Lula reune com partidos para discutir reforma política consensual
O ex-presidente Lula se reuniu ontem com lideranças do PT, PSB, PDT e PCdoB, em São Paulo, para definir pontos de consenso sobre a reforma política. A partir do acordo, os representantes dos partidos orientarão seus parlamentares para futuras votações no Congresso Nacional.
De novidade, os partidos chegaram a um acordo para a defesa conjunta do financiamento exclusivamente público das campanhas eleitorais e da diminuição do quórum necessário para projetos de lei de iniciativa popular - hoje, são necessárias 1 milhão de assinaturas para que este tipo de proposta chegue ao Congresso.
Na reunião, ficou decidido que as respectivas fundações dos partidos estudarão formas de se adotar o financiamento exclusivamente público, mesmo sem a aprovação da lista fechada, modelo pelo qual o eleitor vota só em partidos.
"Não é inviável fazer [o financiamento] sem a lista", disse Rui Falcão, presidente do PT.
Os presentes também chegaram a um consenso sobre a defesa do sistema de voto proporcional, a manutenção do voto obrigatório e a defesa da fidelidade partidária. Estiveram na reunião, além de Lula, os presidentes do PSB Eduardo Campos, governador de Pernambuco; do PT, Rui Falcão e do PCdoB, Renato Rabelo. O deputado federal Brizola Neto representou o PDT, do qual é vice-presidente.
O grupo definiu que estabelecerá um fórum permanente de discussão, com reuniões a cada 60 dias. Lula lembrou aos presentes que, no passado, fazia o mesmo com Leonel Brizola (PDT), Miguel Arraes (PSB) e João Amazonas (PCdoB). "Há um consenso de que o financiamento [público] responde a uma série de anseios para controle das campanhas. E leva a disputa a um nível de igualdade maior", avaliou Rabelo. Ponto ainda em negociação no grupo é a proposta de Campos de que as eleições em todas as esferas de governo ocorram no mesmo ano.
O presidente petista Rui Falcão confirmou que se encontrará com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, na sexta-feira, para uma conversa política. Disse que o governo tende a receber um eventual apoio oferecido pelo PSD, partido em fase de criação e capitaneado por Kassab: "Não vi governo até hoje recusar apoio".
O ex-presidente Lula saiu antes do término da reunião. Ele confirmou presença no encontro nacional de blogueiros, nos dias 17, 18 e 19 de junho, em Brasília.
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