O deputado Tiririca, bandidos, palhaços e peruas
Se o problema do Brasil ou do nosso Congresso fosse o Tiririca, estaríamos no melhor dos mundos
Alipio Freire
Não votei no deputado Federal eleito Tiririca.
Dificilmente votaria no candidato a deputado Federal Tiririca.
Alipio Freire é jornalista e escritor
Alipio Freire
Não votei no deputado Federal eleito Tiririca.
Dificilmente votaria no candidato a deputado Federal Tiririca.
E isto, não por qualquer preconceito contra sua pouca alfabetização, ou outro mote elitista de mesma matriz dos argumentos que sempre foram assacados pelo
establishment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde sua primeira candidatura, em 1982, ao Governo do Estado de São Paulo.
No entanto defendo e defenderei até o fim, com toda convicção (que extrapola qualquer interesse imediatista e eleitoreiro e menos ainda o pessoal), o seu direito de ser diplomado e cumprir seu mandato de quatro anos: depois de ter sua candidatura e documentação reconhecidas e aprovadas pela Justiça Eleitoral, o deputado Tiririca
foi escolhido para exercer na Câmara Federal a representação de 1 353 820 cidadã/os, ou seja, 6,35% do colégio eleitoral que compareceu às urnas no último domingo, 3 de outubro.
Se o problema do Brasil ou do nosso Congresso fosse o Tiririca, estaríamos no melhor dos mundos.
Ao contrário: o maior e pior dos problemas do nosso país e da nossa República se origina exatamente no desrespeito contumaz das regras do jogo que supostamente regem a nossa convivência social, levado a cabo por aqueles que hoje tentam impugnar a eleição do novo deputado. O pior dos problemas do nosso país são os golpistas de sempre, que ora se apóiam nas armas e no terror de Estado – como em 1964 e durante 25 anos de ditadura; ora querem transformar a política em uma questão a ser
resolvida por juízes. Ou seja, transformar a luta de classes numa questão de polícia sem mediações, ou transformar a luta de classes numa questão de polícia com a
mediação dos tribunais. De preferência, combinarão sempre estas duas alternativas – como já o fazem.
Numa República onde o senhor Opus-Dei-Geraldo Alkmin é eleito prefeito de São Paulo com quase 12 milhões de votos... onde uma figura lamentável como a senhora Marina Silva decide levar as eleições para o segundo turno, e agora posa de herdeira da espada de Dâmocles que deixa suspensa sobre as cabeças de 190 milhões de pessoas... onde essa mesma senhora se traveste de Minerva quando, na verdade, juntamente com seu novo partido, apenas barganha nos bastidores alguma sinecura para os próximos quatro anos: quem der mais, leva... onde o aborto vira a questão central para grande parte dos eleitores orientados por pastores da pior categoria (das diversas confissões cristãs), verdadeiros agentes de turismo nos Jardins do Éden, aos quais seus seguidores confiam seus parcos rendimentos, seus votos, seus direitos, suas condições de cidadãos e até mesmo o que não têm (como almas), para se tornarem verdadeiros “cães-sem-plumas”... que um bandidinho com ares de um Carlos Lacerda sem talento, emergente e arrivista, herdeiro de um pasquim de última categoria e de uma fortuna amealhada com o empréstimo de viaturas para "desovar" os corpos de camaradas assassinados, ou para levá-los para as torturas em centros clandestinos, resolve pedir a documentação da vida de militante da candidata à Presidência, para tentar ganhar as eleições descaradamente no “tapetão” ... República cujo Congresso (sem a menor homofobia) já serviu de arena para todo tipo de veadagem e desatino do finado Clodovil Hernandez.... que tem uma figura nociva e desqualificada como o senhor José Serra como candidato à Presidência, pedindo aos militares um novo golpe com o mesmo discurso de "república sindical" e outras baixarias já usadas para desfechar o golpe de 64... onde a maioria dos partidos nanicos que dizem estar à esquerda do espectro político se omite frente a todo o golpismo, apenas para ganhar um ou dois votos a mais... num país onde o Congresso foi comprado a peso de ouro, pago pelo dinheiro público, para permitir um segundo mandato do muitas vezes "doutor honoris causa" que leva o nome de Fernando Henrique Cardoso e o apodo irônico de Príncipe dos Sociólogos... onde as PMs dos sucessivos governos dem-tucanos assassinam e massacram diuturna e impunemente milhares de cidadã/os a serviço e/ou em parceria com o crime organizado – com destaque para São Paulo e o Rio Grande do Sul... onde um importante Estado como o Rio Grande do Sul ficou durante quatro anos sob a ditadura dos tacões altos de Madame Crusius... onde peruas, deslumbradas e desocupadas ora estão “com medo” e ora se sentem “cansadas” – sempre exaustas mas jamais satisfeitas... onde a cônjuge do senhor Roriz, Lady Weslian Roriz, disputa o segundo turno do Distrito Federal... República que tem em seu parlamento, fascistas e provocadores, defensores da pena de morte e das torturas da envergadura do senhor Jair Bolsonaro, ou enrustidos como o doutor Romeu Tuma... onde as múmias do clube do pijama e do clube militar continuam a conspirar juntamente com os lambe-botas dos jornalões... onde o Congresso sempre teseve infestado de Bornhausen, ACM, Rita Camata, Kátia Abreu, Fernando Gabeira, Tasso Jereissati, Jarbas Passarinho, coronéis e tantos outros Incitatus – muitos dos quais conhecidos como contumazes assassinos de opositores, concorrentes, adversários e, sobretudo, de trabalhadores... Congresso que, antes desses rol de fenômenos, já foi o abrigo dos Auro de Moura Andrade, Carlos Lacerda... uma República que tem em sua corte suprema de justiça figuras da envergadura do doutor Gilmar Mendes, e que por este já foi presidida... República que teve como presidente o já citado doutor FHC, e como vice o doutor Marco Maciel... etc. etc. etc.
Frente a todo esse desfile de horrores, que perigo ou mal existe no Tiririca, ou mesmo na mutante Monga - a Mulher-Macaco, caso houvesse sido candidata e eleita,
comporem o Congresso Nacional?
Nenhum. Nenhum além dos 1 353 820 de votos que ajudou a eleger vários outros parlamentares do bloco de alianças da candidata Dilma Rousseff.
Obviamente não concordo que figuras como o Tiririca ou quaisquer outras transformem o nosso Congresso em picadeiro.
O problema é que o nosso Congresso já é um circo de horrores, um daqueles caminhões de fenômenos que circulavam pelo interior do país, com galinhas de quatro patas, emas de dois pescoços, bodes de duas cabeças, fetos humanos (e de outros animais) de gêmeos siameses, e tantas outras atrações do mesmo naipe.
Quem assistiu a performance de Lady Weslian Roriz durante o debate na TV, entende muito bem do que estou falando:
Tiririca não pode.
Mas Tiririca com banho de butique pode.
establishment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde sua primeira candidatura, em 1982, ao Governo do Estado de São Paulo.
No entanto defendo e defenderei até o fim, com toda convicção (que extrapola qualquer interesse imediatista e eleitoreiro e menos ainda o pessoal), o seu direito de ser diplomado e cumprir seu mandato de quatro anos: depois de ter sua candidatura e documentação reconhecidas e aprovadas pela Justiça Eleitoral, o deputado Tiririca
foi escolhido para exercer na Câmara Federal a representação de 1 353 820 cidadã/os, ou seja, 6,35% do colégio eleitoral que compareceu às urnas no último domingo, 3 de outubro.
Se o problema do Brasil ou do nosso Congresso fosse o Tiririca, estaríamos no melhor dos mundos.
Ao contrário: o maior e pior dos problemas do nosso país e da nossa República se origina exatamente no desrespeito contumaz das regras do jogo que supostamente regem a nossa convivência social, levado a cabo por aqueles que hoje tentam impugnar a eleição do novo deputado. O pior dos problemas do nosso país são os golpistas de sempre, que ora se apóiam nas armas e no terror de Estado – como em 1964 e durante 25 anos de ditadura; ora querem transformar a política em uma questão a ser
resolvida por juízes. Ou seja, transformar a luta de classes numa questão de polícia sem mediações, ou transformar a luta de classes numa questão de polícia com a
mediação dos tribunais. De preferência, combinarão sempre estas duas alternativas – como já o fazem.
Numa República onde o senhor Opus-Dei-Geraldo Alkmin é eleito prefeito de São Paulo com quase 12 milhões de votos... onde uma figura lamentável como a senhora Marina Silva decide levar as eleições para o segundo turno, e agora posa de herdeira da espada de Dâmocles que deixa suspensa sobre as cabeças de 190 milhões de pessoas... onde essa mesma senhora se traveste de Minerva quando, na verdade, juntamente com seu novo partido, apenas barganha nos bastidores alguma sinecura para os próximos quatro anos: quem der mais, leva... onde o aborto vira a questão central para grande parte dos eleitores orientados por pastores da pior categoria (das diversas confissões cristãs), verdadeiros agentes de turismo nos Jardins do Éden, aos quais seus seguidores confiam seus parcos rendimentos, seus votos, seus direitos, suas condições de cidadãos e até mesmo o que não têm (como almas), para se tornarem verdadeiros “cães-sem-plumas”... que um bandidinho com ares de um Carlos Lacerda sem talento, emergente e arrivista, herdeiro de um pasquim de última categoria e de uma fortuna amealhada com o empréstimo de viaturas para "desovar" os corpos de camaradas assassinados, ou para levá-los para as torturas em centros clandestinos, resolve pedir a documentação da vida de militante da candidata à Presidência, para tentar ganhar as eleições descaradamente no “tapetão” ... República cujo Congresso (sem a menor homofobia) já serviu de arena para todo tipo de veadagem e desatino do finado Clodovil Hernandez.... que tem uma figura nociva e desqualificada como o senhor José Serra como candidato à Presidência, pedindo aos militares um novo golpe com o mesmo discurso de "república sindical" e outras baixarias já usadas para desfechar o golpe de 64... onde a maioria dos partidos nanicos que dizem estar à esquerda do espectro político se omite frente a todo o golpismo, apenas para ganhar um ou dois votos a mais... num país onde o Congresso foi comprado a peso de ouro, pago pelo dinheiro público, para permitir um segundo mandato do muitas vezes "doutor honoris causa" que leva o nome de Fernando Henrique Cardoso e o apodo irônico de Príncipe dos Sociólogos... onde as PMs dos sucessivos governos dem-tucanos assassinam e massacram diuturna e impunemente milhares de cidadã/os a serviço e/ou em parceria com o crime organizado – com destaque para São Paulo e o Rio Grande do Sul... onde um importante Estado como o Rio Grande do Sul ficou durante quatro anos sob a ditadura dos tacões altos de Madame Crusius... onde peruas, deslumbradas e desocupadas ora estão “com medo” e ora se sentem “cansadas” – sempre exaustas mas jamais satisfeitas... onde a cônjuge do senhor Roriz, Lady Weslian Roriz, disputa o segundo turno do Distrito Federal... República que tem em seu parlamento, fascistas e provocadores, defensores da pena de morte e das torturas da envergadura do senhor Jair Bolsonaro, ou enrustidos como o doutor Romeu Tuma... onde as múmias do clube do pijama e do clube militar continuam a conspirar juntamente com os lambe-botas dos jornalões... onde o Congresso sempre teseve infestado de Bornhausen, ACM, Rita Camata, Kátia Abreu, Fernando Gabeira, Tasso Jereissati, Jarbas Passarinho, coronéis e tantos outros Incitatus – muitos dos quais conhecidos como contumazes assassinos de opositores, concorrentes, adversários e, sobretudo, de trabalhadores... Congresso que, antes desses rol de fenômenos, já foi o abrigo dos Auro de Moura Andrade, Carlos Lacerda... uma República que tem em sua corte suprema de justiça figuras da envergadura do doutor Gilmar Mendes, e que por este já foi presidida... República que teve como presidente o já citado doutor FHC, e como vice o doutor Marco Maciel... etc. etc. etc.
Frente a todo esse desfile de horrores, que perigo ou mal existe no Tiririca, ou mesmo na mutante Monga - a Mulher-Macaco, caso houvesse sido candidata e eleita,
comporem o Congresso Nacional?
Nenhum. Nenhum além dos 1 353 820 de votos que ajudou a eleger vários outros parlamentares do bloco de alianças da candidata Dilma Rousseff.
Obviamente não concordo que figuras como o Tiririca ou quaisquer outras transformem o nosso Congresso em picadeiro.
O problema é que o nosso Congresso já é um circo de horrores, um daqueles caminhões de fenômenos que circulavam pelo interior do país, com galinhas de quatro patas, emas de dois pescoços, bodes de duas cabeças, fetos humanos (e de outros animais) de gêmeos siameses, e tantas outras atrações do mesmo naipe.
Quem assistiu a performance de Lady Weslian Roriz durante o debate na TV, entende muito bem do que estou falando:
Tiririca não pode.
Mas Tiririca com banho de butique pode.
Alipio Freire é jornalista e escritor
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