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terça-feira, 3 de maio de 2011

Altamiro Borges: Osama Bin Laden, uma invenção dos EUA

Na madrugada desta segunda-feira, o presidente dos EUA anunciou, em tom eufórico, a morte de Osama Bin Laden, líder da rede Al Qaeda, acusada de ser a responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. “Digo às famílias que perderam seus parentes que a justiça foi feita”, afirmou Barack Obama em cadeia nacional de rádio e televisão.


Por Altamiro Borges

Bin Laden teria sido executado por soldados estadunidenses num esconderijo em Abottabad, a 115 quilômetros de Islamabad, capital do Paquistão. Autoridades locais informaram à agência de notícias Reuters que a operação foi resultado “de uma parceria entre a CIA, o serviço secreto dos EUA, e as tropas paquistanesas”. O corpo do líder da Al Qaeda foi retido pelos EUA.

Euforia de Obama e da mídia colonizada
Segundo o noticiário internacional, logo após o pronunciamento milhares de pessoas foram festejar em frente à Casa Branca, aos gritos de “obrigado, Obama” e “USA”. O presidente dos EUA, vítima de uma acentuada queda de popularidade, pode respirar mais aliviado. Já os estadunidenses, vítimas da crise econômica e do desemprego, puderam externar o patriotismo do império.

Na mídia colonizada, a euforia também é enorme – como se a execução de Bin Laden superasse os traumas dos EUA, metidos em uma prolongada recessão e enfiados em desgastantes frentes de guerra. Em êxtase, muitos comentaristas deixaram, inclusive, de lembrar que Osama Bin Laden foi uma invenção do próprio império, nas suas ações imperialistas pelo mundo.

De aliado a inimigo dos EUA
Para um jornalismo mais sério e menos servil bastaria consultar até a revista “Aventuras na História”, publicada pela Editora Abril. Na reportagem intitulada “De aliado a inimigo nº 1: Bin Laden”, Carolina Pulici lembra que o “perigoso terrorista” – “um abastado jovem muçulmano, educado junto à realeza da Arábia Saudita” –, foi uma criação dos EUA no sombrio período da “guerra fria”.

A sinistra relação teve início no final dos anos 1970, no Afeganistão. Para derrubar o governo nacionalista deste país estratégico, que contava com o apoio da União Soviética, os EUA financiaram e treinaram um grupo de rebeldes. “Sob a justificativa de que era preciso conter a expansão soviética no Terceiro Mundo, o presidente Ronald Reagan propôs armar os rebeldes afegãos, que chamou de freedom fighters (ou guerreiros da liberdade)”. Bin Laden passou a ser o principal amigo dos EUA no conflito.

Feitiço contra o feiticeiro
Com a derrubada do governo afegão e a derrota dos soviéticos, porém, a sua guerra santa, “jihad”, voltou-se contra as ambições do imperialismo estadunidense na região. A invasão do Iraque em 1990 e a instalação de uma base militar na Arábia Saudita, em 1991, agravam os conflitos entre os antigos aliados. Bin Laden “passou a financiar e dar apoio logístico aos mais variados movimentos de insurgência islâmica e declarou que expulsaria os americanos com as próprias mãos do território sagrado do Islã”.

É desta fase a organização da Al Qaeda (“a base”), uma rede de seguidores espalhados pelo mundo dispostos à “guerra santa” contra os EUA. Em fevereiro de 1993, o grupo explode um carro-bomba no subsolo do World Trade Center, em Nova York, matando seis pessoas. Em outubro, ataca a embaixada ianque na Somália, matando 18. Após uma série de atentados, a Al Qaeda promove sua ação mais audaciosa, com os ataques às torres gêmeas de Nova York e ao Pentágono, em 11 de setembro de 2001.

Agente da CIA?
Estas ações terroristas nunca contaram com apoio das forças anti-imperialistas. Fidel Castro, líder da revolução cubana e crítico das políticas belicistas e expansionistas dos EUA, prestou solidariedade imediata às vítimas dos atentados de 11 de setembro. Em reportagem do jornal britânico The Guardian, em junho passado, ele chegou a dizer que Bin Laden fazia o jogo dos EUA:

“Toda vez que Bush ia agitar o medo em seus discursos, Bin Laden aparecia, ameaçando as pessoas com uma história sobre o que ia fazer... Quem mostrou que ele é, na verdade, agente da CIA, foi o Wikileaks, que provou com documentos”. Quase dez anos após os atentados de 11 de setembro, Osama Bin Laden – expressão do “feitiço que virou contra o feiticeiro” – agora é executado no Paquistão.

Um comentário:

  1. Osama Bin Laden não é terrorista. Osama Bin Laden é justiceiro! Terroristas são os americanos que na década de 80 forneceram armas e treinamento pela CIA para que o Osama retirasse os soviéticos do Afeganistão. Osama protegeu seu país pensando que os americanos eram amigos que estavam o auxiliando a defender o Afeganistão. Mas quando os americanos mostraram sua verdadeira face (entraram no oriente médio em busca de petróleo depois que os soviéticos foram expulsos) Osama se rebelou. Assim como Frankstein, a criatura se voltou contra o criador. Existem na África ditadores muitos piores do que Kadaf (não deixam chegar nem comida até a população), mas ninguém lembra (não tem petróleo).Na última guerra do golfo o Iraque importava armamento obsoleto do Brasil (porcarias feitas em Itajuba-MG) e declarava não ter armas nucleares, além do fato de que os inspetores da ONU estavam lá. Na mesma época a Coreia do Norte declarava que tinha armas nucleares e não aceitava a presença de inspetores da ONU em seu país. O Iraque foi invadido por ser fraco e ter petróleo. A coreia não foi por ser mais forte militarmente e não ter recursos naturais atraentes. Sem contar com o fato de que o Japão já estava derrotado quando recebeu as 2 bombas atômicas que os americanos utilizaram para mostrar respeito aos soviéticos (tinha gastado bilhões para construi-las e mesmo tendo vencido a guerra precisavam mostrar ao mundo o seu poder). Não morreu ninguém no 11 de Setembro (menos de 3000 pessoas). Foi apenas uma alfinetada em relação aos milhões de pessoas que os americanos mataram devido à sua imensa ganância e ambição por poder. O "George W. Bush" e o "Franklin D. Roosevelt" é quem são os maiores terroristas da história (os americanos saíram às ruas para comemorar as bombas em Hiroshima e Nagasaki). Usaram a democracia para legitimar seus genocídios de mulheres e crianças. Que eu saiba nenhum civil foi morto em solo americano nas guerras do Afeganistão, Iraque, Vietnã, etc. Só no Japão e no Vietnã foram milhões de civis (inclusive mulheres e crianças). Os americanos são o povo que mais matou na história. Quem vai fazer justiça a eles? Acontece entre os países o mesmo que acontece entre os criminosos do Brasil. Os ladrões de galinha são severamente punidos. Os poderosos têm sua roubalheira legitimada pela democracia. Democracia?!?! Em um mundo unilateral que polui a imprensa e só divulga o lado da história que é conveniente (espero que o YAHOO não censure este texto)! Não tenho nada contra os cidadãos americanos (só para esclarecer, sou brasileiro e católico). Os políticos americanos manipulam a opinião pública e a democracia. E isto se reflete na emprensa brasileira, já que o brasil sempre foi um cachorrinho obdiente dos americanos. Nenhuma guerra tem nada de puro ou heróico, mas sim de imoral e covarde. Na guerra, só os que são invadidos e se defendem merecem respeito, apesar de serem demonizados pelo invasor que venceu!
    http://br.noticias.yahoo.com/fotos/bastidores-do-comunicado-de-obama-slideshow/

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