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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Paulo Henrique Amorim: o Jornal Nacional no golpe contra Dilma

Em notas publicadas no blog Conversa Afiada, o jornalista Paulo Henrique Amorim afirma que o presidenciável tucano, José Serra, deu início a uma tentativa de golpe, com o apoio da mídia, para derrotar a candidata Dilma Rousseff. Segundo o jornalista, a escalada para salvar o tucano do fracasso envolve Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo; Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal; Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente; e Sandra Cureau, vice-procuradora-geral eleitoral.

A articulação dessas figuras polêmicas parte de um pretexto: a violação do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e de Verônica Allende Serra, filha do candidato tucano. Na opinião de Paulo Henrique Amorim, a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva — e a Dilma — achou a brecha que faltava para melar as eleições presidenciais. “Serra usa o sigilo para derrotar Dilma no tapetão”, escreve o jornalista.

Isso porque, nesta quarta-feira (1º/9), a coligação encabeçada pelo tucano entrou com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apurar um suposto envolvimento da candidata petista na quebra dos sigilos. A chance da ação emplacar, segundo Amorim, não é tão pequena, já que Gilmar Mendes é suplente do ministro Marco Aurélio de Mello no TSE.

“Todo cuidado é pouco”, recomenda o jornalista. “No dia em que a pesquisa de tipo tracking da Vox Populi confirma que a Dilma dá uma surra no Serra (51% a 25%), nesse mesmo dia o Serra tenta a última baixaria.”

“A última bala na agulha do Serra é a baixaria. Quanto mais o PiG (Partido da Imprensa Golpista) e os blogs limpos bradam, mais fica óbvio que a Dilma não tem nada a ver com isso. É a tentativa de transformar uma máfia num braço da campanha da Dilma. Os objetivos são óbvios: eleger o jenio (Serra) desde já derrotado. O único problema é achar as provas”, agrega Amorim.

A trama                                        

O jornalista também desmascara o conjunto de ações sincronizadas de vários personagens que fariam de tudo para ver Dilma longe do Planalto.


Gilmar Dantas (Gilmar Mendes) prega um Golpe de Estado da Direita. A dra. Cureau delibera com incontestável imparcialidade no Tribunal Superior Eleitoral. A Dilma dispara nas pesquisas e o Conversa Afiada fica desconfiado: “Só o Globo e o Kamel levam ao 2º Turno”.




O jenio (José Serra) prega o Golpe de 64, “escondido, no Club da Aeronáutica”. Gilmar faz um pronunciamiento que justificaria a AGU, o PT e a CUT entrarem na Justiça contra ele. Marco Aurélio de Mello faz coro. O Farol (Fernando Henrique Carodoso) toma o bonde do Gilmar e do jenio numa entrevista inesquecível à Renata Lo Prete. No Jornal da Globo, o jenio acusa a Dilma, com todas as letras de cometer um crime: violar o sigilo fiscal para uso na eleição.




O PSDB entra no TSE para fazer o impeachment de Dilma no tapetão. E o Casal 45 do jornal nacional (Willian Bonner e Fátima Bernardes) desta quarta-feira denuncia com o semblante de quem vai a um velório: violaram o imposto de renda da filha do Serra com o objetivo de prejudicar a candidatura do Serra.



Para Paulo Henrique Amorim, as acusações contra Dilma não fazem sentido. “Quem estaria interessado em setembro de 2008 em prejudicar a candidatura do Serra? Em setembro de 2008, quando houve a violação, Dilma não era nem candidata. Por que o Lula ia entrar na Receita, violá-la? O Casal 45 achou alguém que diz supor que isso interessaria a alguém que quer prejudicar o Serra. A quem interessa?”.

“Como diz o Brizola Neto, quem nasceu para José Serra não chega a Carlos Lacerda”, conclui o jornalista do Conversa Afiada. Segundo ele, “em matéria de baixaria, o Serra já foi mais eficaz: pergunte à família Sarney. A Operação Lunus desmanchou a candidatura da Roseana. Só que a Dilma não é a Roseana. E o Lula não é o Sarney”.

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