O que Lula faria se Ali Kamel
manipulasse o debate
Trata-se da edição do jornal nacional na véspera da eleição do segundo turno com o debate entre Collor e Lula.
Roberto Marinho mandou editar tudo o que Collor fez de bom e tudo o que Lula fez de mau.
A seguir, entrou um editorial lido por Alexandre Maluf Garcia que associava a vitória de Collor aos mais elevados princípios da Democracia.
Livros de jornalismo pelas faculdades do mundo afora tratam desse episódio com espanto e horror.
Vamos supor que esta seja uma das últimas balas de prata do Serra e do Ali Kamel.
Ou, o que dá no mesmo, do Ali Kamel e do Serra.
Ali Kamel, o mais poderoso e obstinado jornalista que a Rede Globo já teve, é especialista em levar eleições para o segundo turno.
Uma edição do jornal nacional que ignorou a tragédia da Gol levou para o segundo turno a eleição de 2006.
O Conversa Afiada tem dito que o importante não é o debate mas, a edição do debate.
Vamos supor que a Globo resolva reeditar amanhã o debate entre Collor e Lula: tudo de bom do Serra e tudo de mau da Dilma.
Trata-se de uma suposição.
O que o Lula poderia fazer ?
O Lula poderia convocar uma rede de rádio e televisão na sexta à noite e no sábado e desmascarar o Kamel e a Globo.
Ao contrário de 89, na eleição de Lula e Collor, hoje tem Internet.
Hoje tem blog sujo.
Hoje tem Twitter.
E o debate, numa versão fidedigna, com uma edição equilibrada, estará no ar poucos minutos depois de encerrar-se e nessa entrada em rede nacional o Lula poderia exibir o debate de uma forma levemente diferente daquela que a Globo exibisse.
Este Conversa Afiada gostaria muito que isso acontecesse.
Este final melancólico de campanha permitiu que se afundassem nas límpidas águas do Tietê, uns enrolados nas tripas dos outros, como sugeria Voltaire, Serra, Dantas e Gilmar.
Se a Globo ousar fazer da edição do debate um novo exemplo de manipulação o Lula, por suposição, poderia enrolar as tripas do Ali Kamel nas tripas dos filhos do Roberto Marinho e jogar nas águas limpas do Rio Pinheiros.
Seria o glorioso funeral de um Brasil morto e provisoriamente insepulto.
Paulo Henrique Amorim
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