Uma eleição movida a pesquisas
Qualquer que seja o resultado que apresentem, acho que, após as eleições, o pensamento democrático deste país terá de refletir seriamente sobre o que está acontecendo com as pesquisas eleitorais.
Chegamos ao paradoxo de termos, praticamente, uma pesquisa diária.
Amanhã deve sair a pesquisa Vox Populi/IG, encerrada hoje (protocolo 37059/2010 no TSE); terça-feira, o Datafolha/Folha/Globo (37404/2010); quarta, a CNT/Sensus (37609/2010) ; quinta, o Ibope/Globo/Estadão(37517/2010 e e daí para sexta, de novo, o Datafolha (37721/2010 ) e o Ibope, na sexta (37596/2010). Isso sem contar a GPP/Indio, a que me referi anteriormente.
Cada pesquisa destas custa em torno de R$ 200 mil, exceto a Sensus, que sai por R$ 100 mil. Por aí você vê o volume de recursos que se movimenta nestes levantamentos de opinião. É jogo pesado, totalmente nas mãos da grande imprensa.
Não se trata de proibir ou censurar pesquisas, mas é estranho que, ao menos do que eu acompanho de noticiário, não me lembro de ver tantas pesquisas, com tanta frequência, em qualquer país democrático, nem mesmo os Estados Unidos.
A democracia brasilieira terá de encontrar meios de disciplinar e tornar mais transparentes as pesquisas eleitorais, sob pena de além de fazer com que o debate eleitoral se empobreça ao “subiu um, desceu dois pontos” das pesquisas de opinião.
Controladas, é claro, por um pequeno número de empresas e um número menor ainda de veículos de comunicação.
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