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quinta-feira, 30 de setembro de 2010




"Consultor" da Folha acusa jornal de distorcer declarações"
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           Rubnei Quícoli (dir.), o ex-presidiário que a Folha de S. Paulo adotou como "consultor"

A credibilidade da Folha de S.Paulo cada vez afunda mais. Agora até o ex-presidiário que virou "consultor" do jornal para assuntos de escândalos e eleições acusa a Folha de distorcer declarações para prejudicar a campanha da presidenciável Dilma Rousseff.

Depois do depoimento na Superintendência da Polícia Federal de São Paulo, nesta terça-feira (28), o consultor Rubnei Quícoli divulgou uma nota pública para esclarecer as diferentes versões sobre sua oitiva na mídia. "Não houve recuo de informação sobre a posição da propina pedida", informa.

Quícoli, que tem duas condenações e já esteve preso, acusou, sem provas, o filho da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, Israel, de cobrar propina para prestar consultoria num pedido de financiamento do BNDES para a construção de uma usina de energia solar no Nordeste. O empréstimo de quase R$ 4 bilhões nunca chegou a ser negociado com o BNDES, apenas foi entregue na portaria do Banco. Obviamente, foi negado.

A Folha de S. Paulo atribuiu a Quícoli a informação de que faria parte do "acerto" uma suposta propina de R$ 5 milhões para ajudar na campanha petista. Era mentira. Segundo o próprio consultor, "em momento algum em nenhuma das entrevistas eu disse que o pedido desta propina era para o Partido dos Trabalhadores", diz Quícoli. "Em momento algum eu disse que o dinheiro seria para a candidatura de Dilma", acrescenta.

Mais adiante na entrevista coletiva, quando questionado se a então ministra Erenice sabia das transações que supostamente ocorreriam na Casa Civil, Quícoli voltou a afirmar: Tudo o que foi enviado para a imprensa foi o que foi declarado à Polícia Federal. Nada mais. Nunca posicionei uma informação dessa. A única informação que eu coloquei foi que o Marco Antonio me pediu esse valor para poder acertar alguma coisa entre eles lá. Eu nunca disse que esse dinheiro era para PT, para a campanha da Dilma. Isso daí nunca foi relacionado. Essas perguntas muitas vezes relacionadas para favorecer uma parte ou outra não tem cabimento. Os documentos foram expostos para toda a mídia", disse.
Quícoli negou até mesmo que um dia tenha conhecido os filhos de Erenice, Saulo e Israel Guerra. "Fiquei surpreso que o papel dele veio à tona agora, pela mídia agora. Não por mim. Eu não sabia quem era Israel, quem era Saulo", disse.

Material para a campanha de Serra

Apresentando sinais de pertubação mental, Quícoli garante que só voltará a Brasília "para dois eventos: a posse do presidente José Serra e a assinatura do empreendimento da usina solar". O ex-presidiário, que entre outros delitos foi preso por posse de dinheiro falso, diz que gravou depoimento para a campanha de José Serra. "Gravei para Serra como gravaria para a campanha da Dilma, vivemos em um País livre, onde há tanta liberdade que alguns jornalistas distorcem a verdade", afirmou. O publicitário Luiz Gonzalez, marqueteiro da campanha de Serra, afirmou ao jornal O Globo que "a princípio" não deverá usar o material na campanha eleitoral. Quícoli também admitiu já ter sido filiado ao PSDB.
Até agora, nenhuma das acusações feitas pelo "consultor" da Folha foram comprovadas.
Da redação,
com agências

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