição de Hollande abre nova esperança


O secretário national do Partido Comunista Francês, Pierre Laurent, emitiu na noite deste domingo (06) uma declaração manifestando o entusiasmo com que os comunistas franceses receberam o anúncio da vitória de François Holande na eleição presidencial. Sob o título "Uma vitória que abre uma nova esperança na França e na Europa", o líder do PCF aponta também as perspectivas que se abrem na luta das forças propgressistas e de esquerda francesas.


Ao eleger neste domingo (6) François Hollande presidente da República, o povo da França se livrou de um poder que o menosprezou e agrediu durante cinco anos. Quero falar da alegria dos comunistas que combateram sem descanso Nicolas Sarkozy e sua política e que fizeram todos os seus esforços por esta vitória.

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Quero felicitar François Hollande por sua eleição. As mulheres e os homens que se aglutinaram em torno de sua candidatura para infligir a Nicolas Sarkozy a derrota que ele merecia abriram uma nova esperança na França e na Europa.


Quero agradecer aos milhões de eleitoras e eleitores da Frente de Esquerda que deram uma contribuição decisiva para esse resultado. Sem a campanha mobilizadora feita pelo Partido Comunista Francês e seus aliados da Frente de Esquerda com seu candidato comum, Jean-Luc Mélenchon, sem as proposições de nosso programa, O Ser Humano em primeiro lugar, sem nosso compromiosso determinado entre os dois turnos, a vitória não teria sido possível. Ela abre um novo capítulo para nosso país.

François Hollande é o primeiro presidente eleito pelas eleitoras e os eleitores de esquerda desde há 24 anos.

Era indispensável pôr termo a uma presidência a serviço dos privilegiados, que tomava sistematicamente por alvo o mundo do trabalho, seus direitos sociais e democráticos, as liberdades democráticas.

Era indispensável que o coautor, com Angela Merkel, do tratado europeu que promete austeridade perpétua aos povos e plenos poderes para o capitalismo financeiro, fosse desautorizado por seu próprio povo.

A todos os povos da Europa que esperavam este sinal da França, eu digo: unidos, é possível fazer recuar a ditadura financeira que nos ameaça a todos; unidos, podemos relançar o combate por uma Europa democrática, uma Europa de justiça social, de desenvolvimento solidário e ecológico.

Sim, neste 6 de maio de 2012, nós vencemos uma primeira batalha capital. Um presidente de esquerda ocupa o Palácio dos Campos Elíseos. A esquerda deve sem tardar responder às urgências sociais que não esperam. Medidas imediatas para os salários, para recuperar o poder de compra, para a luta contra o desemprego e a renegociação de um tratado europeu devem ser tomadas.

Abre-se ao mesmo tempo uma nova batalha, a das eleições legislativas da qual agora vai depender a possibilidade de manter bem aberta a porta para a mudança.

É necessário agora eleger à Assembleia Nacional uma maioria de esquerda que esteja à altura da situação e para isso conte em seu seio com deputados prontos para votar as leis sociais e democráticas sem as quais a mudança será nada.

É necessário um grande número de deputados que não hesitem sequer por um segundo em revogar as leis celeradas do quinquênio de Sarkozy e dos dez anos da direita no poder.

É necessário um grande número de deputados para retomar o poder que se encontra nas mãos do setor bancário e financeiro, para fazer funcionar um polo público da banca e do crédito.

É necessário um grande número de deputados favoráveis à recuperação significativa do salário mínimo, dos salários, decididos a promover a volta da aposentadoria aos 60 anos com remuneração plena para todos, a proibir as demissões injustificadas, a relançar o emprego industrial e os serviços públicos.

É necessário um grande número de deputados que tenham coragem de submeter ao voto os novos direitos para os assalariados tanto do setor público como do privado, para os trabalhadores independentes com futuro precário, para os jovens que merecem melhor que o aprendizado ao longo da vida, para as mulheres cujos salários estão amplamente aquém dos de seus colegas masculinos.

As ameaças da direita e da extrema-direita para impedir essas mudanças não morreram com a derrota de Nicolas Sarkozy. Os seus candidatos às eleições devem ser em toda a parte derrotados, é necessário barrar o caminho de entrada da Frente Nacional à Assembleia. Por toda a parte em que ela teve essa possibilidade na Europa, a extrema-direita agravou os retrocessos sociais. Não será assim na França, o PCF e seus aliados da Frente de Esquerda se comprometem com isso.

Esta noite, apelo aos candidatos e às candidatas da Frente de Esquerda às eleições legislativas a reiniciarem por toda a parte o combate para reunir em torno desses objetivos o conjunto das eleitoras e eleitores que permitiram a vitória na eleição presidencial.

Apelo ao conjunto dessas eleitoras e eleitores a garantir a mudança, a pôr os candidatos da Frente de Esquerda à frente da esquerda no máximo de circunscrições eleitorais no dia 10 de junho e a eleger em seguida o maior número possível no segundo turno, em 17 de junho próximo.

Fonte : PCF
Tradução de José Reinaldo Carvalho, editor do Vermelho


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